Capítulo seis - Peter

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     — Peter!
     Oiço a voz de Esmeralda. Nunca questionei as minhas vítimas, mas eu acho que essa é uma vencedora no que diz respeito à ingenuidade. Talvez seja tudo uma farsa e seja ela a má da fita. Nunca se sabe!
    — Meu amor! Eu quis saber se está tudo bem. Você conseguiu chegar cedo? — Pergunto.
    — Sim. Eu acabei de me arrumar.
    — Ainda bem! Então, nos vemos no trabalho. E não esqueça do nosso encontro. — Digo como se estivesse apaixonado.
    — Claro que não. Nos vemos depois!
    — Até depois! — Desligo.
    Só espero que ela seja mesmo assim e não esteja tentando me enganar. Só preciso que ela tenha mais um pouco de confiança para finalmente me dar o que eu tanto quero. Eu sou paciente e tenho a certeza que no final da semana, posso conseguir isso. Não quero ter uma relação com essa pobre inocente por muito tempo.
    Vou para a sala onde todos estão tomando o café. Sento ao lado de Harris que está olhando para mim como se eu tivesse cometido um crime. Na verdade, para Harris tudo o que eu faço é errado. Mas eu entendo porque ele é um certinho.
    — Bom dia! — Digo.
    — O que houve com você, meu filho? Ontem não atendia as minhas ligações. — Minha mãe olha para mim.
    — Desculpa, mãe!
    — Tenho a certeza que Peter teve um bom motivo. — Nicholas olha para mim como se soubesse de tudo.
    Sofia entra na sala e coloca frutas, pães e o café na mesa. — Bom dia, senhor Peter! — Ela sorri.
   — Bom dia, Sofia!
   — E o que mesmo você estava fazendo? — Harris pergunta.
   — Você sempre desconfiando de mim, não é, Harris? — Digo servindo café.
    Sofia se retira, não sei porquê, mas Nicholas começa a sorrir. — O que seria de nós sem a Sofia? — Ele olha para mim.
    — Você tem razão, Nick. Ela é a melhor pessoa que eu conheço. — Mamãe diz. — Tenho que fazer alguma coisa por ela.
    — Concordo. — Nicholas diz.
    — Eu também. — Harris bebe seu café. — Eu tenho que ir.
    — Filho, você sai sempre tão cedo, eu sei que quer deixar seu pai orgulhoso, mas não está exagerando?
    — Claro que não. Eu gosto de rever tudo antes de começar o trabalho. Tenho que chegar cedo para fazer isso.
    — Como é que a gostosa da Maise ainda está com você? — Renner pergunta.
    — Renner! — Minha mãe repreende.
    — Às vezes, eu penso que sou adotado. — Harris levanta e beija a testa da minha mãe. — Desculpa, pelo comentário, mãe. — E ele sai.
    — Nunca mais faça isso! — Mamãe olha para Renner.
    — Desculpa, mãe.
    Eu como lentamente, degustando do meu café, quando Renner abre a boca novamente. Sinceramente, às vezes, eu concordo com o comentário de Harris.
    — Você precisa de uma namorada, Peter! — Ele diz.
    Mamãe arregala os olhos, depois olha para mim preocupada quando percebe que eu parei de comer. Ela acha que eu ainda não esqueci Madeleine. Não sei como faço para provar que eu esqueci.
    — Porquê você não se mete na porra da sua vida? — Pergunto para ele.
   — Peter, por favor, palavrões não! — Minha mãe olha para mim.
    — Será que pelo menos uma vez, podemos tomar o café como uma família normal, sem brigas? — Nicholas pergunta, mas está achando isso engraçado.
    — Porquê você também não arruma uma namorada? — Olho para ele.
    — Não precisa descontar a sua raiva em mim! — Ele diz irritado. — Mamãe!
   — O quê? Vai chorar no colo da mamãe, como você faz sempre? — Pergunto.
    — Eu acho que já vou. — Renner se levanta.
    — E você! Devia fazer alguma coisa útil, pelo menos uma vez nessa sua vida ridícula. — Digo.
    — Peter, não fale assim com os seus irmãos! Foi um comentário inofensivo.
    — É melhor eu ir trabalhar. — Levanto e vou pegar as minhas coisas para sair de casa. Espero que as coisas no trabalho estejam melhores.

    Temos uma pequena reunião com Savage, mas como os meus queridos irmãos são bastante competentes, eles anotam tudo por mim. Enquanto isso, eu fico conversando por mensagem com a mulher dele e arranjando um jeito de me encontrar com ela hoje a noite.
    Peter: Tem a certeza que não quer?
    Halley: Eu quero, mas muito cuidado. O Savage disse que vai viajar amanhã.
    Peter: Eu sei, ele acabou de dizer isso. Mas vai ser rápido. Tenho a certeza que não vê a hora de se livrar do coroa.
    Halley: Com certeza. E quero que hoje me faça esquecer que eu conheço aquele idiota.
    Peter: Pode deixar. Você vai esquecer até de quem você é.
    Halley: Depois a gente se vê! Beijos.
    Peter: Me dê pessoalmente.
    Eu sorrio e bloqueio o celular para olhar para o rosto de idiota do Savage, que já está terminando a reunião. Gostaria de saber se ele não desconfia nem 1% de Halley. Mas eu entendo. Eu também não desconfiava de Madeleine.
    Quando a reunião termina, eu levanto e vou para a minha sala. Harris me segue e fecha a porta. Eu até já sei sobre o quê ele vai dizer.
    — Posso fazer uma pergunta? — Começa.
    — Se tem a ver com a Halley, então não! Você não pode!
    — Tudo bem. Então, eu vou me retirar. Eu vou almoçar com Nicholas, você quer se juntar a nós?
    — Não!
    — Está bem. — Ele sai e fecha a porta.
    Pego no telefone para ligar para Esmeralda. Tenho vontade de desmarcar o nosso encontro, mas também quero que confie em mim o mais rápido possível, depois vou garantir que esteja pronta. Seria bom se tivesse resolvido esse problema ontem.
    — Tales Tec, em que posso ajudar?
    — Sou eu, meu amor! — Não sei se existe melhor ator do que eu.
    — Peter? Porquê está me ligando? — Ela parece um pouco surpresa.
    — Eu queria ouvir a sua voz.
    — Eu estou trabalhando. Tem muita gente aqui. — Posso não ver o seu rosto, mas sei que está sorrindo.
    — Está bem. Mas a gente vai se encontrar no RED. Eu vou tratar de tudo.
    — No Red? Eu não sei se vão me deixar entrar nesse lugar.
    — Eles vão. Já disse, vou tratar de tudo. Confia em mim!
    — Eu confio. — Ela diz. Mas não confia o suficiente para transar comigo, não é?
    — Ótimo! Até depois!
    — Até depois! — Ela desliga.
    Nicholas entra no meu escritório com alguns documentos e joga na minha mesa. Vejo o monte de papéis que tenho que ler porque estou fazendo todo o trabalho do papai. Às vezes, ser o mais velho é ruim. Em situações como essa, por exemplo.
    — Papai disse que precisam ser vistos hoje. Se precisar de ajuda, sabe onde me encontrar. — Ele se vira para sair.
    — Nick!
    Ele olha para mim. — Algum problema?
    — Desculpa! Eu descontei a minha raiva em você essa manhã.
    — Eu não me ofendi. Devia era pedir desculpas no Renner. — Ele diz e sai.

Esmeralda - Pedras preciosasOnde histórias criam vida. Descubra agora