Capítulo 20

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- Buongiorno, piccola! - Acordei ouvindo Romeo sussurrar em meu ouvido.

- Buongiorno. - Respondi, espreguiçando-me na cama. - Que horas são? - Perguntei pegando o celular em cima do criado mudo. Eram 7h15. - Onde vai tão cedo?

- Tenho uma reunião importante. - Romeo gritou do closet. - Prometo que voltamos para o almoço.

- Quem vai com você? - Levantei indo em sua direção.

- Giovanni, Dante e Enrico. - Respondeu, indo de encontro a mim. - Você fica linda toda descabelada. - Brincou.

- Pagliaccio.

Romeo envolveu minha cintura com os braços, aproximando-nos e roçou o nariz em meu pescoço. Meu corpo respondeu ao seu toque, arrepiando-se e formigando em lugares específicos.

- Você é deliciosa, piccola. - Disse, mordendo de leve meu pescoço. - Mas preciso ir. Eles já devem estar me esperando.

- Vocês voltam mesmo para o pranzo? - Enfatizei o "mesmo".

- Sì.

- Ótimo! Vou preparar algo especial então.

- Perfetto! - Romeo sorriu, beijando o canto de minha boca. - Ciao, bella.

Assim que Romeo saiu, eu voltei para cama, ansiosa para dormir um pouco mais.

                                                                          ***

Quando resolvi levantar já eram mais de 10h. Me vesti e desci para o café da manhã, pensando qual seria o menu do almoço. Enrico era apaixonado por massas, como todo bom italiano. Mas Romeo ainda era uma incógnita. Eu sabia que ele não tinha frescuras, o ragazzo comia muito bem.

Enquanto comia um dos croissants do dia anterior, vasculhava os armários, a geladeira e a despensa, vendo quais ingredientes estavam disponíveis. Optei por um risoto de cogumelos, acompanhado de tiras de filé grelhado e uma salada de folhas. De sobremesa, faria o meu delicioso tiramisu de café.

Separei os ingredientes e comecei o trabalho. Rosa estava de folga, então seria tudo por minha conta. Abri o aplicativo de músicas e coloquei uma playlist de rock dos anos 90, que começou com Under The Bridge, do Red Hot Chilli Peppers.

Eu cozinhava, dançava e cantava, tudo ao mesmo tempo. Era ótimo estar sozinha e poder aproveitar a minha própria companhia, fazendo coisas que me davam prazer. Me virei para pegar os cogumelos e dei de cara com uma pessoa parada na porta.

- Cazzo, Alessa! - Gritei. - Você non pode ficar parada assim, parecendo uma assombração.

- Scusa, carissima. Mas está muito divertido ver a sua performance. - Ela riu.

- Engraçadinha! - Mostrei-lhe a língua. - Porque non me ajuda a cozinhar em vez de ficar ai parada?

- Claro! O que posso fazer?

Encarreguei Alessa da salada e do creme da sobremesa. Enquanto cozinhávamos, ríamos e nos divertíamos. Me lembrei da noite anterior e uma curiosidade tomou conta de mim. Quando percebi já tinha perguntado.

- Alessa, o que você estava fazendo de madrugada no jardim?

Ela parou de mexer o creme e me encarou. Os olhos arregalados e a boca aberta indicando que a peguei desprevenida.

- O-oh... Você me viu?

- . - Esperei ela continuar, mas Alessa apenas abaixou o olhar e continuou misturando o creme. - E vi também que estava com outra pessoa.

Despedaçados [COMPLETO] - (Série Vespri Siciliani - LIVRO UM)Onde histórias criam vida. Descubra agora