Sempre quis que esse momento acontecesse, sempre quis que Peter me beijasse, mas eu sinto que esse não é o momento para a gente fazer amor. Eu sempre quis que fosse perfeito, mas a gente nem está namorando. E eu percebo que a gente foi longe demais quando ele desamarra o seu robe e passa a mão pela minha perna.
Eu me afasto dele antes que continue e não consiga mais parar. Seu beijo é viciante, seu toque é carinhoso e causa algo incrível em mim. Tudo isso parece um sonho para mim, mas eu não quero que as coisas aconteçam assim. A gente não devia ir mais longe. Eu não acho certo que a gente tenha sexo sem compromisso.
— Desculpa! — Digo.
— O que houve? — Ele segura as minhas mãos. Seu toque é muito bom, não tenho coragem de afastá-lo porque sempre quis sentir o calor das suas mãos.
Sempre quis sentir sua boca, seu toque, sempre quis sentir seus braços ao redor de mim, mas não desse jeito. Como dois adultos que mal se conhecem e decidem passar a noite juntos. Eu sei que talvez tenha sido a emoção do momento, mas não pode acontecer.
— Desculpa, mas eu não posso. É rápido demais. — Olho para ele.
— Você tem razão. Desculpa eu. Acho que me deixei levar pelo momento e você é tão perfeita... — Ele parece arrependido. — Não quero que tenha uma má impressão sobre mim.
— Não! Claro que não. Eu entendo. A gente está sozinhos aqui e somos de sexos opostos, é normal. — Não sei porquê disse uma coisa dessas.
— Você me perdoa? — Pergunta. Não acho que precisa de um pedido de desculpas, mas ele é assim, bem educado, respeitoso, um bom homem. É por isso que eu sou apaixonada por ele.
— Sim.
— Mas eu não posso pedir perdão pelo beijo. Eu quis beijar você.
Quero pular com essa revelação. Se quis me beijar significa que gosta de mim, não é?
— P-Porquê? — Gaguejo.
— Não importa! É melhor a gente dormir. Eu sinto muito. — Ele se afasta e vai vestir algo confortável para dormir. Eu deito na cama com robe mesmo.
Acho que está se sentindo um pouco mal por quase termos transado. Mas ele não precisa se sentir assim. Eu também me deixei levar pelo momento e pelo amor que eu sinto por ele, mas é claro que não tenho coragem de dizer isso para ele. Sou capaz de estragar as coisas.
— Peter...
— Realmente, eu sinto muito! Se calhar é melhor eu dormir no chão. — Ele parece muito arrependido.
— Não precisa! Eu confio em você.
Digo porque é verdade, não porque quero que ele se sinta melhor.
Peter caminha até mim e deita ao meu lado na cama. Ele olha para mim e suspira. — Eu também confio em você.
— Obrigada! — Deito também, olhando para o teto.
— Não é fácil encontrar alguém que goste de mim de verdade. — Ele diz. — Devo ter algum problema ou é por causa do dinheiro, entende? Elas só se aproximam por isso. Não acho que alguma vez, alguém realmente tenha gostado de mim de verdade. — Ele está triste. Isso que ele está dizendo é horrível. Eu entendo porquê se sente assim.
— Você só encontrou as pessoas erradas. — Olho para ele.
Tenho vontade de dizer que eu estou aqui, que eu gosto dele e que eu faria qualquer coisa para vê-lo sorrir. E realmente faria porque meus sentimentos por ele são totalmente legítimos. Eu quero fazer esse homem feliz e se sentir amado.
— Mas você parece ser diferente. Eu não quero te deixar assustada, não quero que fuja de mim, mas eu sinto que você...
— O quê? — Pergunto curiosa.
— Não. É melhor esquecer.
— Pode dizer!
— Eu sinto que pela primeira vez, eu encontrei alguém que pode me mostrar que o amor vale a pena. — Sinto meu coração derretendo quando diz isso.
— E-Eu?
— Sim. — Ele segura a minha mão. — Esmeralda, eu sei que você é especial. Você não é como as outras mulheres.
— Muito obrigada.
Ele me vira para ele e toca o meu rosto de um jeito delicado, suave, de um jeito diferente. Quando ele olha para mim como se estivesse apaixonado, ele me beija, e eu deixo que faça isso. Parece mentira, mas eu estou passando a noite com o homem dos meus sonhos.
— Faça amor comigo! — Ele sussurra no meu ouvido.
Olho para Peter com uma vontade enorme de fazer o que ele quer, mas eu não posso. A gente não está juntos e eu não acho que estou pronta. Pelo menos não agora. Isso é tudo muito novo para mim e eu não sei quais são os passos a dar. Não quero estragar tudo com ele. Muito menos comigo mesma.
— Eu faço qualquer coisa. Mas eu gostaria que fosse perfeito. — Digo. — E eu não estou pronta para isso.
Ele olha para mim e acaricia o meu rosto. — Eu farei com que seja perfeito. Quando você estiver pronta para mim.
— Mas... eu nem sou a sua namorada.
— Você gostaria?
— Eu sempre quis... você...
— Então, porquê a gente não tenta? — Ele beija a minha testa.
— De verdade? Você quer tentar? Comigo?
— Sim. Se você quiser.
— Eu quero. — Digo quase que imediatamente. Peter sorri e me puxa para deitar no peito dele. É tal como eu imaginava, quente e confortável. Acho que passou a ser o meu lugar preferido.
— Então, vamos tentar. — Ele sussurra.
Fecho os olhos sorrindo, mas no fundo tenho medo que isso seja mais um daqueles sonhos que eu tenho sempre, em que Peter me pede em namoro e eu aceito, depois acordo na minha cama e fico triste.
Ele passa a mão no meu cabelo e acaricia as minhas costas. Até o mais singelo toque enlouquece a minha alma. E com ele eu sinto uma paz que mais ninguém pode gerar. Se isso não é amor, eu não sei o que é.
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Esmeralda - Pedras preciosas
RomanceLivro um Sofia tem quatro filhas: Esmeralda, Rubi, Safira e Jade. Esmeralda é uma mulher forte e batalhadora com um coração de ouro. Graças ao seu esforço, consegue emprego na Tales Tec, como recepcionista para poder ajudar a pagar os estudo...