Eu encarei Marlene que estava tão aflita quanto eu. Enquanto ouvíamos Voldemort falar tive que me agarrar na esperança de que o menino que eu amo nunca iria segui-lo. Queria vê-los e saber que estavam bem fisicamente, mas não podíamos nos mexer no meio da mata.
-O que vamos fazer? – Ela sussurrou.
-Eu não sei – sibilei as palavras para ela soltando um suspiro de desespero pensando no que poderíamos fazer e cheguei a conclusão de que não havia nada que pudesse ser feito, era Voldemort ali! Não estávamos no meio de uma briguinha de colégio, não estávamos mais entre os muros do castelo. A situação estava ficando cada vez pior e meu coração quase parou quando ouvi Dorcas gritar. – Vá chamar o Dumbledore!
Marlene me encarou irritada.
-Nós não temos tempo para chamar o Dumbledore, Lily, precisamos fazer alguma coisa agora! – Afirmou. Ela estava certa, não havia tempo de ir atrás do Diretor ainda mais porque eles haviam começado a se atacarem. Meu Deus! Olhei para a minha varinha sabendo que aquilo eraloucura, mas foi a única coisa que se passou na minha mente.
-O que vai fazer? – Lene perguntou, mas a ignorei me virando e apontando a varinha para as arvores. – Lily!
-Incendio – Sussurrei, mas foi o bastante para sair chama da ponta da minha varinha e rapidamente as arvores que estavam ao redor deles começarem a ser consumidas pelo fogo. A distração que estiveram tentando descobrir de onde havia vindo as chamas foi o suficiente para que eu e Marlene pudéssemos aparecer, ela sorriu como se me desejasse boa sorte e eu fiz o mesmo. Aparecendo entre as chamas tive apenas um segundo para poder entender todo o cenário. Dorcas estavam caída próxima a Belatriz com a varinha em punho, James e Voldemort estavam próximos e o meu susto foi maior ao ver sua fisionomia não humana, mas não havia mais tempo.
-Expelliarmus! – Lancei contra ele que se protegeu com muita habilidade, mas deu tempo suficiente para que James saísse da mira de sua varinha. O feitiço que saiu de sua varinha quase me acertou, mas me lancei atrás de uma grande arvore que não estava sendo consumida pelas chamas. Enquanto isso, vi Marlene estuporar Snape para longe de Sirius que tinha sido atingido.
-Lily! – James gritou, ousei tentar enxerga-lo, mas o que vi foi outro feitiço sair da varinha de Voldemort, ele estava atrás de mim! Droga! Meu coração começou a bater mais forte e não havia para onde ir. Eu estava entre as chamas e a varinha de Voldemort.
-Estupefaça!
-Estupore! – James e eu o atacamos ao mesmo tempo, mas ele era incrivelmente habilidoso, se desviando dos feitiços com maestria como se fossemos nada. -Aquamenti – Lancei contra as chamas do outro lado para poder contornar a arvore e conseguir escapar da mira de sua varinha, e então James estava do meu lado, ou melhor, na minha frente ficando entre Voldemort e eu.
-Impedimenta – ele gritou, mas inutilmente. Ele era quase intocável, todos os nossos feitiços se tornaram nulos contra ele. James e eu começamos a lançar inúmeros feitiços e por mais que ele tentasse ficar na minha frente para me proteger o empurrei ficando ao seu lado. Os feitiços saiam de nossas varinhas cada vez mais rápido enquanto dávamos passos para trás porque Voldemort conseguia desviar dos nossos feitiços e estava cada vez mais perto.
-James o que vamos fazer? – Gritei, havia lágrimas em meu rosto e eu não sabia ao certo porque estava chorando, uma breve visualização em volta e todos nós estávamos duelando contra alguém e agora o temor não era só sobre mim e James, mas também de que algo acontecesse a algum dos meus amigos. Um braço forte me empurrou e eu caí de bunda.
-Protego! – James gritou a minha frente, um escudo se formou e pela primeira vez vi Voldemort ser atingido. O escudo de James era incrivelmente forte e foi capaz de fazer com que o feitiço de Voldemort voltasse contra ele mesmo. Ele girou no ar batendo as costas contra uma arvore. – Vem, Lily!
-Lorde! – Belatriz gritou e veio correndo. Mas o grito dela atraiu a atenção de Marlene. Vi minha amiga correndo em direção a ela.
-Marlene, não!
-Expelliarmus! – E Bela foi atingida, a varinha voou para longe e ela caiu assustada, mal notara por quem tinha sido atingida. Lene se aproximou apontando a varinha para ela, os olhos escuros estavam assustados. Bela se arrastou no chão alcançando a varinha, se levantou, achei que fosse lutar contra Lene, mas não iria conseguir, até que se posiciona-se minha amiga a teria acertado. Então abrindo caminho entre as chamas ela fugiu floresta adentro com Marlene a seguindo
-Marlene! – Gritei, James segurou meu punho.
-Eu vou atrás dela. – Sirius apareceu machucado, mas bem o suficiente e seguindo o mesmo caminho sumiu entre a floresta. Eu não percebi que estava sendo puxada pelo punho por James, estava tudo muito, muito quente e mal conseguíamos enxergar nada além dos feitiços das varinhas sendo lançado. Enquanto James me puxava passamos por alguém desmaiado, e ah meu Deus, era Sev! -James para! – Puxei o braço.
-Precisamos sair daqui! – Ele disse firme, me soltei. – Eu não vou deixar você arriscar sua vida por causa desse idiota. -Precisamos ajuda-lo.
-Ele não precisa de ajuda! – gritou.
Eu olhei novamente para ele ali caído, não conseguiria deixa-lo.
-Abaixa, Lily! – James gritou, mas ele mesmo me puxou para baixo e me soltou. Quando olhei para trás era Voldemort que vinha em nossa direção. – Vamos Lily, precisamos ir.
James me arrastou para dentro da floresta, eu estava imóvel. Apenas o deixava me puxar correndo adentro da mata escura sem conseguir enxergar nada.
-Não pare, Lily! – Ordenou.
-JAMES! – ouvimos alguém gritar, era Remus – Lily.
-Estamos aqui! – Respondi.
-Estamos atrás de vocês, continuem – Era Dorcas, as vozes vindo de alguns metros atrás de nós.
-Marlene! – Gritei, mas não tivemos respostas, percebi que a velocidade com a qual James corria estava diminuindo, mas ele não dizia nada apenas continuava tentando correr. E finalmente saímos da floresta caindo sobre nossos joelhos. Remus e Dorcas apareceram logo atrás de nós.Tudo havia ficado para trás, já víamos o castelo e sabíamos que estávamos seguros apesar do meu coração parecer que ia sair pela boca.
-Despistamos eles. – Remus disse, estava péssimo, aliás todos nós estávamos. Na minha cabeça eu ainda conseguia ouvir os passos nos perseguindo, as vozes gritando, os feitiços sendo lançados, a imagem de James e eu um ao lado do outro contra Voldemort.
-James... – me virei para ele que estava caído ao meu lado, achei que estivesse apenas recuperando o folego, mas não! O rosto dele estava cortado, assim como o peito, e havia sangue, muito sangue. Era como se estivesse morto. – James!James! – o sacudi desesperada – Ah meu Deus!
-Droga! – Dorcas xingou – isso é mal, cara. Remus se abaixou ao meu lado.
-Vamos lá, cara. – Ele tentou acorda-lo também.
-Ele está morto? – Perguntei – Re-remus... faça alguma coisa!
-Eu não sei o que fazer, Lily! – gritou ele de volta porque os feitiços que ele estava tentando fazer não estava adiantando. E então eu lembrei do momento em que ele foi atingido, logo após ter me feito se abaixar quando o fiz parar para ajudarmos Severo. Uma tonelada de culpa e dor bateu em meu peito.
-Por favor, meu amor... – supliquei, havia tanto sangue, tanto machucado.
-Eu vou chamar Dumbledore! – Dorcas disse e saiu correndo, Remus e eu ouvimos barulho entre as arvores e erguemos as varinhas, mas quem apareceu foi Frank apoiando Alice.
-Graças a Deus são vocês. – Remus disse, eu ainda não conseguia respirar, não com James desmaiado ou... eu não queria nem pensar nisso. O diretor Dumbledore apareceu seguido de Dorcas, e a professora Mcgonagall. A expressão em seus rostos era de puro espanto.
-O que aconteceu? – A professora perguntou – Potter!
-Por favor, Professor Dumbledore! O Senhor precisa ajudar ele – Implorei ainda agarrada a ele no chão. – Vol... Voldemort o atingiu!
Vi os olhos dos dois quase saltarem para fora quando disse o nome dele.
-Voldemort? – A Professora estava realmente em choque.
-Vamos leva-lo para dentro do castelo. – Dumbledore disse controlando seu espanto, Frank e Remus o ergueram, carregando-o pelos ombros em direção ao castelo. Nós passamos pelos corredores vazios e silenciosos, dentro da escola estava tudo como sempre foi, a noite para todos os outros alunos era a mesma, mas para nós foi o início de uma guerra. Eu ainda estava em choque, preocupada demais com James que mal conseguia falar, a madame Pomfrey nos recebeu sem perguntas, mas Dumbledore exigiu que contássemos o que havia acontecido, Frank e Remus foram os responsáveis por narrar a noite que parecia ter sido apenas um pesadelo.
-Marlene e Sirius ainda não voltaram. – Foi o que consegui pronunciar.
-A vi perseguindo Belatriz Black. – Alice disse.
-Voldemort poderá estar atrás deles. – Minha voz estava trêmula, Pomfrey trouxe lenços úmidos que peguei de sua mão para passar no rosto de James, as feridas pareciam ser profundas e tive medo de que ficassem cicatrizes. – Ele tem um rosto tão bonito.
-Ora, vamos dar um jeito nisso, Srta. Evans, não é a primeira vez que o Potter me surpreende com o rosto destroçado.
A voz dela era de quem queria aliviar a minha preocupação, mas eu sabia que ela assim como todo o restante estava apavorada.
-Minerva mande a ordem atrás de Marlene e Sirius, diga a eles o que acabamos de ouvir. Precisamos agir agora. – Dumbledore disse e a professora o encarou com os olhos arregalados – Bom professora, seus alunos acabaram de enfrentar Voldemort, tenho certeza que estão mais do que capacitados para saber da ordem.
-Diretor Dumbledore, são apenas crianças. – Insistiu.
-Nós sabemos, professora Mcgonagall – Frank anunciou a deixando mais espantada – Sabemos da ordem e queremos fazer parte.
-Sr. Longbottom vocês não sabem o que está acontecendo no mundo fora desse castelo. – A voz firme estava ali, mas era claramente preocupação.
-Professora, precisamos achar Sirius e Marlene – Relembrou o Diretor Dumbledore.