[ 💫,, wrong number ] ;

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five

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| P A R K    C H A E Y O U N G |

---Número errado.--- Chaeyoung forçou sua voz para soar levemente anasalada, tentando ao máximo esconder seu sotaque.

---Oh, okay, sorry.--- disse a outra linha suavemente desconfiada, encerrando a chamada.

Chaeyoung soltou o ar que havia prendido e rapidamente abriu a capa do celular, tirando o chip e o jogando no chão, pisando no mesmo.

---Merda. Que porra!--- esbravejou, enfiando o celular na bolsa--- Depoia de três anos. Três!--- disse pegando o chip do chão e o enfiando no bolso, montando novamente em sua bicicleta.

Passando pelo Rio Han, Chaeyoung parou e jogou o chip com o número de seu celular rio abaixo, deixando as correntezas levarem o único indício de seu paradeiro.

---Como aquele idiota achou meu número?--- perguntou a si mesma em voz alta, sentindo os lóbulos temporais latejarem. Amaldiçoou todos os deuses mentalmente, tentando respirar fundo e recobrar a calma, mas não dava.

Estava a três anos sem nenhuma notícia de seu passado e apenas em ouvir aquele nome, aquelas poucas palavras proferidas por quem cresceu juntamente, uma vertigem forte a inundou, seguido do medo de perder tudo o que conquistou, inclusive, sua liberdade.

Sem pensar mais, tomou novamente seu rumo. Subiu em sua bicicleta, comprou um número novo e seguiu até seu apartamento, onde se jogou no sofá e suspirou pesarosamente.

Ninguém estragaria tudo o que Chaeyoung conquistou com suor e força. Nem mesmo seu irmão, seus pais ou seu ex-noivo.

Watanabe Emi não existia mais, apenas Park Chaeyoung.

[...]

Com três trabalhos de matérias diferentes feitos, faltava apenas o de Psicanálise, o que deixou Chaeyoung mais aliviada, na medida do possível. A ligação de seu irmão mais velho ainda a assombrava e, mesmo jogando o chip com seu antigo número no rio, sentia medo que pudesse ser rastreada.

Queria poder conversar sobre isso com Jimin e Jihyo mas, apesar de serem seus melhores amigos, não queria os envolver em seu passado. Apenas duas pessoas sabiam disso: Namjoon e Taeyong.

Depois de almoçar, Chaeyoung mandou uma mensagem ao Lee e esperou no local combinado. Não tardou para que o de cabelos vermelhos aparecesse.

---Diz aí, meu anjo.--- ele disse assim que chegou.

---Hiro me ligou ontem.--- falou Chaeyoung aflita, sem rodeios. Taeyong levantou as sobrancelhas, sendo pego de surpresa--- Eu pisei no chip e joguei ele no Rio Han. Tem como ele me restrear a partir disso?--- perguntou o que queria, aflita.

---Bom, depende muito.--- o ruivo falou sincero, cruzando os braços--- Ele reconheceu sua voz?--- questinou curioso.

---Acho que sim. Não sei bem.--- a morena grunhiu, passando a mão pelo rosto--- Tem ou não como ele me rastrear, Lee?--- reforçou a pergunta.

---Olha, se ele estava com um aparelho de rastreamento ligado durante a ligação, sim. Se ele não estava, não, porque você tirou o chip rápido do celular e o destruiu.--- Taeyong divagou, ponderando as possibilidades de um rastreamento.

---E joguei no Rio.--- completou ela.

---É, jogou no rio.--- Taeyong riu, suspirando em seguida--- Mas fica tranquila. Não tem como seus pais descobrirem seu paradeiro. É como se você tivesse morrido.

 ambivalence ▪ jjk Onde histórias criam vida. Descubra agora