[ 💫,, won't lose u ] ;

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thirty three

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| P A R K    C H A E Y O U N G |

Sabe quando você sente seu mundo despencar em um abismo escuro e sem fim? Como se a força da gravidade tivesse sido multiplicada por mil e seu corpo estivesse sendo comprenssado contra o chão de forma impiedosa. Como se alguém segurasse seus pulmões e os apertasse até deixá-los sem ar como uma bexiga vazia. Chaeyoung sentiu um bolo se formar em sua garganta e a vontade de vomitar se fazer presente assim que escutou a voz de sua mãe.

---Mãe.--- a japonesa se esforçou para falar em sua língua natural. Logo o Jeon notou que algo estava errado e olhou assustado para a namorada. A menina se levantou da mesa e fez um gesto para mostrar que iria para o lado de fora. Jungkook, incontestavelmente, seguiu a morena para o lado de fora.

---Quatro anos sumida. Quem diria que você conseguiria ficar invisível tanto tempo.--- a voz da mulher era carregada de sarcasmo e frieza. Não muito diferente do que Chaeyoung se lembrava--- O que foi? Ficou muda, filhinha? Achou que ia sumir por tanto tempo e eu não ia descobrir onde você se enfiou?--- o outro lado da linha despertou Chaeyoung do transe e seus pés se fincaram no chão, incapazes de continuar caminhando pelo estacionamento.

---O que você quer?--- perguntou duramente. Jungkook parou em sua frente, segurando seus ombros e encarando os olhos da menina.

---É ela?--- ele perguntou baixinho. Chaeyoung assentiu, sentindo os olhos lacrimejarem. Não iria chorar. Não daria esse gosto para a sua progenitora.

---O que eu quero? Oras, eu quero que você pare de agir como uma criança e volte logo, Watanabe Emi. Você tem responsabilidades a cumprir.--- disse Hyokyo de forma óbvia e cortante.

---Para começo de conversa, eu não lhe devo satisfações nenhuma sobre a minha vida. E em segundo, você vai ver minha carinha logo logo, sua megera.--- cuspiu as palavras, enojada por ter que conversar, depois de anos, com alguém como sua mãe.

---Não. Você vai vir agora.

---Não, eu não vou. Tente mandar a porra dos seus jatinhos e seguranças que eu vou botar fogo em tudo o que eu ver pela frente, sua vagabunda.--- rosnou Chaeyoung. Mesmo entendendo pouco de japonês, Jungkook levantou as sobrancelhas surpreso pela repentina explosão de coragem da namorada. Ele estava orgulhoso por ela estar conseguindo conversar sem desabar--- Eu vou no fim do ano e nada antes disso. Eu tenho uma vida aqui.

---Vida ilegal.--- retrucou Hyokyo sarcástica como uma ameaça.

---Você e papai também vivem uma vida ilegal.--- rebateu impassível, de forma firme.

---Você não seria capaz de denunciar a mim e ao seu pai.--- riu cínica do outro lado da linha. A essa altura da ligação, Chaeyoung já tinha posto em viva-voz para que o namorado escutasse também.

---Só tente me fazer voltar antes do tempo e você vai ver o quê eu tenho coragem ou não.--- respondeu Emi, respirando fundo--- Nos vemos em dezembro e nada além disso.

---Mal posso esperar, bastarda.

---Muito menos eu, megera.--- dito isso, a jovem encerrou a chamada e sentiu o corpo ceder. Jungkook, de forma rápida, segurou o corpo da menina, abraçando sua cintura e a segurando. Sentiu a pele da namorada fria, como se a qualquer momento ela pudesse desmaiar ali mesmo.

---Ei, 'tá tudo bem?--- ele perguntou, se arrependendo no milésimo seguinte ao escutar um soluço escapar da boca de Chaeyoung.

---Eu odeio tanto ela. Odeio tanto.--- a menina disse puxando o ar com força. Todo aquele sentimento reprimido de mágoa estava aos poucos fluindo novamente dentro de si, como uma torneira quebrada aberta que não poderia ser fechada.

 ambivalence ▪ jjk Onde histórias criam vida. Descubra agora