SIRIUS BLACK

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Adentramos a floresta separadamente, em pares. Não dá para um monte de gente perseguir uma pessoa e não ser descoberto, mas eu tinha que puxar Marlene com força porque ela tropeçava a cada passo que dava enquanto procurávamos pelo seboso.
-Você poderia ir mais devagar. – ela reclamou.
-Não podemos ir mais devagar ou vamos perder ele de vista – respondi irritado, ela torceu o nariz e resmungou alguma coisa que não ouvi. Por fim, depois de alguns minutos caminhando ele finalmente parou entre algumas arvores. A luz da lua estava clareando aquele ponto da floresta e por isso foi possível ver quando ele abaixou o capuz, James e Lily aparecera e com um sinal pedi que fizessem silencio e então ficamos atentos, os quatro, observando o que ele estava fazendo quando fomos pegos de surpresa:
-Potter, a sua arrogância é tão grande que eu consigo sentir o cheiro dela daqui! – Ele exclamou, nós nos encaramos – Se você foi ousado o bastante para me seguir, seja ao menos ousado agora para se apresentar a mim.
A voz dele estava diferente, um pouco mais potente, bem diferente dos murmúrios que ele sempre deu. Encarei James, ele deu um passo, mas Lily o segurou.
-Suponho que tenha trazido seu amiguinho. Dois imbecis arrogantes!
Tá, agora era comigo também.
-Apareceram!
Marlene balançou a cabeça negativamente, mas eu a fiz ficar sentada quietinha ao lado de Lily com as varinhas em punho enquanto James e eu deixávamos a escuridão para fazer parte daquele pequeno pedaço iluminado no meio da floresta. Severo nos fuzilou com os olhos, enquanto segurava a varinha com tanta força que achei que fosse quebra-la.
-Achei que poderíamos fazer parte da festa... – James disse – Aonde estão os seus amiguinhos?
-Estamos aqui! – A voz soou atrás de mim, me virei rapidamente e lá estava Belatriz cantarolando com a ponta da varinha no pescoço de Dorcas, em seguida, Lúcius, Avery, e Narcisa, cada um com a ponta de suas varinhas apontadas nos pescoços de nossos amigos.
Eu encarei James, é, agora realmente estávamos encrencados.
-Parece que vocês decidiram assumir a quem são leais. – Ele estufou o peito e disse. – Não é surpresa para nenhum de nós.
Bela teve que morder a língua para se controlar.
-Ande logo, Severo, não podemos perder tempo. – Lúcius disse
Eles se encararam por algum tempo.
-Espere! – Respondeu se aproximando de James e eu, nós erguemos a varinha, ele estava tão próximo que poderíamos ataca-lo rapidamente, mas correríamos o risco de nossos amigos serem mortos.
-Aonde ela está? – Perguntou.
-Você nunca mais se aproximar dela! – Meu amigo respondeu.
-Preciso saber que ela não está aqui...
-SEVERO! – Belatriz gritou – Nós não temos tempo!
Ele a encarou e então se afastou novamente erguendo a manga da blusa com uma expressão passível no rosto. Sabíamos que não deveríamos, mas todos nós ficamos igualmente surpresos ao ver a marca ali, eu já havia visto no mesmo lugar porém no braço de Regulus, um crânio envolto por uma cobra, um simbolismo maligno, parecia inofensivo por isso James e eu apenas trocamos olhares quando ele simplesmente pegou a ponta da própria varinha e tocou a marca. A cobra se moveu e ele grunhiu, como se aquilo doesse e em poucos minutos vindo como uma fumaça preta que se materializou na nossa frente estava um homem encapuzado, de dedos longos e finos. Quando ele abaixou o capuz, instintivamente demos um passo para trás. Sei que sempre dissemos não termos medo dele, gritávamos a plenos pulmões sobre como o mataríamos se o víssemos pessoalmente um dia, mas Voldemort intimidava apenas com sua presença, além da fisionomia sobre-humana. As fendas no lugar do nariz, os olhos como de um serpente e a pele extremamente branca, mas apesar do susto do primeiro impacto de vê-lo, pensar no nosso desejo de combate-lo fez com que pudéssemos controlar nossas emoções.
-Senhor Potter e Senhor Black! – Disse cordialmente, eu estava esperando uma voz mais aterrorizante, mas ele mantinha uma gentileza e quase uma paz no modo de falar. – É um prazer finalmente conhece-los pessoalmente.
-É totalmente um desprazer para mim – Respondi me agarrando na lembrança do meu irmão deixando sua própria casa, da minha família querendo que eu me juntasse a ele. Ele me encarou, com um sorrisinho idiota no rosto, e por mais que sua expressão fosse serena havia uma fúria em seus olhos como alguém que está disposto a tudo para conseguir o que quer.
-Ahhhh – se aproximou – a determinação dos Black! Como devem saber, eu estou construindo um novo mundo com novos padrões e prioridades e desejo que todo descendente sangue puro tenha o seu merecido lugar. – Ele caminhava em volta de nós segurando a sua varinha entre os dedos longos, a capa escura arrastando sobre o chão da floresta, todo o ar de autoridade e poder nos rodeando nos deixando incapazes de fazer alguma coisa. Pensava em Marlene e em Lily e queria que elas fossem espertas o bastante para voltarem para o castelo, para que saísse dali, mas sei que elas nunca nos abandonariam assim
-Não estamos interessados em fazer parte da sua nova ordem mundial, obrigado. – James respondeu erguendo o queixo, se meu amigo estava nervoso ou temeroso, não demonstrou. A lenda Voldemort não nos assustava, muito pelo contrário.
Voldemort parou girando em seus calcanhares agora para se aproximar de James.
-Senhor Potter, descendente da família Peverell, uma antiga linhagem de sangues puros talentosos...
-Deixe meus amigos irem embora. – Disse ele apertando a varinha, Voldemort sorriu (se é que podemos chamar isso de sorriso).
-Acho que seus amigos poderão servir de incentivo para vocês se juntarem a mim!
E a ponta da varinha de cada um deles se apertou mais contra o pescoço de nossos amigos, meu coração bateu mais forte.
-Vocês armaram para nós simplesmente para nos obrigar a te seguir? – Me aproximei – Nada do que você fizer fará com que sigamos a você.
-TRAIDORES DO SANGUE! – Belatriz gritou.
-Shhhhh – ele ergueu o dedo para ela que se calou. – Bela, infelizmente algumas pessoas não conseguem enxergar o valor que possuem. – houve um momento de silencio – Eu posso dar tudo o que vocês quiserem, posso tornar o mundo melhor para vocês. Nós, bruxos, não devemos nos esconder dos trouxas, devemos reinar sobre eles!
-Esse seu papinho não cola comigo – James disse – pode até convencer os mais necessitados – Snape torceu o nariz atrás de nós – mas eu não estou interessado.
O peito de Voldemort subiu e desceu rapidamente, agora o sorrisinho idiota tinha sumido e a expressão de tranquilidade também. Os olhos ainda furiosos focalizaram bem em nós dois enquanto ele deu um passo para trás arrancando Dorcas dos braços de Belatriz.
-Não! – Ela se debateu em seus braços e nós tencionamos a ir para cima dele, mas fomos interrompidos quando a ponta da varinha tocou na cabeça dela.
-Eu posso obriga-los a jurar lealdade. – Disse – Acho que Dumbledore iria gostar de saber que seus alunos prodígios fizeram um enorme sacrifício pelos amigos.
-Solte ela. – Disse firme, ele me encarou.
-Seu irmão tem um grande lugar ao meu lado, você poderia estar no lugar dele. Eu posso fazer de vocês os grandes bruxos.
Dorcas começara a chorar e a situação ficou visivelmente pior, a cada segundo que se passava James e eu sabíamos que tínhamos que tomar uma decisão, mas deixar nossos amigos morrerem não era uma opção apesar de Remus gritar para que deixássemos isso acontecer, para não cedermos.
-E então, há três possibilidades aqui: Vocês libertam seus amigos e juram lealdade, ou eu posso simplesmente obrigar os dois a me seguir e matar o restante, ou eu simplesmente posso matar todos vocês.
-Não escute ele, meninos! – Alice gritou e Narcisa puxou seu cabelo com força.
-Isso não é lealdade! – Gritei, o desespero e a tensão já estavam tomando conta de mim antes que eu percebesse – Isso é medo. Você usa o medo para convencer as pessoas a seguir você.
-É melhor ser temido do que respeitado! – Foi a resposta dele – Escolham!
-Eu não vou deixar você matar meus amigos. – James disse alto. Voldemort sorriu.
-Muito inteligente
-Mas eu também não vou fazer parte do seu grupinho psicopata. – E rapidamente ele ergueu a varinha, foi tudo muito rápido. Não vi qual foi a reação de James porque pelo canto do olho notei Snape apontando a varinha para suas costas e prestes a ataca-lo.
-Estupore! – Gritei, mas o idiota desviou. Uma luz vermelha quase me atingiu, mas me lancei contra o chão desviando. Uma batalha havia se iniciado, mas de repente ao nosso redor fomos tomados por uma chama, como se fosse combinado todos paramos para tentar descobrir de onde aquilo havia vindo.

Hogwarts, 1978. ( CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora