Capítulo vinte e sete - Esmeralda

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     Quis saber porquê Peter não veio trabalhar ontem, depois que ele me deixou no trabalho. Eu notei que ele não estava bem, seria por alguma coisa que eu disse? Pode ser que ele esteja com algum problema ou esteja mesmo arrependido. Por outro lado, talvez seja isso que Peter quer que eu acredite.
    Recebi uma mensagem do meu admirador ontem, uma mensagem que eu achei muito fofa e que me deixou com mais vontade ainda de querer saber quem é ele. Pelas mensagens, deve ser alguém romântico. Mas do que vale tanto entusiasmo, se eu gosto do Peter?
    Eu gosto, estou apaixonada, amo o Peter Tales. Amo os seus olhos azuis claros que me fazem perder o sentido, sua boca bem esculpida, seu cabelo macio e sedoso, seu sotaque britânico que é capaz de matar qualquer mulher, seu corpo, seu sorriso, sua inteligência, absolutamente tudo. Claro, menos a sua personalidade.
     Envio uma mensagem para o meu admirador. Já está na hora de eu seguir em frente e esquecer Peter Tales de uma vez por todas. Eu quero começar algo verdadeiro com alguém, mas claro que não confio nesse homem. Talvez com o tempo. Mas eu quero muito saber quem é ele.

    Esmeralda: Eu amei as mensagens.
    Admirador: Eu tenho muitas mais se você quiser.
    Esmeralda: Eu quero saber quem é você. A gente pode se encontrar?
    Admirador: Desde que eu escolha o dia e o lugar.
   Esmeralda: Como eu vou saber se você não é um psicopata, um misógino que quer me matar?
    Admirador: Não pode. E faz bem em não confiar em qualquer pessoa. Mas acredita que eu só quero fazer você feliz.
    Esmeralda: Então, podemos nos encontrar em um lugar público?
    Admirador: Mas e se eu quiser privacidade?
    Esmeralda: Mas é muito arriscado para mim.
    Admirador: Pode ser amanhã. No parque que fica atrás da Tales Tec. O que você acha?
   Esmeralda: Combinado.

    Guardo o celular e fico olhando para Peter, que acaba de sair do elevador com Harris, mexendo no celular, depois olha para mim e pára seus passos. Eu finjo que não o vi e arrumo as minhas coisas para poder ir embora. Peter merece todo o meu desprezo, o que ele me fez não tem perdão.
    — Você está estranha, Esme! — Rebecca diz, quando saímos.
    — Eu estou bem.
    — Você sempre fica estranha quando está perto dele. Acho que isso significa que ainda gosta dele.
    — Não vamos falar sobre isso, por favor!
    — Senhorita Jonhanson! — Oiço Peter. Eu poderia continuar, mas não posso fazer isso. Não posso desrespeitá-lo na frente dos seus empregados, senão vão fazer o mesmo ou até mesmo achar que a gente tem alguma coisa.
    — Senhor Tales! — Viro para ele.
    — Preciso falar com você.
    Rebecca olha para mim. — A gente se vê amanhã. — Ela me despede.
    Me aproximo de Peter, que agora está sozinho. Ele olha para os lados e me leva para o estacionamento. Eu dou dois tapa no seu rosto, fazendo ele me prender no seu carro.
    — Me solta, Peter!
    — Eu sei que eu mereço tudo isso, mas eu preciso falar com você.
    — E o que você quer falar? Podemos conversar como dois adultos, me solta! — Ele me solta.
   — Desculpa!
   — Diga logo o que você quer! — Endireito a minha camisa.
   — É sobre o Luke. Meu amor, tenha cuidado com ele, por favor!
    — Eu não sou o seu amor.
    — Ele confessou que só está atrás de você por minha causa. Ele sabe que eu gosto de você! — Segura a minha mão.
    — Está bem. Eu vou ter cuidado.
    Peter tira alguma coisa do seu carro e me entrega. Uma caixa de chocolates enorme. Eu quero dizer alguma coisa, mas ele apenas me dá e sobe no carro, me deixando sozinha no estacionamento. Eu não sei o que fazer com isso, mas vou pensar em alguma coisa.

    Volto para casa com a caixa de chocolates e fecho a porta do quarto. Rubí está no quarto, conversando com Safira quando eu entro. Eu vou para a minha cama e começo a chorar, não me importando que elas me vejam. Safira vem me abraçar e olha para a caixa de chocolates.
    — O que ele fez dessa vez? — Pergunta.
    — Ele só disse para eu ter cuidado.
    — Ele deu isso para você? — Rubí fica ao meu lado também.
    — Sim. Eu não consigo odiar ele. Eu só odeio saber que ele me fez sofrer.

Esmeralda - Pedras preciosasOnde histórias criam vida. Descubra agora