Domingo, 25 de Agosto de 2019
Eu e Bakugou já estamos na terceira partida de Call Of Duty no modo online, eu consigo matar alguns sem muitas dificuldades enquanto o loiro se irrita cada vez mais com um jogador que pareceu marca-lo desde o começo da partida, não permitindo que ele sequer se movimentasse direito sem ser alvejado por tiros. Ele se levanta irado e conecta o headset no videogame, posicionando-o nas orelhas e colocando o microfone à frente da boca.
- Olha aqui se pau no cu desgraçado do caralho, eu vou arrancar suas bolas se continuar com essa merda – ele xinga o adversário e apenas dou risada de sua irritação. Ele sempre foi tão estressado e irreverente, só não consigo entender o porquê de eu gostar tanto dessa sua personalidade forte. Terminamos a partida e deixo o controle de lado pensando que o melhor a se fazer é parar um pouco. Vejo Bakugou tremendo de raiva por ter finalizado negativo na pontuação e procuro tirar o controle de suas mãos antes que o mesmo fique em pedaços.
- Não precisa ficar tão puto – eu declaro sabendo que isso soa como usar gasolina para apagar uma fogueira.
- COMO NÃO PORRA? – ele berra me olhando furioso e apenas inclino a cabeça para o lado analisando suas feições contraídas pela raiva. Levo minha mão ao seu rosto sem me importar com sua expressão de cão raivoso e deixo minhas digitais passearem pelo maxilar angular e definitivamente muito másculo.
Ele fecha os olhos e parece se acalmar um pouco com meu toque, aproveito a oportunidade para continuar afagando sua pele e logo as orbes escarlate voltam a me fitar com devoção.
- Como conseguiu essa cicatriz? – ele questiona passando o polegar sobre meu olho direito. Fecho os olhos permitindo que ele analise a pequena marca acima da minha pálpebra e recordo o que me fez adquiri-la.
- Eu levantei para ir no banheiro quando tinha uns 3 anos e quando fui coçar o olho minha individualidade se manifestou pela primeira vez – respondo sentindo falta do seu toque quando sua mão se afasta. Abro os olhos e vejo-o me encarando com atenção.
- Entendi, eu lembro de ter explodido o sofá da minha mãe, ela ficou putassa – o loiro declara dando um sorriso convencido e dou risada pela informação que ele me disponibiliza. Ouvimos alguns barulhos e logo a voz de Mitsuki se faz presente.
- Filho, vai no mercado pra mim, por favor – ela declara distante e presumo que esteja falando do andar de baixo. O loiro revira os olhos e se aproxima da porta.
- Eu to ocupado – ele diz alto para que sua mãe seja capaz de escutar. Não consigo deixar de rir da resposta dela.
- Ta ocupado é o caralho, eu te pari então você vai naquela merda pra mim agora – ela grita ainda mais alto e tampo a boca quando vejo o rapaz tremer de raiva como se fosse um pinscher.
- TA BOM PORRA, EU JÁ TO INDO – ele berra em resposta e veste uma camisa para fazer o que a mãe dele havia pedido, penso que talvez seja hora de ir para casa e levanto-me em busca das minhas coisas. – Espera aí que quando eu voltar te acompanho até sua casa, eu volto logo.
- Tudo bem então – falo e volto a me sentar na cama vendo o loiro se afastar e descer as escadas, olho ao redor e me permito analisar mais a fundo o quarto de Bakugou, ele possui diversos jogos empilhados ao lado do videogame que fica abaixo da televisão, em frente a cama de solteiro que se mostrou o suficiente para abrigar a nós dois durante a noite. Volto a pensar no pesadelo que tive e balanço a cabeça para afastar essas lembranças, hoje me sinto estranhamente normal e não queria que isso soasse como algo incomum.
Analiso os pôsters de diversos heróis na parede do quarto, inclusive de All Might, que se faz um pouco mais presente que os demais, algumas action figures jazem sobre uma prateleira perto da porta e no guarda roupa tem alguns adesivos de bandas de rock e outros grupos que não conheço. Perco a noção do tempo olhando os detalhes desse lugar que resume bem a personalidade do loiro, me assusto ao escutar a porta se abrindo e vejo a mãe de Katsuki me olhar com expectativa.
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Depressed || KiriBaku
FanfictionSeus cabelos estavam negros e escorridos, assim como a áurea que lhe acompanhava. Seu sorriso de dentes afiados há muito não surgia. O que houve com Ejirou? ______________ Kirishima sempre foi o amigo que iluminava o ambiente, contagiando a todos c...