Eu fico fora do carro tentando segurar as minhas lágrimas de todas as formas possíveis. Não quero chorar na frente dela. Eu sou orgulhoso demais para fazer isso. Mas está doendo muito saber que nada está resultando. Cada palavra que eu digo ela pensa que é mentira, cada vez que confesso algo, ela não acredita em mim. Eu já não sei o que fazer.
Minha mãe disse que eu mereço o amor dela, mas como eu posso acreditar nisso se Esmeralda me faz acreditar que não é verdade? Ela me faz acreditar que não mereço o seu perdão, que eu não mereço ela e isso está me matando.
O que mais eu tenho que fazer para mostrar para ela que estou arrependido, que eu só quero fazê-la feliz? Eu não pretendo mais errar com ela. Eu sei que dei motivos suficientes para não acreditar mais em mim, mas as pessoas mudam. E eu mudei pela segunda vez, só que para melhor.
Quando sinto que as lágrimas não vão mais cair, eu volto a entrar no carro e ligo os motores. Minha mão ainda está ferida e dificultando um pouco, mas não é nada com que não possa lidar.
— O que você estava fazendo?
— Nada! Não importa.
E ela não diz mais nada até que a gente chega ao trabalho. Fico esperando Esmeralda descer do carro, mas ela olha para mim como se estivesse se sentindo culpada. Ela não tem culpa de nada, sou eu que tenho. Eu fiz uma borrada e perdi ela. Fui eu que brinquei com os seus sentimentos. Ela não tem porquê se sentir mal com isso.
Tento olhar para todos os lugares menos para ela. Eu estou bem e não vou chorar. Eu não quero parecer fraco. Só preciso esperar que Esmeralda desça do meu carro.
— Você está bem? — Ela pergunta.
Faço que sim, sentindo um nó na minha garganta. E eu sei que eu mereço e acho que tenho que sentir isso por castigo. Não faz mal. Dói muito, mas eu preciso. É o que eu mereço.
— Você não vai descer? — Ela insiste em falar comigo. Céus! Porquê tem de ser assim tão difícil?
Eu estico a minha mão e abro a porta do carro para ela. Esmeralda olha para mim, parecendo preocupada comigo. Eu não quero que se preocupe, que pense muito sobre isso. Ela apenas precisa de um tempo. Eu vou dar isso para ela.
— Eu estou bem! — Consigo dizer.
Então, ela desce e fecha a porta, permitindo minhas lágrimas caírem. A última vez que eu chorei foi por causa da Madeleine. E agora, eu me lembro de como é sentir que as lágrimas não terminam, a dor no peito, estou me lembrando de tudo. E eu tenho que sentir isso.
Ligo os motores e começo a dirigir para nenhum lugar em concreto, apenas sinto que devo desaparecer por um tempo. Eu preciso pensar sobre isso. Ainda não sei como vou ter Esmeralda de volta. Parece que ela não acredita mais em mim, como se o seu coração tivesse se fechado para mim. Ela tem medo que eu faça de novo.
Limpo as lágrimas e continuo dirigindo, sem me preocupar com o sermão do meu pai mais tarde, pois não estou com cabeça para trabalhar. Ainda tenho que saber porquê Halley ligou para Esmeralda e como conseguiu o número dela.
Paro o carro quando sinto que estou longe o suficiente. Ligo para Halley, que a uma hora dessas deve estar dormindo ou até mesmo tomando café com Savage, mas eu não me importo. Eu tenho que acabar com essas merdas de uma vez.
— Quem é vivo, sempre aparece! — Ela atende.
— Precisamos nos encontrar. Agora!
— Nossa! Tem tantas saudades assim? Quando tempo você não transa?
— Você tem trinta minutos. Vou enviar a localização para você! — Desligo e envio a localização para ela. Só espero que Savage já tenha saído de casa.Halley estaciona o seu Bentley no relvado e desce do carro com seus saltos altos e com um vestido perigosamente curto. Ela desfila até mim e tenta me beijar, mas seguro os seus ombros a impedindo de continuar. Eu não estou aqui para brincar. Isso é um assunto muito sério.
— O que houve com você? — Ela sorri.
— Porquê você ligou para Esmeralda? Não adianta mentir, eu sei que foi você!
— Calma! Eu só queria brincar um pouco com ela. Não tem sentido de humor?
— Isso não se faz! Como conseguiu o número dela? — Olho para ela.
Halley se solta das minhas mãos e endireita o seu vestido. — Foi o idiota do Luke Steine. Ele deu a ideia também.
— Porquê? O que vocês querem com ela? O que querem comigo?
— Nada. Bom, pelo menos eu não quero nada. Agora, acho que Luke está tentando te provocar.
— Ele está me tornando agressivo e furioso isso sim. — Respiro fundo e tento me acalmar.
— Você está gostando dela? — Olho para ela. Halley fica séria como se não tivesse gostado disso.
— Eu estou sim. E é por isso que a gente não pode mais se vê. Vamos fingir que nada aconteceu, está bem. Eu não quero que isso continue.
— Você tem a certeza? Esmeralda nunca vai perdoar você. Vai ver que tudo isso será em vão. — Halley se afasta.
— Eu sei que ela vai. Eu vou conseguir o perdão dela. — Fico olhando a paisagem.
— Viu como você é fraco? Acabou de se apaixonar por uma coitada.
— Não fale assim dela.
— A gente fez um pacto, Peter! E esse pacto é inquebrável. Você lembra?
— Eu estou quebrando agora. Eu não quero mais nada com você. Isso nem devia existir. — Me afasto dela.
— Você vai se arrepender, se fizer isso. — Ela fica na minha frente como se estivesse pronta para qualquer coisa.
— O que vai fazer? Vai contar para todo mundo?
— Eu não vou fazer nada. Mas tudo bem. Vamos ver se você não virá correndo até mim, quando ela errar com você. — Ela sorri.
— Eu não iria atrás de você. Agora, me deixa em paz. Vamos fingir que não nos conhecemos, está bem?
— Se é isso que você quer?
— É o que eu quero!
Ela me olha de cima a baixo e dá meia volta. — Espero que tenha saudades de mim. — Entra no seu carro e vai embora.
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Esmeralda - Pedras preciosas
RomanceLivro um Sofia tem quatro filhas: Esmeralda, Rubi, Safira e Jade. Esmeralda é uma mulher forte e batalhadora com um coração de ouro. Graças ao seu esforço, consegue emprego na Tales Tec, como recepcionista para poder ajudar a pagar os estudo...