Capítulo trinta e um - Esmeralda

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     Rubí me convence a ver um filme com ela. Safira saiu com Henry e não vai voltar tão cedo, Jade foi terminar de gastar o seu dinheiro, e mamãe praticamente vive na mansão Tales. Eu gosto desses momentos em que ficamos sozinhas conversando ou vendo um filme. Só não precisa ser um filme romântico porque vai me lembrar de Peter.
     Partilhamos o pequeno cobertor e rimos bastante com o filme, mas somos atrapalhadas pela campainha. Rubí levanta e vai abrir a porta. Eu oiço tudo daqui mesmo.
    — Entrega especial para senhorita Esmeralda Jonhanson. — O homem diz.
    Pulo do sofá e vou para lá ver o que está acontecendo. Saio e vejo flores. Muitas flores, tantas que eu não tenho ideia de onde vou guardar tudo isso. Mas eu tenho uma ideia de quem fez isso.
    — Que romântico! — Rubí sorri. — Será que algum dia também vão fazer isso comigo?
    — Quem mandou essas flores? — Pergunto enquanto ele me entrega uma rosa branca, e nessa rosa tem um bilhete.

    Peter Tales

    É tudo que está escrito. Pensei que iria escrever uma das suas mensagens lindas que me enganaram por algum tempo. Eu agradeço, assino e volto para dentro com a rosa. Rubí entra também e fecha a porta.
    — Cada cor de uma rosa tem significado diferente. Ele mandou rosas vermelhas que significam amor e tem essa branca que significa recomeço. — Ela comenta.
    — As brancas significam recomeço? — Pergunto.
   — Sim. Significa que ele quer tentar de novo. — Senta no sofá. — Se ele não está conseguindo conquistar você, a mim ele está com certeza. — Sorri.
   — E o que isso quer dizer? — Olho para ela com medo que possa sentir alguma coisa pelo Peter.
    — Que eu quero que vocês fiquem juntos.
    — Você sabe o que ele fez.
    — Mamãe disse que ele está sofrendo, Esme!
    — Eu também estou sofrendo.
    Ouvimos a porta e nos viramos para ver Jade entrando em casa com algumas sacolas. Como ela conseguiu gastar tanto dinheiro assim?
    — Gastei tudo! Até em coisas que não preciso. — Ela diz.
    — Eu também gastei todo o meu dinheiro. — Rubí ri.
    — E como eu não gastei nem metade?
    — Você não disse que Peter perdoou e disse que você pode ficar com o dinheiro? — Jade olha para mim. — Pensando bem, isso tira a graça da coisa.
    — Se quiserem ficar com o meu dinheiro, estejam a vontade. — Digo. Não quero nada dele.
    — Sério? — Rubí levanta.
    — Eu não quero mais esse dinheiro.
    Elas vão correndo para o quarto, me fazendo rir, depois voltam com o dinheiro dançando de alegria. Não sei como mamãe ainda não descobriu nada sobre isso.
    — A gente vai aproveitar enquanto as lojas não fecharam. — Rubí diz.
    — Não vamos demorar! — Saem correndo e fecham a porta. Minhas irmãs são loucas.
    Pelo menos, elas estão felizes. E Rubí conseguiu comprar muita coisa que ela precisa para a faculdade. A mim bastam aqueles sapatos, os vestidos e o dinheiro que gastei no cabeleireiro.
   Sento no sofá para voltar a ver o meu filme, mas a campainha toca mais uma vez. Se for mais alguma encomenda de Peter, eu vou agora mesmo na casa dele. Não importa o que a senhora Bella vai pensar de mim.
    Levanto para abrir a porta e...
    — Oi!
    Meu coração dispara gritando com medo, quando eu vejo Luke na minha frente. Porquê eu aceitei carona dele naquele dia? O que eu estava pensando? Agora ele sabe onde eu vivo e aqui eu não posso fugir dele. Estou tremendo, mas tento disfarçar. Talvez eu esteja exagerando, porquê ele iria querer me machucar? É mais fácil Madeleine querer me machucar, não ele. Ele apenas gosta das mulheres que estiveram com Peter.
     — O que você faz aqui? — Pergunto.
    E ele entra sem a minha permissão, depois fecha a porta. — Eu quis saber como você está. Peter ligou para mim ontem.
   — Está aqui por causa do Peter?
   — Não. Eu estou aqui por causa de você, Esmeralda. Eu não quero que tenha medo de mim. Eu já disse que seria incapaz de te machucar, meu bem. — Ele sorri e pega numa foto em que estou eu e minhas irmãs.
    — Tudo bem. — Procuro o meu celular em todos os cantos da sala, mas eu não encontro. Devo ter deixado no quarto. Eu estou sozinha aqui, minhas irmãs acabaram de sair. Eu preciso de fazer alguma coisa.
    — Vocês são quatro. Que lindas!
    — Obrigada! — Continuo em pé.
    — Está sozinha? — Ele senta no sofá. — Você está bem?
    — Eu estou bem. — Forço um sorriso. — Você quer alguma coisa?
    — Não. Estou bem.
    — Eu tenho bolo de chocolate que a minha mãe fez. É muito bom, você vai gostar.
    — Não gosto de chocolate. — Ele fica olhando para todos os cantos da casa.
    — Também tem bolo de laranja.
    — Está bem. Pode ser. — Ele olha para mim sorrindo.
    Eu caminho em direção ao corredor e entro no quarto para buscar o meu celular, depois vou para a cozinha. Abro a geladeira e tiro o bolo, depois envio uma mensagem para Peter.

Esmeralda - Pedras preciosasOnde histórias criam vida. Descubra agora