Capítulo trinta e quatro - Peter

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     Esmeralda ainda não disse uma palavra. Eu me afasto dela já sabendo o que esse silêncio significa. Nem tudo pode ser consertado. Eu errei feio com ela, fiz a pior porcaria da minha vida. É claro que as coisas não poderiam ser assim tão simples. É claro que Esmeralda nunca vai me perdoar.
    Sento no sofá e fecho os olhos. — Eu entendo. Então, tudo termina aqui. Não precisa se sentir mal por me dizer essas coisas, está bem? O erro foi meu e o castigo também é meu. Eu só estou pagando pelo que eu fiz. Só lamento que tenha terminado assim. — Olho para ela e seguro as minhas lágrimas. —  Eu desejo que você seja muito feliz.
    Levanto para ir embora, mas ela segura o meu braço e me beija. Eu faço o mesmo e agarro ela nos meus braços, beijando sua boca desesperadamente, matando as saudades que senti durante esse tempo todo. Eu estava precisando disso, dela mais do que tudo.
    E quando a gente mata saudades, o beijo é mais gostoso, mais quente. Sinto sua boca, sinto ela se entregando para mim através do seu beijo, me mostrando que também estava com saudades, mostrando que também precisa de mim. Ambos precisávamos nos entregar de uma vez e acabar com todo esse sofrimento.
    Nos beijamos até que fica difícil respirar e quando nos afastamos, eu dou um abraço apertado na mulher que roubou o meu coração. Eu quero sentir o vazio sendo preenchido, eu quero sentir ela nos meus braços. Seguro as lágrimas e sussurro no seu ouvido.
    — Eu estou falando sério quando digo que eu te amo. O que sinto por você é a forma mais intensa de amor. Me deixa eu te mostrar o quanto eu posso te amar, te proteger, o quanto eu sou seu, meu amor! Dessa vez vai valer a pena. Eu prometo!
    Ela olha para mim. — Então, me mostre!
    Sorrio. — Isso significa que você é minha namorada?
    Ela também sorri. — Depende. Aceita que eu pague uma bebida para você?
    — Claro que eu aceito!
    Ela me abraça mais apertado e beija o meu pescoço. — Então, eu sou a sua namorada.
   — Você acabou de me tornar o homem mais feliz do mundo.
    — Então, vamos tomar alguma coisa?
    — Agora? — Pergunto.
    — Porquê não?
    — Porque eu me lembro que eu disse a você que se me perdoasse, eu beijaria você, a abraçaria e depois eu ia levá-la para o meu apartamento, mas como estamos mais próximo do meu quarto aqui no Colors...
    — Eu prefiro que a gente vá comemorar primeiro.
    — Está bem. Você é que manda. — Beijo a sua testa.
    Entramos no elevador ainda abraçados e nos beijamos mais uma vez. Acaricio os seus cabelos negros, enquanto olho para ela. Esmeralda sorri para mim timidamente e entrelaça as nossas mãos. Eu quero que todo mundo saiba que estamos juntos, não tenho mais nada a esconder.
    Saímos do elevador e vamos até ao bar. Olho para a minha namorada. Céus! É tão boa a sensação de ter Esmeralda só para mim. Eu não estou acreditando que ela me perdoou. Se for um sonho, eu não quero acordar.
    — Então, vai mesmo pagar uma bebida para mim? — Pergunto.
    — Claro que sim. Porquê? Acha que sou tão pobre assim?
    — Não. Eu não quis dizer isso.
    — Ainda bem. — Ela olha para o barman sorrindo. Estava com saudades desse lindo sorriso. — Eu quero uma coisa leve.
    — Eu quero uma cerveja! — Digo.
    O barman enche nossos copos, e eu aproveito para dar um rápido beijo para ela. Esmeralda sorri para mim, mas parece envergonhada. Ela não tem que ter vergonha porque eu quero que todo mundo saiba. Eu vou mostrar para ela que dessa vez vai valer a pena, eu vou fazer de tudo para que isso dê certo.

    Depois de alguns drinks, eu levo a minha namorada para casa porque ela insistiu. Eu imaginava que a gente ia terminar a nossa noite, fazendo amor, mas Esmeralda quis ir embora. Eu só espero que esteja tudo bem entre a gente e que não tenha feito ela ficar com trauma de sexo ou alguma coisa assim, deve ser apenas impressão minha.
     — Eu ligo para você depois, meu amor. — Olho para ela. — Mas eu posso levar você para o trabalho?
    — Não quero te incomodar, Peter!
    — Eu quero fazer isso.
    — E se a gente se encontrar depois do trabalho?
    — Eu vou ter saudades, mas está bem. Você é que manda, meu amor! — Nos beijamos uma última vez, antes de Esmeralda descer.
    Ela acena para mim e entra em casa. Eu também vou para casa festejando o caminho todo. Festejando por ter conseguido o perdão de Esmeralda, por estarmos juntos novamente. Eu estou muito feliz e nada nem ninguém pode estragar a minha felicidade nesse momento.
    Chego em casa e encontro minha mãe na sala com o meu pai. Eu vou abraçá-los sem dizer nada e depois vou para o quarto de Nicholas praticamente dançando. Ele olha para mim com curiosidade, mas tenho a certeza que sabe que eu estou feliz. É graças ele que tudo correu tão bem.
    — Eu alguma vez disse que te amo? — Vou até ele.
    — Obrigado! — Ele foge do meu abraço.
    — Muito obrigado. Esmeralda me disse que foi você que a convenceu a falar comigo.
    — Sim, mas não precisa me abraçar. Um obrigado basta. — Ele me empurra.
    — Obrigado! Eu não sei o que fazer para retribuir o que fez por mim, Nick. Eu te amo!
    — Está bem. Pode parar com isso? — Ele ri. — Não quero sentir saudades do outro Peter.
    — Eu sei que não sentiria.
    — Agora, pode me deixar sozinho? Estou tentando ler o meu livro.
    — Claro! — Abraço ele. — Obrigado!
    Saio do seu quarto gritando de felicidade, depois de devolver seu cartão do Colors que estava com Esmeralda. Não acho que vou conseguir dormir de tanta felicidade que estou sentindo.

Esmeralda - Pedras preciosasOnde histórias criam vida. Descubra agora