thirty seven
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| W A T A N A B E E M I |A porta do Ranger Rover foi aberto por um segurança que já era conhecido por Emi. O homem de quase dois metros se curvou em reverência, pronunciando um "senhorita Watanabe" respeitoso. A jovem acenou em agradecimento e saiu do automóvel, pegando sua bolsa em mãos e respirando fundo. Um calafrio passou por seu corpo, atravessando sua espinha dorsal e lhe atingindo a cabeça como uma bomba nuclear. Se manteve firme sob os pequenos saltos Scarpan sob o caminho azulejado do jardim e quanto os em direção da porta, já aberta, da mansão. A antiga governanta sorriu quando viu Emi, uma das poucas pessoas em que a morena confiava ali dentro.
---Pequena Emi, como a senhorita está uma moça linda.--- disse a velha Usuki numa curta reverência, devido à idade.
---Sra.Ki, bom te ver de novo.--- sorriu Emi, cumprimentando a mulher de cabelos brancos. Seu rosto se tornou mais sorridente do que antes, evidenciando as rugas em seu rosto, as marcas do tempo.
---Sua mãe está lhe esperando na sala de estar.--- contou a mais velha, adentrando pela casa com a japonesa--- Na segunda, querida.--- completou, como se lesse a mente de Emi. Esta que, tendo conhecimento da questão, apenas agradeceu e avançou sozinha pela casa. O corredor de entrada continha um belíssimo lustre, este que Emi sempre tentava imaginar quando criança como os empregados da casa limpavam tal objeto. O cheiro de laranja e flor de cerejeira lhe causou um reboliço em seu estômago, fazendo todas as memórias voltarem com força contra si, enquanto caminhava sem pressa pela casa em que morou por dezenove anos. O interior era a mistura de uma casa tradicional do Japão com ares mais modernos e sofisticados, bem decorada e iluminada, que parecia ser limpa cem por cento do tempo, sem um fio de cabelo no chão sequer. O som do salto alto da morena soava contra o piso duro, parando o barulho por um momento quando parou em frente ao corredor que era repleto de quadros. O maior certamente era um de sua família, com seus pais sentados e tanto Emi, quanto Hiro, em pé atrás dos mais velhos, vestidos com roupas tradicionais. Havia um retrato de cada ao redor da maior e várias outras fotos espalhadas ao derredor. Uma dela consistia na fotografia de formatura de Emi e a morena pode sentir, como se estivesse no dia, todo o estresse e ansiedade que teve antes de receber o diploma. Todo reconhecimento que lhe faltou e cobrança que lhe era dada em sobra. O peso para ser a melhor aluna da classe, sem tempo para erros. Sempre sendo criada para ser perfeita em tudo o que fizesse, sem falhas e nada menos do que isso. Emi suspirou, se mantendo em pé. Sua última olhada fora para um retrato seu, tendo por volta dos quatro anos, no primeiro dia do primário.
---Eu vou te orgulhar.--- disse à si mesma, observando o sorriso que carregava ao segurar sua pequena mochila rosa--- Vou nos orgulhar.--- sorriu tristonha antes de inspirar fundo e corrigir a postura para seguir o caminho. Assim que parou em frente a porta de madeira escura que dava para a segunda sala de estar do casarão, Emi suspirou e mandou uma mensagem a Jungkook avisando o que estava fazendo antes de bater três vezes. A voz fria do outro lado falou um "entre" em bom som e a antiga Chaeyoung o fez, empurrando a madeira em sua frente. Os olhos de sua mãe sentada no sofá caiu sobre si, perpetuando num impassível semblante imutável, de deboche e superioridade. Emi fechou a porta atrás de si e caminhou até a progenitora, se sentando no sofá em sua frente. A mulher, à princípio, nada disse. Terminou de tomar o resto de chá em sua xícara e a pôs sobre a mesa de centro com a maior naturalidade que podia.
---Como se sente voltando depois de quatro anos sumida?--- perguntou Hyokyo ácida. Ouvir a voz da mulher, em sua língua nativa, depois de tanto tempo lhe causava vertigens.
---Me sinto ótima voltando para um lugar que me deixou doente.--- respondeu Emi à altura, ao mesmo tom breve, calmo e gélido.
---Me surpreendi quando Yume disse que dormiria em um hotel. Pensei que iria voltar para seu quarto. Seu pai não deixou ninguém mover um dedo sequer lá dentro.--- a mais velha mudou de assunto com escárnio. Seus cabelos grisalhos, algo que se orgulhava, estavam presos em um coque elaborado no topo de sua cabeça, preso com um pente cravejado de rubi que combinava com o vestido vermelho-sangue que usava.
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ambivalence ▪ jjk
Fanfiction" [ambi + valência ] Estado de quem experimenta ao mesmo tempo, em determinada situação, sentimentos opostos, como o amor e o ódio. " . . Onde Park Chaeyoung, querendo fugir de tudo, não conseguiu escapar de Jeon Jungkook. . . ⚠ Atenção ⚠: essa hist...