Capítulo trinta e sete - Esmeralda

4K 344 7
                                    

    Passo meu batom vermelho quando minhas irmãs, Jade e Safira, ficam olhando para mim como se eu fosse louca. Acabei de contar para elas que eu perdoei o Peter. Minha mãe não parece irritada, triste ou até mesmo desiludida. Ela sorri e vem me ajudar com o meu cabelo.
    — Eu já sabia. Ouvi o comunicado do Peter ontem pela manhã.
    — Eu sinto muito! Queria ter contado há mais tempo.
    — Não faz mal, filha. — Viro para ela. — Eu já disse que apoio qualquer decisão que você tomar. Além disso, ele parece ter mudado.
    — As mães têm sempre razão, então, acho que está tudo bem. — Jade sorri.
    — Eu não acredito que você disse isso! — Rubí olha para ela como se fosse uma estranha.
    — Por favor! — Ela ri.
    — Já eu não sei o que dizer. Eu ainda não confio nele, mas a decisão é sua e não posso fazer nada.
    — Eu sei que ele mudou. Agora as coisas são diferentes. Agora eu consigo ver que ele está sendo verdadeiro comigo. — Digo.
   — Eu também. — Rubí parece muito feliz.
    — Mas obrigada. Eu só preciso que estejam do meu lado, assim como os Tales estão do lado do Peter.
    A campainha toca.
    — Estaremos sempre do seu lado! — Mamãe me abraça e beija a minha testa.
    — Isso me deixa completamente feliz.
    — Eu vou abrir a porta. — Rubí sai correndo do quarto.
    Jade também vem me abraçar. — Não se acostume com os meus abraços!
    Rio. — Você seria a namorada perfeita...
    — É melhor você nem terminar essa frase, Esme!
    — Claro que não! Desculpa. — Continuo rindo, mamãe também ri porque deve ter entendido.
    — Você tem razão, Esme.
    — O quê? — Jade parece não ter entendido nada.
    — Nada! Eu vou ver se é o Peter que chegou. — Contenho os risos.
    Na verdade, saímos todas do quarto. Peter está sentado no sofá com um buquê de rosas vermelhas. Rubí está olhando para ele sorrindo, depois olha para mim e faz um sinal de que ele é perfeito. Eu não diria perfeito, porque antes eu achava que ele fosse, mas digo apenas que ele é o homem mais compatível comigo.
    Peter levanta quando me vê e sorri. Estou usando um vestido novo que comprei no nosso dia louco de compras. Rubí praticamente me obrigou a levar. Ele é branco com uma pequena abertura no lado esquerdo e com renda nas costas, mas é um pouco decotado. E pelo seu rosto, eu acho que ele gostou.
    — Peter! — Minha mãe vai até ele e dá dois beijos no seu rosto. — Desculpa, mas já não dá para te chamar de senhor Peter, agora que namora com a minha filha.
    — Eu acho que é melhor. — Ele ri.
    — Então, Peter! — Jade fica na frente dele. — Espero que dessa vez seja sério, porque acho que a maldição que lancei contra você deve ter resultado.
   — Sim, resultou. Mas já passou.
   — Jade! — Minha mãe puxa ela para ficar do seu lado. Safira é a única que não diz nada, apenas assiste tudo.
    Peter me entrega as flores. — Para você!
    — Oh, que fofo! — Rubí diz.
    — Obrigada! — Recebo as flores. — Podemos ir? — Pergunto.
    — Claro! — Ele agarra a minha mão. — Até breve! — Despede a minha família.
     — Adeus! — Eu aceno para elas e saímos de casa.
    Nosso namoro agora é oficial, só falta o resto do mundo saber disso. Eu me sinto muito bem por saber que as nossas famílias apoiam o nosso relacionamento. Na verdade, Safira é a única, mas tenho a certeza que irá mudar de opinião com o tempo. Quando perceber que Peter mudou de verdade e que é uma boa pessoa.

    Vamos jantar num restaurante muito bonito, perto do apartamento do Peter. Estamos no piso superior do restaurante, apenas nós dois e está tudo tão perfeito. O clima, a música, a comida, ele, absolutamente tudo. Isso foi um gesto muito romântico e eu adorei.
    Peter está mexendo no celular sorrindo, e eu fico olhando para ele como uma apaixonada que não tem mais cura. Acho que é o estado terminal do amor.
    — Eu não acredito que você é meu namorado. — Digo.
    — Eu acho que vai acreditar depois disso. — Ele mostra o seu celular. — Acabei de mudar o meu estado no Facebook para numa relação. Numa relação com Esmeralda Jonhanson.
    Rio. — Eu devia fazer o mesmo?
    — Claro que sim, assim você afasta os solteiros desesperados e os homens que têm gula de mulheres.
    — Você não acha que é muito cedo?
    — Não. Eu acho que é o momento certo.
    — Está bem. — Pego no meu celular e mudo o meu estado também, depois mostro para ele.
    — Sabe que eu até já fico imaginando como vão ser os nossos filhos?
    Bebo um pouco de vinho. — Você está indo muito rápido.
    — Eu estou apenas muito apaixonado e tenho medo de acordar.
    — Não tenha medo porque tudo isso é de verdade. — Sorrio.
    Ele chama o garçom com um botão, e ele vem rapidamente com uma bandeja. Olho para Peter com os olhos arregalados porque eu não acho que vou conseguir comer mais.
    — Eu estou cheia!
    O garçom deixa por cima da mesa e se retira. Eu olho para Peter que está sorrindo bastante. Isso é muito estranho.
    — Pode ver o que é!
    Estreito os olhos para ele. — Será que é uma sobremesa?
    — Só vai saber quando abrir, meu amor!
    Eu tiro a tampa da bandeja e vejo uma grande caixa de veludo preta. Até já tenho uma ideia do que pode ser. É mais do que óbvio. Eu tenho um namorado milionário, então só pode ser:
     — Uma esmeralda! — Eu abro a caixa. — Um colar de esmeralda, Peter.
    — Exatamente!
    — Você me comprou uma esmeralda só por causa do meu nome?
    — Bem, eu me lembro que tinha me dito que nunca tinha visto uma esmeralda. E presumi também que era a sua preferida.
    — Eu não posso ter uma pedra preferida se eu nunca poderia ter uma. — Ainda não acredito. — Eu não sei o que dizer.
    — Deixa que eu coloco no seu pescoço. — Ele levanta e me ajuda a colocar, depois endireita o meu cabelo e beija o meu pescoço.
    Toco na pedra verde e fico sorrindo completamente feliz. — Meu Deus, Peter!
    Levanto e abraço ele. — Ainda bem que você gostou.
    — Eu acho que as esmeraldas são as minhas pedras preferidas.
    — As minhas também, meu amor! As minhas também.
    — Eu não acredito que tenho uma esmeralda.
    — Você pode ter tudo o que quiser. — Ele me abraça mais apertado. — Eu quero dar tudo, quero dar o mundo.
    — Eu te amo, sabia?
    — Eu sei disso. Eu também te amo.
    Nos beijamos à vontade porque estamos sozinhos e porque não há ninguém aqui que possa nos impedir ou falar mal de nós. Eu estou muito feliz, nem consigo imaginar o que seria de mim se não tivesse perdoado o Peter. Provavelmente, ainda estaria chorando pelos cantos.

Esmeralda - Pedras preciosasOnde histórias criam vida. Descubra agora