LILY EVANS

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O time da Grifinória demorou alguns minutos a mais para entrar no campo, mas então apareceram. O ruído das pessoas ao nosso redor foi ensurdecedor, mas para meu espanto, logo começaram algumas exclamações de surpresa por algumas pessoas até mesmo e Sirius que estava ao meu lado com um binóculo.
-Puta merda, o que aconteceu com a cara dele? – Ele perguntou rindo e usou o Binóculo para enxergar melhor, até que gargalhou.
-Prongs deve ter ficado furioso. – Dorcas disse me irritando porque eu estava sem os meus binóculos e queria saber sobre o que eles estavam falando.-Deixa eu ver – puxei da mão da minha amiga e procurei diretamente em James para saber o que havia acontecido, ele tinha a mandíbula travada segurando a vassoura ao seu lado enquanto ouvia atentamente Madame Hooch, meu Deus, Ludo tinha o olho esquerdo roxo e machucado,
encarava James pelas costas de forma furiosa. Logo o jogo começou e todos foram para seus postos, eu não era particularmente fã de Quadribol, mas adorava assistir até mesmo por Marlene, porém, ali eu só queria saber o que havia acontecido entre James e Ludo. Será que James o havia provocado? Será que James fora fazer alguma coisa contra ele? Ah não, não era possível que a cena que eu vi na biblioteca fora pura ilusão. Quando o vi conversando com Remus, dizendo que estava colocando todas as lições em dia, que não fazia mais sentido atormentar alunos do primeiro ano eu finalmente acreditei que ele talvez estivesse amadurecendo, mas com certeza não, ele arrumara briga de novo com Ludo.
O jogo se seguiu emocionante como sempre, Grifinória a frente da Sonserina por quinze pontos, dez dos quais foram feitos por Ludo que mesmo com um olho machucado tinha uma mira excelente para gol. James, como capitão, sobrevoava o campo gritando com os colegas de forma irritante, ele parecia realmente nervoso naquele jogo mas parou imediatamente de dar ordens quando avistou o Pomo e voou com sua vassoura atrás dele como um foguete, o apanhador da Sonserina não teve a menor chance, James agarrara o Pomo e o ruído foi ensurdecedor. Ele
ergueu a mão em sinal de vitória, mas não sorriu, ficou ali parado, flutuando em sua vassoura enquanto todos comemoravam.
-Eu sabia que eles iriam ganhar! – Dorcas comemorou.
-Muito bem, James!
-O que? Ah meu Deus, por que ele não para? – Alice falou espantada ao meu lado e tirei minha atenção de Marlene que estava comemorando no campo quando vi Ludo e James se chocando
no ar. Aliás, Ludo se chocando contra James que não vira o que aconteceu, ele caiu de sua vassoura e rolou pela grama do campo, Ludo fez o mesmo caindo do outro lado, mas menos machucado do que ele porque minutos depois, ele se levantou, James não.
-Desgraçado! – Rosnou Sirius e nós descemos como loucos até o campo, invadindo-o por debaixo das arquibancadas. Madame Hooch estava abaixada ao lado de um James desacordado enquanto toda a equipe estava ao redor dele.
-Eu não vi, perdi o controle e... – Ludo estava falando – Lily....
Ele achou que eu falaria com ele, mas me lancei no chão impulsivamente ao lado de James que ainda estava desacordado com um enorme ferimento na cabeça.
-Precisamos levar ele para enfermaria – falei desesperada para Madame Hooch que assentiu tentando manter o autocontrole.
-Sim, claro, vamos levá-lo! – Sirius e mais um garoto enorme o ergueu, sangue pingou no chão e eu rapidamente enchi meus olhos de lágrimas. Ah, se algo acontecesse com ele! Eu ia segui-los, mas Ludo segurou em meu cotovelo de forma brusca.
-Eu também me machuquei. – resmungou como uma criança.
-Me parece muito bem acordado. – respondi ríspida me soltando bruscamente. – Por que você
fez isso?
-Foi sem querer...
-Mentira! O que aconteceu entre vocês? – Gritei examinando de perto o olho roxo dele para me lembrar que aquilo só poderia ser vingança por James tê-lo socado – Me diz!
-Uma briga besta. – respondeu nada convincente. – Ele veio para cima de mim no vestiário.
-O que aconteceu? – insisti.
-Só discutimos e... – ele não queria me dizer o motivo real da discussão e eu que não iria ficar ali tentando descobrir o que aconteceu quando James estava realmente ferido. Corri para a enfermaria como louca e madame Pomfrey já estava colocando uma poção que controlara o sangue e fechava o ferimento externo, após isso ele abriu o os olhos azuis lentamente.
-Ah, ele vai ficar bem, não é o primeiro aluno que se fere em uma partida de Quadribol. – Ela disse contente – Anime-se, Potter, esse é o preço da vitória.
Ele gemeu.
-É bom você se recuperar porque eu vou deixar o outro olho dele pior – Sirius disse e James deu um sorrisinho entre os gemidos.
-Ai...
-Deixa de ser crianção, Potter, já não tem ferimento nenhum aí. – Marlene disse friamente e ele abriu os olhos.
-Se eu sou a rainha da gentileza, você é o rei do drama. – foi o que consegui dizer esperando que ele não me tratasse friamente como fez na biblioteca, e com razão. De qualquer forma, eu estava contente em ver que ele estava bem e lucido, finalmente, com ele de olhos abertos e falando, eu
consegui respirar e soltar o ar de meus pulmões. Temi miseravelmente que algo pudesse acontecer com ele.
-Seja atropelada por um caminhão e veja o que acontece – resmungou com um sorrisinho – aquele babaca, ah eu vou matar ele...
Ele tentou se levantar, mas eu o empurrei de volta na cama.
-Você não vai a lugar nenhum antes de me dizer o porquê vocês estavam brigando.
Ele se negou a me dizer tentando se levantar, Madame Pomfrey reapareceu com a testa enrugada e as mãos na cintura.
-Você teve um trauma sério e mesmo que eu tenha conseguido fechar a ferida, vou manter você aqui para repousar, Potter, e não deverá fazer grandes esforços até amanhã. – Ela
disse severa, e ele fez uma careta.
-Até amanhã? – Resmungou tentando novamente se levantar – Não quero ficar aqui repousando quero encontrar O Bagman e matar ele!
Disse furioso.
-Acho que isso se encaixa na parte de grandes esforços. – Peter disse recebendo um olhar de censura do amigo, mas eu tornei a empurrá-lo na cama novamente. Sirius era o único que estava do lado do amigo.
-James Potter, se você não se deitar aí e repousar eu vou chamar o diretor! – Falei com uma autoridade na voz que eu não sabia que tinha.
-Pode chamar o primeiro ministro, eu vou estourar a cara daquele desgraçado, maldito... – E começou uma série de xingamentos contra Ludo que eu não me importei, tudo que eu queria era que ele repousasse e melhorasse logo. Por fim, depois de tanto insistir se deu por vencido e afundou a cabeça novamente no travesseiro, resmungando.
Madame Pomfrey nos expulsou e eu fui obrigada a deixá-lo ali sozinho, mas ao menos saberia que ele está bem. Quando voltamos para o salão comunal da Grifinória, demos de cara com uma
festa em comemoração a vitória do time no jogo. Tranquilizamos o pessoal referente ao estado de James, mas eu ainda estava confusa e curiosa para saber o que tinha acontecido entre ele e Ludo que apareceu de supetão me assustando.
-Finalmente você apareceu. – A voz estava mais séria do que o normal.
-Estava com James, ele está bem, aliás. – Respondi tão séria quanto ele – vai me dizer o porquê de estarem brigando?
Pela expressão dele, eu sabia que seria inútil tentar insistir por uma resposta então esbarrando nele e abrindo espaço entre todo o pessoal subi para o meu quarto. Minha cabeça já estava cheia
demais e eu não tinha animo para festa alguma, além do mais, uma festa de comemoração do time não é a mesma sem James Potter por perto para se exibir com aquele pomo idiota. Troquei de roupa e me deitei a fim de pegar no sono o mais rápido possível, mas fui uma idiota, rolei de um lado para o outro com minha mente parecendo um carrossel se desenrolando. Alice e Dorcas subiram para o quarto por volta das onze horas, enquanto Marlene não deu nenhum sinal de vida. Eu invejei as meninas, pois assim que se deitaram nas camas, dormiram, enquanto meus olhos e minha mente estavam dispostos a me manter acordada aquela noite. Me peguei pensando em James, será que ele estava bem dormindo sozinho na enfermaria? Quão injusto era
ter tido uma festa sem ele, que foi o responsável pela vitória do time! A festa parecia ter acabado, pois não havia mais nenhum som vindo da sala comunal, só eu e meu completo silencio que dava um passe livre para minha mente me atormentar. E se ele estivesse triste? Ou até mesmo com fome, porque duvido que lá tenha algo decente para comer. É isso! Vou levar algo para que ele possa comer, assim se recuperará melhor. Dei um pulo da cama e desci as escadas do quarto nas pontas dos pés, mas parei quietinha quando ouvi risadinhas na sala comunal.
-Você é muito ansioso. – Era a voz de Marlene aos sussurros.
-Eu estava com saudades de você, e deles. – Foi a resposta de Sirius que fez minha amiga gargalhar.
-Bom, vou me deitar, nos vemos amanhã. – Ela disse e então houve alguns minutos de silencio.
Vi Sirius subir as escadas do seu dormitório enquanto Lene caminhava em direção ao nosso. – AHHHH! LILY! QUE MERDA!
Ela gritou e eu tive que tapar sua boca.
-Shhiu!!!
-Que merda você está fazendo aqui? – Perguntou e eu a encarei tentando pensar em alguma desculpa para eu estar em pé as uma da manhã.
-Eu... é... eu estava... – Simplesmente não conseguia formular uma frase, Marlene cruzou os qbraços a frente do peito e ergueu as duas sobrancelhas.
-Já sei, vai atrás do Potter, não é? – Não consegui confirmar com palavras, mas ela pareceu bem contente – Tudo bem, se alguém me perguntar digo que você estava passando mal.
-Obrigada!!! – A abracei – E bom, Lene, de quem Sirius estava com saudades além de você?
-Dos meus seios. – Ela deu de ombros me fazendo rir.
Andei na ponta dos pés pelos corredores do castelo. Eles eram extremamente assustadores naquela hora, quero dizer, eu já tinha saído antes, mas estava com Marlene e Dorcas, andar por aqui sozinha a noite não é uma experiencia agradável apesar de saber que o castelo é seguro. E o que diriam de mim se me pegassem? Eu, monitora, quebrando regras! Somente esse idiota do Potter para me fazer quebrar as regras.
Finalmente cheguei a enfermaria, abri a porta devagarzinho quando o avistei dormindo na terceira cama, ele era o único ali. Me aproximei ainda nas pontas dos pés a fim de não o acordar
porque ele dormia tão serenamente, o cabelo grande bagunçado, as bochechas avermelhadas, os olhos lindos escondidos por debaixo dessas pálpebras... ele é lindo. Não posso culpar as meninas que andam por aí soltando suspiros por ele, porque ele é perfeitamente belo!
Mordi o lábio inferior em um belo sinal de nervosismo sem saber exatamente o que fazer, se eu deveria ou não o acordar, ou se ficaria aqui o vendo dormir, de qualquer forma não queria de jeito nenhum voltar para o meu dormitório.
Me sentei em sua cama e o movimento foi o bastante para fazê-lo acordar. Meio abobado ele olhou para os lados e esfregou os olhos, depois procurou pelos óculos na escrivaninha ao seu
lado e eu o ajudei.
-O que...? Lily? O que está fazendo aqui? – Eu gostaria de conseguir responder essa pergunta.
-Eu imaginei que você estivesse com fome e quis trazer algo para você comer. – Respondi e ele ficou com aquela cara de bobo perdido, apoiado na cama com os cotovelos me encarando atrás dos óculos.
-Bom... então cadê? – Ele perguntou e então eu me dei conta do que eu queria.
-Eu não trouxe. – E me inclinei para frente para tocar em seus lábios, o que ele aceitou de bom grado me recebendo com um beijo caloroso. Os lábios eram como naquele dia, macios, sedentos
por mim, a mão dele entrelaçando meu cabelo atrás da minha cabeça me puxar para mais perto e quando dei por mim, estava sentada em seu colo com uma perna de cada lado, ainda o beijando, passando meus dedos por entre os fios escuros de seu cabelo, enquanto ele segurava minha cintura com força. James em um movimento rápido me deitou na cama extremamente pequena para nós dois e se pôs acima de mim, voltando a me beijar como se não pudéssemos ficar dois segundos desgrudados. E como na outra noite, os lábios dele desceram ligeiramente pelo meu pescoço, os dedos rápidos abrindo os primeiros botões do meu pijama me trouxeram a realidade.
-James... – O chamei um tanto envergonhada, ele me olhou e não foi preciso eu dizer mais nada pois ele compreendeu bem. Soltou os botões de meu pijama enquanto eu ainda respirava pesadamente perdida. É claro que eu o queria, queria demais, mas nosso momento não era bom. Como eu poderia?
Ele então se deitou ao meu lado e nós ficamos extremamente próximos na pequena cama, o que foi ótimo porque o braço dele ao redor da minha cintura me impedindo de cair, era a coisa mais maravilhosa do mundo.
-Boa noite, Lírio!
-Boa noite, idiota. – Respondi sorrindo, ele me deu um beijo na testa e com um sorriso bobo nós dois dormimos.

Hogwarts, 1978. ( CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora