Capítulo 8

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No dia seguinte, a movimentação em casa era assustadora. Nem os preparativos do casamento encheram o local tanto assim. Objetos eram transportados para o segundo andar. Cama, móveis, equipamentos médicos. A enfermaria estava quase pronta.

Os Sartori estavam animados, conversantes e felizes. Aliviados que seu primogênito estava bem. Meu coração encheu-se de alegria ao ver Alessa sorrindo de novo.

- Buongiorno, carissima! - Alessa falou, levantando-se da mesa e correndo para me abraçar. Seu perfume cítrico encheu meu nariz, lembrando-me dias de verão. - Estou indo ver Romeo, vamos comigo?

- ! - Concordei animada. - Me deixa só pegar um pedacinho de bolo.

Parti uma fatia do bolo e sai comendo, seguindo Alessa até o escritório. Na porta, dois soldados enormes vigiavam o local, prontos para qualquer situação.

Aos nos avistar, um deles abriu a porta e entramos.

- Fratello! - Alessa chamou, atraindo a atenção de Romeo e indo em direção a cama para abraçá-lo.

Giovanni estava sentado em uma poltrona, no canto da sala e quando nos viu, sorriu e acenou com a mão. Ao seu lado, em pé, estava um homem alto e encorpado, de cabelos acobreados e olhos castanhos, quase um tom de mel. Ele me encarou com uma expressão vazia e sombria, deixando-me apreensiva.

- Helena. - Romeu me chamou, atraindo minha atenção. Depositou um olhar caloroso sobre mim, sorrindo, e estendeu-me a mão.

Fui em sua direção, aceitando a mão estendida. Beijei sua testa e acariciei seus cabelos.

- Come stai? - Perguntei.

- Bene. - Romeo respondeu, beijando minha mão. - Creio que non conheça Dante DeRossi, - apontou com a cabeça na direção do homem - um amigo que fiz enquanto estava no treinamento e um dos melhores soldados que conheço.

- Prazer. - Sorri em direção a Dante, que agora me olhava de forma menos apreensiva, entendendo que eu não representava perigo.

- Vocês estão ocupados? - Alessa questionou. - Estamos atrapalhando algo?

- Non, carissima. Giovanni e Dante estão me atualizando sobre a situação do carroselo.

- Que está um caos, desde que você sumiu. - Dante comentou. - Os capos exigem atitudes a cerca dos contrabandos que estão acontecendo na região. Precisamos por um fim nisso, ou uma guerra pode começar Romeo.

- Capos de Siracusa e da Catania non receberam as cargas de armamentos que você mandou. Eles acham que você mentiu, apenas para ficar com o dinheiro. - Giovanni completou.

- Cazzo! Isso é um absurdo! - Romeo bradou. - Porque eu non cumpriria com o acordo? Non preciso do dinheiro deles, preciso do respeito.

- Mas eles non acham isso. - Dante retrucou. - Você tem que colocá-los em seus lugares, mostrar quem tem mais poder e, que por isso, non precisa se rebaixar a esse nível.

- E como você espera que eu faça isso numa cama de hospital? - Romeo rosnou, furioso.

- Nomeie um substituto. - Alessa sugeriu. - Alguém para cuidar de tudo enquanto você se recupera, mas que te obedeça também. Assim consegue controlar tudo, por fora, e ainda fica a par do que está acontecendo.

- É por isso que você é minha sorellina preferita. - Romeo sorriu para a irmã.

- , claro. O fato de ser a única non conta né?

Despedaçados [COMPLETO] - (Série Vespri Siciliani - LIVRO UM)Onde histórias criam vida. Descubra agora