Esmeralda - Pedras preciosas

Capítulo trinta e dois - Peter

      Eu gostaria de saber o que significa Esmeralda ter gostado das flores. Será que significa que ela gostou que "eu" tivesse mandado flores ou simplesmente gostou das flores? Significa que as coisas entre a gente mudaram? Ou será que continuamos do mesmo jeito?
    Será que eu devo mesmo continuar? Quer dizer, eu estava decidido a desistir dela, mas hoje aconteceram algumas coisas e agora eu já não sei se continuo ou desisto.
    Adorei quando ela veio me abraçar, mesmo que estivesse apenas com medo, que fosse um momento em que não estava em si, eu gostei de ter Esmeralda nos meus braços. Agora eu já não sei se vale a pena. Porquê tem que ser assim tão complicado?
     — Peter! — Minha mãe me chama.
     — O quê? — Pergunto sem entender. Todos na mesa olham para mim.
     — Você não comeu nada, filho. — Meu pai diz.
     Olho para o meu prato. Não toquei em nada e não tenho muito apetite. — Eu... eu acho que vou para a cama.
    Saio da mesa e vou rapidamente para o meu quarto. Sofrer por amor é uma merda que não dá para suportar. Eu estou cansado disso, de tudo. Ainda por cima, Esmeralda me deixou com dúvidas. O que é suposto eu fazer?
    Procuro o meu celular e ligo para Esmeralda, eu não sei o que estou fazendo, apenas estou fazendo. E para o meu azar, ela não atende. Eu sabia que estava feliz sem motivos. Eu sabia que não ia dar em nada.
    Deito na cama e seguro as lágrimas, quando Renner entra no meu quarto sem bater. Logo no momento em que eu estava precisando ficar sozinho. Eu não gosto que me vejam chorando. Minha mãe é a única que pode me ver assim porque não me julga. Ela sempre me diz que não faz mal um homem chorar.
    — O que ela fez dessa vez? — Renner senta na cama.
    — Ela não fez nada. Apenas Luke que passou dos limites. Ele foi na casa da Sofia, mas já resolvi o problema.
    — E ela não gostou das flores?
    — Ela disse que gostou. Eu já não sei de mais nada. Liguei para ela agora, mas não atende.
    Sento e olho para ele. Renner pega no meu celular e olha para mim como eu fosse uma adolescente dramática. Eu apenas tive um pouquinho de esperança, agora já não tenho. Ela só estava me agradecendo por ter ajudado com o Luke, nada mais.
    — Estar apaixonado é estranho. — Ele diz.
    — Eu não sei o que dizer para você sobre isso, Renner.
    — Diga como eu vou saber que estou apaixonado?
    — Tem alguém em mente? — Consigo sorrir. Meu irmão mais novo, que eu coloquei no colo está apaixonado.
    — Ainda não. Eu apenas notei algo estranho. Você vai achar ridículo!
    — O quê? Pode dizer, prometo que vou ajudar.
    — Eu acho que alguém gosta de mim. Não tenho a certeza, mas essa pessoa nunca falou comigo e agora eu percebi.
    — Olha, quando estamos apaixonados, nosso coração acelera quando vemos essa pessoa. — Olho para as minhas mãos. — Você faz muitos planos na cabeça de quando vocês ficarem juntos, entende? Cria vários momentos na cabeça. Várias vezes, você fica sem sono, pensa nela o tempo todo. É tanta coisa, mas você vai saber quando estiver apaixonado. Acredite em mim. — Olho para ele. — E um grande conselho de irmão, não tente negar seus sentimentos, principalmente se essa pessoa ama você, senão vai se arrepender amargamente. Você não quer passar pelo que eu passei ou estou passando. Nem todas as mulheres são Madeleine.
    — Eu confesso que às vezes eu fico com medo. Tenho medo de... — Ele desvia o olhar. — Eu tenho medo de chorar.
    — Se tem uma coisa que eu aprendi é que chorar não te faz menos homem.  Eu sei que a sociedade coloca na nossa cabeça que é uma idiotice um homem chorar, mas não é verdade.
    — Eu não tenho medo de chorar. Tenho medo de chorar por amor. Tenho medo de ser machucado como Madeleine fez com você. — Encaro o meu celular nas suas mãos.
    Eu sabia que os meus irmãos foram terrivelmente afetados pela minha ex-namorada. Todos nós fomos, na verdade. Meus pais desconfiam de todas as suas noras, meus irmãos têm medo de se apaixonar. Acho que Harris é o único que está bem.
    — Nem todas as mulheres são ruins. Esmeralda não é ruim, e o meu erro foi não ter tratado ela do jeito certo. Esmeralda é boa, ela sempre foi apaixonada por mim, ela... deixou bem claro. Até a forma como olhava para mim era diferente. E sabe porquê eu estraguei tudo? — Fecho os olhos, sentindo uma dor profunda no meu peito. — Porque eu estava com medo de me entregar de novo. Se eu soubesse, se eu tivesse agido antes, eu não estaria aqui lamentando.
    — Eu entendo.
    — E quem é essa mulher? Eu conheço?
    — Não. Ela é linda, inteligente e eu acho que gosta de mim.
    — Porquê você acha que ela gosta de você?
     — Porque conversamos bastante, ela gosta de sair comigo e é uma pessoa agradável.
    — Seus olhos brilham quando olha para você?
    — Eu não sei.
    — Está sempre sorrindo quando está com você?
    — Eu não sei. Acho que não.
    — Você não gosta dela. Se gostasse, teria notado todos os sinais. — Digo.
    — Você acha?
    — Sim.
    Meu celular vibra. Renner olha para ele e mexe sem a minha permissão. Me aproximo dele e tiro à força das suas mãos. E nesse momento, eu tenho vontade de me jogar no chão e pular de alegria.
    — É uma mensagem da Esmeralda! Ela... enviou uma mensagem!
    — Então leia!
    Desvio o olhar. — Eu não tenho coragem.
    Renner revira os olhos e pega no meu celular. — Ela diz: Desculpa não ter atendido, eu estava jantando e deixei o celular no quarto.
    — Sério? — Sorrio.
    — Sim. Eu posso responder se você quiser.
    Recebo o celular respondo a mensagem de Esmeralda: