JAMES POTTER

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-Se o nome dele estiver sobre o dela já sabemos então que alguém vai sonhar com os anjos essa noite. - Falei sentando-se na cama junto com os rapazes e com o mapa. Era errado espiar o encontro dos dois, mas quem liga? Remus deu um toque com a ponta da varinha e logo o mapa de Hogwarts foi se formando, peguei uma cerveja para poder acompanhar aquela novela enquanto
gargalhávamos.
-Isso é o Diggory? - Peter apontou para o nome daquele idiota flutuando ao lado de Sirius. Bom, não era o encontro que eu imaginei que seria. Com uma olhada rápida procuramos o nome de Marlene que deveria estar ali.
-O que ela está fazendo com a Belatriz e o Ranhoso? - Perguntei mais para mim mesmo porque não fazia sentido nenhum Lene estar com aqueles dois a não ser que... Olhei para Remus e não foi preciso dizer nada, nós três pulamos da Cama e agarramos nossas varinhas como loucos e enquanto descíamos as escadas do castelo demos de cara com um Sirius perturbado e perdido em seus próprios pensamentos.
-Hey aonde é o incêndio? - ele me segurou.
-Marlene precisa de ajuda! - Foi o suficiente para ele correr junto de nós três. Por fim chegamos no corredor do qual havíamos visto o nome e a cena não poderia ser pior.
-Saia de cima dela! - Sirius me empurrando foi para cima de Severo que estava ajoelhado ao lado de uma Marlene desacordada, ele o puxou pelo colarinho da blusa e o empurrou contra a parede - O que você fez com ela?
-Ela precisa de ajuda! - ele respondeu apontando para a garota loira que sangrava ali desacordada. A cena era perturbadora e confusa, furioso fui para cima daquele otário enquanto Remus e Sirius se abaixaram novamente perto de Lene.
-O que você fez?
Ele me fuzilou com os olhos, mas não disse nada, até eu notar a presença de Belatriz com a cabeça baixa como uma criança que aprontou alguma coisa. Soltei o idiota narigudo e segurei
no punho dela.
-Você a machucou!
-Ela não deveria estar aqui! - rosnou igual um gato raivoso - essa sangue ruim!
-EU JÁ DISSE PARA VOCÊ NÃO CHAMAR ELA ASSIM! - E como um raio Sirius apareceu do meu lado furando a bochecha de Belatriz com a própria varinha prensando-a contra a parede.
Ela tirou aquele sorrisinho idiota da cara e o encarou.
-Você prefere machucar sua família? - gemeu como se realmente estivesse triste.
-Você não é a droga da minha família! - disse ele pausadamente, temi que Sirius fosse realmente fazer alguma coisa contra Bela ali, então, prevenindo que meu melhor amigo fosse para Azkaban tentei afastá-lo dela.
-Pessoal é melhor levarmos a Lene para madame Pomfrey. - Remus nos puxou de volta para a luz da razão.
-Vamos, Sirius, Lene precisa de você. - falei próximo ao seu ouvido enquanto ele bufava encarando Belatriz. - Vamos! - Insisti e o puxei, Bela saiu correndo como um animal sumindo nos corredores.
-Deixa que eu faço isso! - ele a ergueu no colo e nós a levamos para madame Pomfrey que a início não fez nenhuma pergunta apenas parecia realmente nervosa e confusa.
-O vestido dela está encharcado de sangue, venha rapazes vou precisar de ajuda aqui! - nós a deitamos e Pomfrey começou cortar a frente do vestido de Lene, não queríamos olhar, mas eu não estava muito preocupado naquele momento em ver os peitos dela, queria que Lene ficasse bem além do mais com tanto sangue deve haver diversos cortes. Mas quando madame Pomfrey parou de cortar tivemos uma surpresa, não havia cortes apenas uma grande cicatriz acima do umbigo o que não saberíamos dizer se ela já tinha ou não.
-Mas... deveria haver um corte! O que aconteceu? O que houve? - Ela parecia estar tão chocada quanto nós.
Nós nos encaramos como um bando de idiotas sem saber o que responder enquanto ela nos encarava com o nariz pontudo empinado.
-Foi a Belatriz Black e Severo Snape, eles a machucaram! - Sirius rosnou quase como um cão, Madame Pomfrey arregalou os olhos e voltou a se aproximar de Lene segurando em sua mão. Lentamente, com os dedos finos ela tocou na cicatriz acima do umbigo dela.
-Isso não é uma cicatriz comum! - Disse - Vão chamar o diretor! E preciso saber se essa menina já tinha essa cicatriz antes.
-Você vai atrás de Dumbledore - Disse Remus para Peter - e eu vou buscar Lily, ela vai saber nos dizer.
Os dois saíram depressa enquanto madame Pomfrey ainda analisava a cicatriz de Lene, depois de alguns segundos ela nos deixou a sós dizendo que iria preparar uma poção para quando ela acordasse.
-Eu não deveria ter deixado ela ficar sozinha. - Sirius resmungou se aproximando da cama e acariciando os cabelos loiros, naquela cena ela simplesmente parecia que estava dormindo. Ele pegou um lençol e cobriu o corpo dela segurando sua mão após isso, eu queria perguntar o que aconteceu, mas ele estava tão perturbado em si mesmo que eu achei melhor guardar o questionário para depois.
-O que aconteceu? Aonde está ela? - Ouvimos a voz de Lily gritando até a porta ser aberta e ela correr até a amiga desacordada - Oh, Lene!
Ela ainda usava as roupas de dormir e tinha os cabelos presos em um coque que estava se desfazendo.
-O que aconteceu? O que vocês fizeram? - Ela perguntou confusa, Sirius ergueu os olhos escuros para ela quase como se tivesse sido ofendido pessoalmente.
-Por que você acha que eu faria alguma coisa para machucar ela? - Rosnou e Lily o encarou sem saber o que dizer exatamente, mas eu sabia que ela queria dizer que éramos quatro idiotas que adorava se colocar em riscos.
-Ora! Você adora provocá-la, adora lançar azarações para...
-Isso foi ah dois anos! - ele gritou - Eu nunca machucaria ela, Evans! Nunca!
-Ela saiu para encontrar você! - Retrucou a ruiva já vermelha, ela era pequena, mas da forma que estava se aproximando de Sirius eu achei que ela fosse arrancar os olhos dele com as unhas.
-Mas...
-Já chega vocês dois! - Tive que entrar no meio dos dois para que eles não se atacassem ali mesmo - Marlene não precisa disso! E para sua informação, Lily, foi o seu amiguinho ranhoso que estava machucando-a e não Sirius.
Ela quase caiu para trás sem respirar. Me encarou por alguns segundos sem dizer nada, apenas espantada com o que acabara de ouvir.
-Severo? - Perguntou com os lábios tremendo, passei a mão no meu rosto saindo do meio deles dois porque o clima já estava tenso o suficiente. - Ele fez isso com ela?
-Sim, aquele desgraçado! - Sirius respondeu segurando novamente a mão de Lene.
-Mas ele não faria uma coisa dessas, eu não posso acreditar que ele tenha feito isso! - Ela parecia realmente disposta a defender aquele babaca, eu dei uma risada sem humor na minha voz e Sirius revirando os olhos tirou o lençol de cima de Marlene e Lily quase deu um grito quando viu a cicatriz na barriga da amiga. -Ela já tinha essa cicatriz? - ele perguntou. -N-não! - gaguejou se aproximando, os olhos que estavam furiosos minutos antes agora derramavam lágrimas. - Eu não acredito que ele fez isso com você, Lene.
Agora ela segurava a outra mão da amiga, chorando quietinha como se o fato de ter visto a cicatriz fosse prova suficiente para ela acreditar que Severo havia machucado ela. A porta tornou a abrir dessa vez com Remus, Peter, Mcgonagall e Dumbledore. -Ah, diretor ainda bem que você chegou! - Madame Pomfrey que acabara de voltar com um copo na mão se aproximou do diretor que passou os olhos por todo o cenário antes de dizer alguma coisa. A professora Minerva já estava ao lado de Marlene analisando a cicatriz e talvez ninguém tenha notado, mas eu vi quando ao simples toque na cicatriz, ela arregalou os olhos claros e franziu a sobrancelha como se tivesse sentido algo muito ruim. - A menina ainda está desacordada, mas acredito que com isso logo ela acordará muito bem, venha, querida me ajude a
dar a ela.
Lily e a Pomfrey ergueram o corpo desacordo e forçando-o a beber o líquido enquanto assistíamos calados, Sirius estava tão furioso que ele mal se mexia ao lado da cama dela, calado, furioso, meu amigo poderia matar Belatriz e Snape com tanto ódio.
-Você tem certeza de que ela irá se recuperar, Papoula? - Dumbledore perguntou calmamente analisando a garota que estava agora deitada, coberta totalmente como se estivesse apenas dormindo.
-Ah, sim, sim, mas essa cicatriz Diretor eu acho que...
-Os garotos podem ir agora se deitar. - Dumbledore interrompeu-a calmo, como se nada estivesse acontecendo.
-Por quê? - A pergunta pulou da minha garganta antes que eu pudesse impedir, mas Dumbledore estava querendo esconder alguma coisa de nós. Seus olhos pararam sobre mim calmos e serenos. - Por que você não nos diz que feitiço é esse que deixou Lene com essa cicatriz?
-Sr. Potter... - A professora Minerva começou a me repreender como sempre, mas Dumbledore não pareceu incomodado com a minha pergunta.
-Ah resposta é que eu também não sei. - Disse e toda aquela calmaria dele me deixava louco, apesar de tudo, Lene também era minha amiga.
-Como não sabe? - Sirius esbravejou - Bom, acho que você pode então perguntar para as pessoas que fizeram isso com ela, Diretor.
-Sirius... - Lily lamentou ainda em lágrimas.
-Sirius o cacete! - grunhiu ele - porque você não pergunta para aquele babaca do Snape e a namoradinha, Belatriz que droga é essa que eles fizeram com ela!
-Eles tentaram matar ela! - Falei mais nervoso do que eu esperava estar. Os olhos de todos vieram sobre mim surpresos e assombrados, mas quem liga? Era a droga da verdade.
-É uma acusação muito forte a se fazer, Sr. Potter. - Dumbledore respondeu ainda calmo, deu um longo suspiro antes de voltar a falar - Minerva, chame o Sr. Snape e a Srtª Black, o resto de vocês podem ir para o dormitório, tudo o que Marlene Mckinnon precisa agora é descansar.
Ele se aproximou e acariciou o topo da cabeça dela.
-Eu não vou a lugar nenhum! - Sirius afirmou, Dumbledore olhou para ele ainda mantendo o ar gentil nos olhos.
-O restante de vocês vá. - ele disse nos encarando sério agora, Lily deu um beijo no rosto da amiga e saiu lentamente, Remus, Peter e eu fomos atrás, mas eu não conseguia tirar os olhos da garota a minha frente que estava chorando horrores, quase não se mantendo em pé. -Vocês podem ir na frente... - falei para eles e não precisei dar outras explicações. Lily parara encostada em uma parede com a mão no peito ainda chorando quando os meninos sumiram no corredor, eu não disse nada, me encostei ao seu lado na parede e fiquei calado só queria que ela soubesse que eu estava ali com ela, que ela não estava sozinha. Eu sei que fui o portador da notícia que um amigo que ela ama machucou sua melhor amiga e eu sei o quanto isso a feriu porque mesmo que eu odiasse isso, o fato era que Lily ainda amava Severo mesmo depois dele tê-la magoado.
-V-você acha que ela vai ficar bem? - perguntou com a voz fraca encarando o chão a sua frente.
-Claro que vai! - afirmei - é claro que sim.
Mas minhas palavras só a fizeram chorar novamente.
-Como ele pôde fazer isso com ela? - perguntou e então finalmente ergueu os olhos para mim -eu fiquei com tanto medo, eu achei, achei... com tantos trouxas morrendo, com tantos mestiços morrendo quando Remus me chamou eu achei que ela estava morta!
Ela chorou tão alto ao dizer isso como se tivesse usado todas as suas forças para poder concluir a frase que eu não pude me controlar e a puxei para um abraço. Ela afundou a cabeça em meu peito chorando como uma criança desamparada e eu nunca a amei tanto quanto naquele momento, queria poder arrancar toda aquela dor, aquele medo de dentro dela, queria poder proteger ela de todas as ameaças do mundo. Afaguei seu cabelo enquanto ela ainda chorava em meu peito como uma criança. Dentro de mim, tudo o que eu queria era xingar o ranhoso se possível lançar uma maldição nele, mas eu soube que aquilo só a deixaria pior.
-Tenho certeza que há uma explicação para o que ele fez, Lily. - sussurrei acima de seu ouvido e por incrível que pareça, isso a acalmou um pouco. Ela ergueu a cabeça, mas ainda tinha os olhos avermelhados e molhados de tantas lágrimas. Deus, ela era a criatura mais linda do universo.
-Você acha? - perguntou me olhando. -Claro que sim, Snape não iria machucar Marlene assim. - falei, mesmo que eu não  acreditasse em minhas palavras, eu apenas queria que ela se sentisse melhor - e não se preocupe com ela, ela vai ficar bem.
Ela deu um leve sorriso e fez silencio durante alguns segundos.
-Por que você não pode ser sempre assim, James? - Perguntou quase em um sussurro. Mas sua voz me envolveu de uma forma maravilhosa e foi então que eu percebi que estava com meu braço em volta de sua cintura e minha mão acariciava o rosto dela, secando as lágrimas que ainda escorriam enquanto suas mãozinhas estavam levemente sobre o meu peito.
-Assim como? - Perguntei me fazendo de desentendido só para poder ouvir mais a voz dela. Mas ela não me respondeu e o motivo disso foi que estávamos a centímetros de distância, ela se ergueu nas pontas dos pés e eu inclinei minha cabeça para frente. Os lábios dela levemente se tocaram nos meus de forma sutil, de forma quase impercebível, mas, por Merlim, eu estive esperando por esses lábios ah anos que senti como se estivesse no céu. Eu não queria apenas um selinho, não queria apenas um pouco daqueles lábios, queria Lily Evans por inteira e aparentemente eu não era o único porque ela colocou sua mão atrás da minha nuca e me puxou para um beijo muito mais intenso, apertei sua cintura puxando seu corpo mais para mim enquanto a encostei na parede sem nos soltarmos por um só segundo. Ela me puxava cada vez mais para um beijo intenso, forte, cheio de desejo, e eu fazia o mesmo porque eu precisava cada vez mais dela, porque um pouco dela não era o suficiente, porque só aquilo não era o suficiente, eu queria passar o resto da minha vida beijando Lily Evans e mesmo assim não seria o suficiente, eu ainda voltaria em outra vida por ela.

Hogwarts, 1978. ( CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora