A calmaria e o silêncio eram muito bem vindos naquela noite de quinta-feira na casa de Bakugou e Kirishima, mas ao mesmo tempo, esta mesma tranquilidade em uma casa onde havia Heiko era extremamente suspeita.
Bakugou se empenhava em elaborar seus relatórios para a agência enquanto Kirishima se concentrava em fazer o jantar. A noite era comum, não fosse pelo fato de que um certo dia se aproximava.
- Minha mãe ameaçou sequestrar a Heiko se não formos almoçar na casa dela no dia das mães – Katsuki ergue a voz para que Eijirou escute sua fala, que no final das contas se tratava mais de um aviso do que de uma simples constatação. Kirishima sorri enquanto ainda mexe nas panelas, lembrando exatamente da impetuosidade de sua sogra.
- Está mais que certa, iremos – Ele responde com poucas palavras, evitando discretamente o assunto por motivos óbvios. Mesmo que houvesse superado as adversidades, a data o trazia certas lembranças difíceis de esquecer.
O silêncio da casa já começava a incomodar Katsuki que estava prestes a sair do sofá para ver o que sua filha estava fazendo, mas logo a pequena figura de cabelos negros surge no corredor, encaminhando-se vagarosamente até se sentar ao lado do loiro. Seus olhos vermelhos estavam cabisbaixos e suas mãozinhas se uniam sobre o colo, com os dedos entrelaçando-se nervosamente.
Bakugou fica imediatamente preocupado, pois geralmente era uma tremenda dificuldade lidar com a energia de sobra que a garota costumava ter para seus meros 7 anos de idade. Sua individualidade lhe permitia subir nas paredes como uma aranha e ele jamais esqueceria do dia em que encontrou-a voando com asas de morcego no meio da sala. Era incrível e ao mesmo tempo um tanto assustador para um pai de primeira viagem lidar com as descobertas da filha quanto a si mesma.
- Papai... Eu posso fazer uma pergunta? – A menina questiona olhando para as mãos, sem sequer fazer contato visual com o loiro que agora já largava os papeis na mesa de centro, encarando a garotinha com toda a sua atenção.
- Você sabe que sim, Heiko, aconteceu alguma coisa? – Ele pergunta aturdido, lançando um olhar para a cozinha a fim de ver se o ruivo estava prestando atenção, mas ele parecia ocupado na pia naquele instante.
- A minha... a minha mamãe me odeia? Por isso ela não me quis? – A pergunta de Heiko soa como um baque para Bakugou e o mesmo sente seu peito se apertar com a expressão desolada no rosto da filha. Porra, ele sabia que um dia esse assunto chegaria, só não imaginava que seria tão doloroso para ele ver a mágoa estampada nas írises avermelhadas da pequena.
- Filha... Eu tenho certeza que isso não é verdade, ninguém é louco de odiar você – Ele fala passando os dedos pelos fios negros e longos da garotinha, sentindo-se um tanto sufocado para prosseguir com o assunto. Por que isso tinha que ser dessa forma? Quem seria idiota o suficiente para rechaçar uma garotinha tão doce? Mas que caralho... – Por que esta perguntando isso?
- A professora disse pra gente fazer um cartão de dia das mães, mas eu não tenho uma mamãe, eu tenho dois papais – Ela comenta com os dedinhos ainda se remexendo enquanto ergue o olhar para o pai, mostrando as lágrimas que se acumulavam em seus olhos. Aquilo havia sido como uma facada no peito de Katsuki e por um breve momento ele se odiou por não poder suprir algo como isso agora.
- Filha, mesmo que não sejamos mulheres nós... te amamos muito – Bakugou tenta contornar a situação, mas ele não era muito bom em lidar com esse tipo de situação, sentimentalismo não era a sua área e ele estava prestes a recorrer a Eijirou, quando o ruivo se fez presente quase como se já soubesse que seria requisitado. Ele estende os braços para Heiko, levando-a ao seu colo enquanto olha para Bakugou com preocupação estampada no olhar.
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Depressed || KiriBaku
FanfictionSeus cabelos estavam negros e escorridos, assim como a áurea que lhe acompanhava. Seu sorriso de dentes afiados há muito não surgia. O que houve com Ejirou? ______________ Kirishima sempre foi o amigo que iluminava o ambiente, contagiando a todos c...