MARLENE MCKINNON

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-Ele é um idiota – falei pela quinta vez para Lily que estava ainda chateada com as coisas que James falara para ela na noite anterior. Mas nada do que eu falava parecia animar minha amiga.
Eu teria que lembrar de realmente derrubar ele da vassoura quando estivéssemos no primeiro treino apesar de eu concordar com ele que Ludo era um idiota imprestável que só servia para jogar no time, mas não queria entrar em uma discussão com Lily. – Ele está com inveja do Ludo, provavelmente ouviu nossa conversa e teve um ataque de ciúmes.  
-Você tem razão. - Resmungou ela abrindo a mochila e retirando o livro de poções. - Quer saber, eu acho que tenho um para-raios de garotos idiotas, primeiro Severo, agora James, não me surpreenderia se Ludo fosse um idiota também.  
Nós duas demos risada.  A primeira aula era de poções, iriamos fazer junto com os alunos da Corvinal, o que nos deixava extremamente chateados porque sabíamos que eles tinham sempre a resposta para todas as perguntas e nos deixavam comendo poeira no quesito inteligência. Lily, Alice, Dorcas e eu fomos as primeiras a chegarem, Alice obviamente se refugiou ao lado de Frank – os dois estavam muito mais próximos esse ano – e logo em seguida a sala começou a se encher com todos os alunos.  Me atrevi a olhar para trás e os primeiros olhos que vi foram os dele, lá atrás, na última mesa ao lado de James que simplesmente jogou a mochila sobre a mesa e olhou em nossa direção furioso, Sirius também não parecia muito contente com a vida. Pisquei para ele sorrindo e me virei novamente para a frente. 
-Nem me diga. - Lily murmurou. 
-Ok! - controlei uma risadinha. 
-Sejam bem-vindos para o último ano! – O Professor Slughorn apareceu de supetão na sala pegando todos nós de surpresa, ele estava realmente animado para uma segunda feira de manhã.
-Esse ano eu propus alguns desafios para vocês a Dumbledore, como estão no último ano e terão que fazer o N.I.E.M.S, Dumbledore me permitiu que ensinasse vocês uma poção realmente empolgante. E ele realmente parecia empolgado, falava alegremente enquanto passeava pela sala com um sorriso de orelha a orelha que irritava qualquer um que odiava segunda feira de manhã, no caso, eu. 
-O senhor vai nos ensinar a fazer a poção do morto vivo? - perguntou um garoto da Corvinal. 
O professor sorriu para ele e negou com o indicador. 
-Poderia nos ensinar a preparar Veritaserum, assim algumas pessoas talvez conhecessem a verdade. - James disse alto e Lily não conseguiu se controlar, quase quebrou o pescoço olhando para trás com as sobrancelhas juntas, até eu tive medo de que ela me enfeitiçasse, mas James sustentou o olhar dela com um sorriso. 
-Ora, não seja bobo, Potter, todos sabemos que Veritaserum é proibido. – O professor disse voltando agora para sua mesa, ele pegou um frasco pequeno com um líquido perolado e sorriu - nós vamos aprender a preparar Amortentia. 
Todas as garotas, inclusive Lily levantaram a cabeça interessadas e alguns garotos também. Eu não me interessava exatamente pelo o que a poção fazia, mas como era preparada. Li em um livro uma vez e é realmente complicado a preparação e em caso de você fizer alguma coisa errada...
-Eu não preciso disso. - Revirei os olhos, não estava esperando a piada de outra pessoa. 
-Claro que não, qualquer uma morre por você. Me virei e disse sarcástica, Black sorriu de canto como sempre.
-Se você está dizendo – Respondeu e a sala toda olhou para mim, me virei novamente para frente balançando a cabeça e revirando os olhos.
-Bom, eu vou separar vocês em duplas e todos sabem que essa é uma poção extremamente difícil de ser preparada então darei a vocês uma semana para poderem preparar, se bem que sei que a nossa estrela aqui fará rapidamente. – Ele deu dois toques nos ombros de Lily que sorriu tímida. Nós duas nos animamos com a ideia de fazer um trabalho juntas. 
-Ok, hm, Peter Pettigrew fará par com Berta Jorkins. - O professor anunciou, Peter se levantou de sua mesa indo se juntar a Berta. Até que os dois se pareciam, ambos eram baixinhos e gordinhos. 
-Aí Peter, arrumou uma namorada! – Sirius gritou lá de trás e sala caiu em gargalhada, nem mesmo eu pude deixar de rir, mas o garoto ficou com as bochechas rosadas e Berta revirou os olhos. Isso pareceu animar muito o professor e então eu me dei conta, obvio que ele queria que fizéssemos a poção em pares porque a fama do Professor Slughorn além de colecionar alunos excelentes, era de que ele adorava unir casais e se orgulhava muito disso, "O famoso casal Lencastrer foram apresentados por mim...", só queria ver com quem ele achava que eu me daria bem. Lily parecendo pensar exatamente o mesmo que eu, olhou para Ludo e sorriu, o garoto fez o mesmo e era ótimo ter uma visão panorâmica daquilo porque vi James ficar vermelho de raiva. Quando mais da metade da sala estava já com seus pares o professor olhou para Lily que encheu o coração de esperança pois Ludo ainda não tinha par algum. 
-Evans você ficará com o Potter. - Ele anunciou escrevendo o nome no pergaminho em sua mão, o queixo da minha amiga quase foi ao chão. 
-Professor... tem certeza? - ela perguntou e foi um choque para mim, nunca vi Lily contestar um professor antes. - Quero dizer, Potter pode preferir outra pessoa. 
O Professor encarou James que estava de braços cruzados. 
-Você tem alguém em mente, Potter? - Quis saber fingindo se importar com a opinião dos dois. 
-Não, Professor. 
Com apenas um olhar de Slughorn, Lily entendeu que perdeu a luta e quase me pedindo socorro com os olhos se levantou da cadeira pegando suas coisas indo em direção a mesa de James. Ela a contornou se sentando do lado esquerdo aonde Peter estivera minutos atrás, mas dois pares foram feitos antes dele olhar para Black e meu peito aliviou quando ele disse o nome de Alissa Bouchard.
-O que? Por que só o James se dá bem? - ele resmungou abrindo os braços tirando um sorrisinho da professor. - Nada contra você, Alissa, eu sei o quanto você é ótima. 
E piscou para ela, as bochechas negras da menina ficaram avermelhadas, o professor entendeu exatamente o que ele quis dizer e acredito eu, não gostou muito do casal que acabara de formar. 
-Muito bem, Black, faça sua escolha. - Eu evitei olhar para trás porque eu sabia que ele iria me escolher, mesmo assim cruzei os dedos. 
-Marlene Mckinnnon. - disse e eu bufei. 
-É claro que sou eu! - virei bruscamente até estalando meu pescoço, achei que fosse explodir de raiva. Quando dei por mim ele já tomava o lugar de Lily, sentou-se e passou o braço no encosto da minha cadeira. Por fim, as últimas duplas foram formadas e eu não conseguia parar de tremer porque estava extremamente irritada com o fato dele simplesmente gostar de me perseguir. O professor começou a falar sobre a poção, nos indicar livros para pesquisas e aonde poderíamos arrumar alguns ingredientes. 
-Ok, Black, precisamos começar isso logo! E como você viu, assim espero, a poção é realmente complicada e tem alguns ingredientes que vamos precisar nos virar para achar então vamos nos encontrar hoje as oito na biblioteca para poder terminar logo isso. – falei tentando não o encarar, mas sem falhar a voz. Ele me olhava com o cabelo caído sobre o rosto de uma forma extremamente irritante. 
-Como você é mandona! – foi a resposta dele, céus, como ele era irritante! Mas bom, se ele queria jogar eu que não iria sair como uma garotinha ofendida pelas travessuras dele. Além do mais, querendo ou não só ele consegue despertar algumas sensações em mim. Talvez eu nunca entenda o que fez Sirius Black terminar comigo, mas é fato inquestionável de que só eu sei deixar o Black babando, porque sei do que ele gosta e como ele gosta, ele pode piscar para Amélia Linton até os olhos caírem, mas ela nunca vai chegar aos meus pés. 
-Você não viu nada, querido. – estalei a ponta da língua no céu da boca, involuntariamente, Sirius deixou a postura de machão ceder encarando diretamente meus lábios. Sustentei seu olhar, aproveitando para morder o lábio inferior, ele travou a mandíbula. – As oito, Black?
-C-laro! – ele limpou a garganta voltando seus olhos para os meus. – As oito! 
-Ótimo. – comecei a arrumar meus livros. 
-Sabe, Lene, eu deixaria você mandar em mim em qualquer lugar. – as pontas dos dedos dele roçaram levemente a ponta de meu cabelo e puta merda, uma corrente atravessou minha espinha, me trazendo um arrepio que eu já sentira antes pelos mesmos dedos. Meu corpo estremeceu e minha nuca queimou, a verdade era que mesmo depois dele eu não estivera com garoto algum o que tornava essa situação extremamente difícil. As pontas dos dedos dele que conheciam meu corpo perfeitamente fazia-me imaginar coisas que eu não deveria, me deixavam imaginando o corpo dele sobre o meu, suas mãos percorrendo meu corpo, os lábios percorrendo meu pescoço e...
-Está tudo bem, Lene? – Filho da mãe! O que estou pensando?
-Sonha, Sirius Black! – me lembrei qual era o teor do assunto e me levantei tentando fugir não somente de Sirius, mas também daqueles pensamentos.

Hogwarts, 1978. ( CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora