Capítulo quatro - Peter

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       Esmeralda olha para mim inocentemente, tão inocentemente que chega a causar um pouco de excitação em mim. Eu sei que ela não percebe o que está acontecendo, deve estar confusa e não deve saber que está prestes a se entregar para mim. Está prestes a ser minha.
    Mas isso é normal. A coitada não deve ter experiência nenhuma nesse mundo. Se ela confia em todo mundo, só vê bondade nas pessoas, ela pode sofrer muito nessa vida. Mas isso não é problema meu. Na verdade, estou até ajudando ela a abrir os olhos e perceber que o mundo não é um conto de fadas. Ela precisa entender que o mundo não é para as pessoas ingênuas, para as pessoas adoráveis que acham que tudo é cor de rosa. Que ela perceber isso, vai aprender a sobreviver nesse mundo de predadores esfomeados.
    E eu sei que não sou o melhor ator, mas ela não desconfiou de mim nem um pouco, não percebeu que nada foi acidental. Eu planejei tudo. Meu carro não avariou, meu celular tem bateria e paguei por esse quarto antes de me encontrar com ela. E o meu plano funcionou na perfeição. Estamos aqui, só falta ela tirar a roupa e a gente transar.
    Digamos que sou bom com planos e a enganar as pessoas. Sou muito bom a mentir e a inventar desculpas. Eu sei que não se deve se orgulhar dessas coisas, mas isso pode salvar vidas. Cada um mente do seu jeito, cada um vive a sua vida e cada um recebe o que merece. Só que ela é muito ingênua, ela nem percebeu que o carro não estava avariado.
    Eu seguro a sua mão, que está tremendo um pouco. — Está tremendo! Porquê está tremendo?
   Olho para seus olhos verdes. Eu acho que ela percebeu o que está acontecendo, quer dizer, eu tirei a roupa e me aproximei dela de um jeito sexy. Não preciso de fazer um desenho para que ela perceba que eu quero transar com ela. Ou será que preciso?
    — Nada! — Ela responde. Pelo menos não se afasta, não grita ou tenta fugir. Gosto quando as vítimas colaboram.
   — Eu vou tomar um banho. Você quer? — Olho para seus peitos.
   — Talvez... Talvez depois. — Ela não se move. Dou mais um passo, se eu der mais estaremos nos beijando.
    Mas eu não faço isso. Não agora, a noite ainda é uma criança e eu tenho muitos planos. Não vejo a hora de tirar essa roupa e esquecer dos problemas. Eu quero rir, mas me contenho. Não posso estragar o meu plano. A vítima vai colaborar comigo. Eu sei que sim. Acho que já está tão envolvida que é capaz de fazer o que eu quiser. A sensação é ótima. Alguém na sua mão, para fazer e desfazer. Não sei se existe vítima melhor do que essa.
    — Não. Vá você primeiro. — Me afasto para deixar ela mais à vontade. Mas só por agora, porque depois eu não terei piedade.
    — E-Está bem. — Ela caminha até o banheiro e fecha a porta.
    Eu aproveito para pedir o serviço de quartos. Peço um jantar romântico, porque tenho a suspeita de que Esmeralda gosta de romance. Ainda bem que não esqueci o nome dela. E que já tenho o número dela. Eu sempre soube que as coisas seriam fáceis.
    Desligo o meu celular, tiro a minha calça e cueca boxer, ficando completamente nú. Eu vou até ao banheiro e abro a porta devagar para espreitar. Eu só não jogo ela contra a parede e beijo a sua boca nesse momento, porque sei que estaria sendo agressivo. Com ela, eu preciso ser um pouco delicado.
    Esmeralda está ligando o chuveiro agora, e deixa dizer que ela é bem gostosa. Tenho bom gosto, sei escolher esse tipo de material. Pena é que nunca sei o que vem por dentro.
    Não sei esse é o momento certo, apenas fico observando a água escorrendo pelo seu corpo, ela se esfregando como se soubesse que estou vendo tudo e isso só piora as coisas para mim. Acho que se eu entrar ali, ela vai ficar assustada ou é capaz de ficar com raiva. Mas se eu não conseguir transar com ela no chuveiro ainda tenho outra chance. A gente vai dormir na mesma cama e não tem como a gente só dormir. Eu vou me certificar disso.
    Eu me afasto da porta e visto um robe. Não acho prudente ela saber como a situação está. Talvez depois a gente se divirta. Só preciso me acalmar e ter paciência porque Esmeralda é diferente. Não posso estragar tudo. Não cheguei tão longe para nada.
    Eu sei que ontem eu fiquei com Halley, hoje estou desesperado para ficar Esmeralda. Eu acho que estou ficando viciado. Mas não é problema nenhum eu ficar com mulheres, eu não tenho compromisso sério com ninguém. E quero que as coisas estejam assim por algum tempo. Mas se Esmeralda me obrigar a isso, porquê não? Talvez uma ou duas semanas eu namoro com ela e depois quebro seu coração de manteiga. Não seria ruim brincar um pouco.
    Fico esperando ela terminar, vendo TV por alguns minutos, até que ela sai do banheiro, vestindo um robe. Eu levanto e vou até ela, que está adorável. Gostaria de poder tirar esse robe e...
    — Algum problema? — Pergunta, me tirando dos meus devaneios.
    — Apenas... você é linda! — Acho que essa é a única verdade que alguma vez contei para ela.
    Ela sorri. — Obrigada.
    — Bom, agora é a minha vez. Eu já pedi o jantar. Você vai adorar.
    — Está bem.
    Eu passo por ela e entro no banheiro, onde além de tomar banho penso num jeito de terminar a minha noite em grande. E amanhã será um novo dia. Mas eu ainda penso em brincar mais um pouquinho. Por pouco tempo.
    Mas é claro que eu não vou deixar de me encontrar com Halley. Halley e eu temos um pacto. Ela chama de pacto de sexo, mas não importa. A gente sempre vai se encontrar independentemente se a gente estiver com alguém, o que no meu caso é um pouco complicado. Depois de Madeleine, não tive nenhum relacionamento sério. Digamos que nunca mais confiei em nenhuma mulher. Até as mais santinhas, porque Madeleine também parecia uma santinha quem nem a Esmeralda. Possivelmente, Esmeralda seja igual a ela, ou mesmo que não seja, pode vir a ser. Mas isso já não me importa. Eu arranjei outro jeito de viver a minha vida.
    Tomo o meu banho para poder jantar porque estou com muita fome. Mas não tenho apenas fome de comida. Estou me segurando muito com essa mulher. A gente vai chegar lá. Devagar, mas a gente vai chegar.

Esmeralda - Pedras preciosasOnde histórias criam vida. Descubra agora