Eu sei, eu sei. É loucura! Um voto perpetuo no lugar de um casamento, qualquer um acharia isso uma loucura. Mas não Marlene e eu, nós não. Isso combinava perfeitamente com a gente, com o nosso modo de viver, estava decidido, eu a teria para sempre. James ria tanto da minha loucura que tive que dar um empurrão nele, mas a ruivinha baixinha parecia inconformada, bom é saber que Marlene se diverte com a preocupação da amiga. De qualquer forma, a única coisa que me deixa preocupado é a situação atual de Marlene. Porra, ela acabou de descobrir quem é o verdadeiro pai, acabou de descobrir uma mentira na vida dela e está aqui dando risada como se nada no mundo pudesse feri-la, e eu sei que fere, sei que ela tenta ao máximo se fazer de durona, inabalável, mas quando estivermos só nós dois vou garantir que
ela saiba que não precisará nunca ser mais forte do que realmente é enquanto estiver deitada em meus braços.
-Lily, qual seu problema? Quer acabar com a minha chance de ser feliz?
Interferi no longo discurso de argumentos lógicos que iam contra a nossa escolha, ela parou de falar e olhou para mim com os olhos verdes irritados – Não é porque você tem medo de estar com quem ama, que Marlene também é obrigada a ter.
-Não tenho medo, Sirius! Só me preocupo com vocês.
Eu sabia que Prongs estava me encarando irritado pela forma como falei com ela, mas foda-se os dois, Marlene e eu iriamos ficar juntos
-Não precisa! Sirius me faz mais feliz do que qualquer outra pessoa já fez. – Marlene disse em voz alta e meu coração pareceu que ia explodir. Eu amo essa garota!
-Tudo bem, tudo bem! Mas então eu vou fazer!
Ela disse alto e Marls deu pulinhos de alegria, Prongs ficou puto da vida.
-O que? Eu apoiei eles. – Afirmou.
-Não interessa, eu vou casar minha melhor amiga! – E ela já estava com a varinha erguida, olhei para Prongs que sacudiu os ombros e demos risada porque eu sabia que ele sempre iria fazer o que Lily quisesse, e depois, eu que era o cachorrinho do grupo. Rá. Marls e eu seguramos nossas mãos, as mãos macias dela seguraram as minhas de forma determinada, o toque dela ainda me causava sensações gostosas e eu prometi para mim mesmo ali que eu nunca deixaria nada de ruim acontecer com ela. Eu a olhei, os olhos azuis estavam brilhantes apesar de ainda estarem avermelhados pelas lagrimas derramadas antes, os lábios finos se curvaram em um sorriso e eu só queria terminar logo parabeijá-la. A luz da lua invadiu uma das vidraças na janela nos dando um penumbre mais romântico, ao nosso redor, tudo estava escuro e silencioso, mas a luz que invadia o local a iluminava a fazendo parecer uma criatura angelical, quase como se fosse um sonho, temi piscar e acabar acordando.
-Bom, vamos lá. – Lily parou do nosso lado e ergueu a varinha ainda sem ter certeza, Marls a encarou e com os olhos pediu para que ela continuasse – Ok, hm, Sirius Órion Black você promete ser o marido de Marlene por toda vida, na alegria e na tristeza, na saúde ou na doença, na paz ou na guerra?
-Eu Prometo! – Da ponta da varinha de Lily saiu uma fina língua de fogo e se entrelaçou em nossas mãos, formando uma pequena corrente em brasa. Não nos queimava, mas a sensação dentro do meu peito era de puro êxtase e assim também era com ela, que agora sorria alegremente. Lily parecia ter perdido a incerteza e ao tornar a falar sua voz era mais firme.
-Você promete protegê-la, cuidar dela, fazê-la feliz mesmo nos momentos mais obscuros? Sirius Black, você promete ser para Marlene o homem que ela merece?
Agora ela me encarava quase como uma fúria mortal, ok, passou para o pessoal, mas não me importei.
-Eu prometo!
A corrente de fogo se estendeu mais nos nossos braços e Marls sorriu, Lily satisfeita, olhou agora para Marlene.-Marlene Katherine Mckinnon, você promete ser a esposa de Sirius por toda vida, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na paz e na guerra?
Lene sorriu travessa antes de responder.
-Eu...
TRÁ!
Um estralo alto interrompeu que ela continuasse falando e então, quatro pessoas aparataram de repente na igreja.
-Sirius Black, eu proibido você de concluir isso! – Walburga caminhou até nós com a varinha erguida, apertei mais a mão de Marlene para que ela não me soltasse.
-Não lembro de ter chamado a família para o casamento – Falei e tencionei dar risada, mas os cabelos escuros atrás do ombro de minha mão me causaram espanto. Ali estava Regulus, com a expressão impassível, usando roupas escuras, um típico comensal da morte. – Muito menos pessoas como ele!
O tom da minha voz era desprezível, Regulus permaneceu com a expressão séria. Ele tinha quinze anos, mas parecia agora ter muito mais. Não era mais meu irmão mais novo, não era mais meu amigo, era simplesmente alguém patético seguindo ordens de alguém tão patético quanto.
-Eu sempre soube que você era idiota, priminho, mas um voto perpetuo com uma trouxa?
Belatriz abriu a boca para falar, ela estava usando vestes escuras como a de Regulus.
Marlene deu risada, talvez pela ironia da noite. Deveria ter sido engraçado ser chamada de trouxa após descobrir que seu pai é um dos homens mias influentes do mundo bruxo.
-Belatriz, se você entra em uma festa sem ser chamada deveria ao menos ter a educação de calar a porra da sua boca. – Rugiu ela segurando minha mão – E agora vocês estão atrapalhando meu desfecho...
-Você não ouse concluir isso! – Agora minha mãe a encarava, mas ela a olhou com desdém
-Espero que a gente se dê muito bem, sogrinha
-Você vai se arrepender por isso, garotinha. Eu juro que vai!
Marlene tirou o sorriso zombeteiro da cara e a desafiou com o olhar.
-Não tenho medo de vocês, nenhum de vocês – Disse e apertou minha mão com força – EU PROMETO!
-NÃO!
As duas gritaram juntas, ao mesmo tempo. Senti a língua de fogo agora queimar nossa pele sem nos ferir, se apertando cada vez mais em volta de nossas mãos. E de repente, sumiu. Estava feito! Marlene e eu estávamos presos um ao outro pelo resto de nossas vidas. Nós dois no encaramos e sorrimos.
-EXPELLIARMUS!
-ESTUPEFAÇA!
Lily e James gritaram juntos e eu vi de relance os cabelos loiros de Lúcius Malfoy voando para longe, Prongs o acertara em cheio. Lily fizera a varinha de minha mãe voar para longe, tudo aconteceu muito rápido. Marlene e eu nos soltamos.
-Protego – Foi a primeira coisa que me veio a mente quando por cima do ombro de Marls, vi Bela apontar a varinha em direção a ela, o feitiço dela foi lançado, mas consegui nos proteger por um breve segundo. Ela virou a cabeça como uma leoa apontando a varinha para a outra.
-ESTUPORE! – Ela rugiu e então Bela voou assim como Lúcius batendo as costas com força contra a parede de mármore. Eu a puxei para trás de uma das pilastras aonde Lily e James também estavam lançando feitiços contra Narcisa e Lúcius, o salão da igreja rapidamente foi tomado por um duelo do qual nós estávamos em desvantagem, droga, deveria ter trazido Remus também para a festa.
-Isso que é uma festa Alá Black! – Falei rindo quando lancei um feitiço contra Narcisa, Marlene riu encostada a outra pilastra.
-Estou adorando fazer parte da família!
-Padfoot, anos de amizade e nunca me disse que sua família era tão divertida. Vamos juntos?
Nós dois nos encaramos e decidimos, saímos juntos de trás da pilastra, Lúcius, Narcisa e Belatriz ainda estavam com as varinhas erguidas
-INCENDIUM – Bela Rugiu, mas Prongs agiu rápido.
-AQUAMENTI – E Uma onda de água saiu da varinha engolindo as chamas de Bela. Porém, os outros dois ao lado dela se juntaram conjurando mais chamas com suas varinhas, então fiz o mesmo ao lado de Prongs. As chamas deles estavam quase nos alcançando, vencendo a água que saia com força da nossa varinhas, e quando olhei para o lado lá estava a minha garota também com a varinha erguida, saindo um jato de água tão forte quanto o nosso.
-ESTUPORE!
E as chamas sumiram de repente. Procuramos entender o que havia acontecido e vimos Lily parada do outro lado com a varinha erguida, tão espantada quanto nós. Ela havia estuporado os três de uma só vez, fazendo com que eles voassem acima do altar derrubando toda a decoração da igreja. Pela expressão da ruivinha, nem ela imaginara que era tão poderosa. Prongs correu até ela orgulhoso e a beijou rapidamente
-Você é fantástica!
Ela pareceu tímida.
-Desgraçados! Desgraçados. – A voz de Walburga soou extremamente forte e no instante seguinte, ela estava com sua mão direita ao redor do pescoço de Marlene, enquanto a ponta de sua varinha era forçada contra a bochecha dela. – Eu disse para você ficar longe da minha família, eu disse que você se arrependeria.
Eu não pensei duas vezes, corri até aonde as duas estavam e ergui a varinha no rosto de Walburga, ela me olhou aterrorizada.
-Deixe-a!
-Sua própria mãe... – Ela disse em uma voz engasgada, engasgada na incredulidade de que eu realmente poderia fazer algo contra ela, mas eu não a deixaria ferir Marls.
-Eu disse para deixá-la! – Urrei, tive que controlar a minha vontade absurda de atingi-la realmente. Essa mulher, com uma alma tão escura, nunca foi minha mãe, nunca teve realmente capacidade de amar alguém. Nós sustentamos nossos olhares em um sinal claro de raiva, mas ela cedeu e soltou Marlene, que se debruçou tossindo, tentando resgatar Oxigênio para seus pulmões.
-Você se revoltou contra sua própria família, Sirius. – Ela disse – Está banido da nossa arvore genealógica, banido! Você merece a consequências das suas escolhas. – A voz dela soava quase