SIRIUS BLACK

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-Ela não se parece com meu filho. – Resmungou Peter enquanto Remus e James gargalhavam quase sufocando.
-O que? Tem até as mesmas orelhinhas pontudas. – Respondi mexendo nas pontinhas das orelhas de Peter que resmungou novamente. – Nah, qual é, Worm, só estou brincando com você. Passei meu braço em volta dos ombros dele e baguncei os cabelos ralos.
-É, mas acho que o seu filho que poderia ser assim também. – Ele respondeu sem jeito chateado com as risadas de Remus e James.
-Nah, com esse meu rostinho e o rostinho da mãe dele... – Involuntariamente olhei para o outro lado da mesa para ver o rosto perfeito de Marls. Mas a visão que eu vi não foi exatamente o que eu estava esperando. – Mas o quê... Que merda esse idiota pensa que está fazendo?
Lá estava o babaca de Amos Diggory conversando como ela, e ela sorrindo para ele como se não fosse nada. Todo clima de brincadeira se dissipou quando eu vi aquele babaca conversando com ela, cerrei meu punho imaginando acertando-o com um soco no nariz fino ridículo, e o que ela está pensando? Falando com esse mané como se isso fosse ok? Eu iria até eles, mas a Professora nos fez retirar aquelas mandrágoras idiotas dos vasos e
começar a enterrá-las. Marlene não teve coragem de olhar na minha cara o resto da aula, que quando se finalizou tentei falar com ela, porém, ela já estava muito a frente.
-Eu vou atrás dela. – Falei – Me solta, Prongs.
-Qual é, deixa ela. Tenho certeza que ela vai falar com você depois, Pads. – Respondeu, mas ele não iria me acalmar. -Olha só, eu já perdi a Marlene uma vez e não vou deixar nenhum engomadinho tirar ela de mim agora, então me solta, Prongs.
Ele respirou fundo e me soltou, corri pelos corredores e a vi parada conversando com Lily e Dorcas, quando me aproximei abriu um belo sorriso, mas aquilo não ia colar comigo. Mantive o rosto fechado, a mandíbula travada, ver o babaca do lado dela fez meu sangue ferver.
-Oi, está tudo bem? – Perguntou tentando segurar minha mão, recuei. – Sirius!
-O que aquele idiota queria com você? – Ela pareceu confusa – O Amos!
Ela piscou entendendo.
-Ah, o Amos, nada demais. – A voz dela era tão superficial quanto a mentira que acabou de pronunciar na minha cara.
-Não minta para mim. – Respondi.
-E você não grita comigo!
-Eu não estou gritando, eu só quero saber por que você estava de sorrisinho com aquele idiota. – Minha voz saiu mais grossa do que eu queria. Ela ficou vermelha, cruzou o braço me fuzilando
com os olhos azuis
-O que você tem a ver com isso? – O tom esnobe fez meu sangue ferver mais ainda. -O que eu tenho a ver com isso? – Ela balançou a cabeça – bom, começando pelo fato de que...
-De que o que? – Ela insistiu.
Droga! A palavra estava na ponta da minha língua, pronta para ser dita em voz alta, pronta para ser expressa na frente de todos aqueles espectadores curiosos, em frente as amigas dela. Os olhos azuis agora não estavam esnobes, nem muito menos raivosos, mas esperançosos e eu não podia mais deixar Marlene Mckinnon magoada.
-De que você é minha! – Afirmei, ela tremeu os lábios como se eu tivesse dito algo horrível e eu me senti horrível, um idiota, patético. Do nosso lado esquerdo estavam duas garotas que eu peguei na mesma noite, no mesmo momento, atrás de Marlene, uma outra que me apresentou o dormitório da Corvinal, e do lado direito Amélia que acreditava que estávamos realmente namorando, mas ali na minha frente, estava a única garota que eu sempre amei e dizer isso alto fazia tudo parecer diferente.
-Q-quem disse que eu sou sua?
Ela tentou manter a voz firme, mas foi um fracasso total. Gargalhei alto jogando o cabelo para trás e agarrei sua cintura a puxando para junto de mim, o corpo
totalmente mole contradisse o que ela acabou de dizer.
-Sempre foi – Agora eu a olhava de cima, a mão fina dela pousada gentilmente no meu peito – Assim como sempre fui seu. Ela sorriu, os cantos dos lábios finos e rosados fazendo uma leve curva enquanto os olhos azuis brilhavam de forma doce. Eu amava cada detalhe dela, cada mínimo detalhe.
-Pode confessar que me ama. – Continuei, e ela gargalhou.
-Seu idiota arrogante, essa é a sua forma de dizer que me ama?
Balancei a cabeça afirmando, ela tornou a gargalhar.
-Diga, Sirius Black! Diga ou não acreditarei em uma só palavra que você falou.
Como se fosse sacrifício algum para mim, dizer em alto e bom som a maior verdade de todas.
-Marlene Mckinnon, eu te amo, eu sempre amei e sempre vou amar. Seja minha namorada.
Ela não estava mais sorrindo, mas tinha os olhos marejados.
-É claro que sim, seu idiota. Eu te amo!
Me inclinei e a beijei ferozmente.
-E eu vos declaro Marido e Mulher! – James disse balançando a varinha e fazendo arroz cair sobre nós dois, enquanto eles gargalhavam.

Hogwarts, 1978. ( CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora