LILY EVANS

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Tudo estava muito verde, muito decotado e Marlene insistia que eu estava sendo paranoica. Meu vestido ia até acima dos meus joelhos, um belo vestido verde que deixavam meus seios maiores, produzido pela própria Marlene que dizia que o verde combinava com os meus olhos e com os meus cabelos vermelhos. Nos pés um salto preto, que eu nunca usei antes me deixava mais alta e mais esguia. Marlene estava linda, usando um vestido vermelho do tipo tubinho que ia até suas coxas, os seios também maiores por debaixo dele, ela prendeu os fios loiros em um belo penteado, usando saltos, ela deixaria qualquer um hoje louco por ela.
-Quem você acha que James vai levar? – Não pude evitar perguntar, ela esfregou os lábios um contra o outro para poder arrumar o batom.
-A vaca da Mary Macdonald – respondeu – porque você insistiu em querer ir com o babaca do Ludo.
-Você consegue dizer o nome das pessoas sem um adjetivo ruim antes?
Ela riu.
-Hm, o arrogante do James, o idiota do meu namorado, o velho do Filch... – Ela começou a pensar – Acho que não.
Eu gargalhei.
-Vamos, Lene, antes que nos atrasemos. Nós duas descemos as escadas e Sirius já estava lá, ao seu lado James muito bonito em um terno preto extremamente elegante, o cabelo penteado para trás, um estilo meio Elvis Presley. O terno, obviamente, bagunçado de uma forma sexy, porque não seria James Potter se ele estivesse todo engomadinho ao contrário de Ludo que apareceu com nenhum fio do cabelo loiro solto.
-Meu Deus do céu, você está gostosa Marlene! – Foi o que Sirius disse agarrando-a pela cintura, ela gargalhou.
-Você não está nada mal – Ela respondeu erguendo as duas sobrancelhas.
-Não sei por que fez esse penteado, pretendo dançar com você a noite toda, mas você está linda.
-Ora, eu fiz para você poder bagunçar. – E os olhos escuros de Sirius brilharam. James e eu trocamos breves olhares, alguns rápidos segundos que me proporcionou a imagem dele sorrindo
do casal, e eu fiz o mesmo até Ludo insistir para que descêssemos rápido porque ele estava morrendo de fome, a única coisa que consegui dizer foi que eu encontraria Marlene lá embaixo. O salão principal estava maravilhoso, de uma forma que nunca havíamos visto antes. As mesas foram retiradas para que pudesse ser feita uma enorme pista de dança, em frente a um palco como instrumentos musicais. Em volta tudo brilhava, um enorme globo estava suspenso por magica no centro do teto do castelo que tinha o céu azul com lindas estrelas aquela noite, o salão era como uma pintura completamente colorida, pois os vestidos de todas as meninas o coloriam deixando o ambiente muito mais alegre e menos formal, não era um baile clássico como a Professora Minerva queria, era uma típica festa dos anos setenta e quando a banda subiu no palco todos foram para o centro começar a dançar de forma louca. A banda tocava um rock meio anos sessenta, era uma mistura de Rock e Blues, não demorou muito para avistar Marlene e Sirius brilhando no centro da pista. Ludo e eu nos sentamos em uma das mesas redondas nos servindo de suco de abobora, alguns amigos dele se aproximaram e eles entraram em um assunto muito chato sobre como todas aquelas pessoas dançando pareciam um bando de idiota, que a banda era extremamente horrível, que ele nunca ouviu nada tão ruim, provavelmente o cantor era um mestiço. Passei os olhos novamente na pista de dança, Sirius acabara de jogar Marlene para o alto segurando em sua cintura, a colocou no chão, a girou e a beijou. Dorcas apareceu, usando um belo vestido roxo rodado, segurando a mão de Remus que parecia extremamente constrangido em ser obrigado a dançar por ela, ele me olhou e eu balancei os ombros sorrindo e então ele começou a dançar fazendo Dorcas gargalhar.
E ao lado deles, James dançava com Mary Macdonald, ela balançava aquela bunda e peitos enormes na frente dele enquanto ele sacudia a cabeça como um perfeito dançarino, o cabelo escuro sacudindo o deixando mais admirável. A mão dele tocou a cintura dela e eu virei o rosto, acho que já foi o suficiente.
-Lily, vem dançar! – Marlene se aproximou com seu vestido vermelho gargalhando, Sirius ao seu lado com o terno aberto no peito, ambos suados.
-Acho melhor não, Lene. – Respondi e ela se aproximou mais ainda, tropeçando enquanto Sirius a segurava pela cintura. – Você está bêbada? O baile começou ah uma hora!
Ela gargalhou novamente, os dentes brancos perfeitamente retos a deixavam mais linda.
-Eu não estou bêbada, só um pouquinho alegre... – Respondeu ainda gargalhando, eu olhei para Sirius.
-Cuide dela.
-Hey! Eu posso me cuidar sozinha – A fala enrolada – Eu sou Marlene Mckinnon, uma mulher independente, forte, inteligente... Sirius e eu rimos do discurso dela.
-Vamooooosss – ela segurou na minha mão tentando me fazer se levantar – é o último baile, Lily.
Eu olhei para a pista e olhei para Ludo que ainda ria entretido na conversa de seus amigos, olhei para o meu suco de abobora e suspirei. Seria uma boa ir dançar, mas assim que me tencionei a levantar a música agitada parou, dando lugar a uma música lenta que fez todos os pares se
ajuntarem e por cima do ombro de Marlene, Mary Macdonald descansava sua cabeça loira no ombro de James, e as mãos dele estavam na cintura dela.
-Ludo, você quer dançar? – Perguntei, queria saber como James se sentiria se me visse daquela forma com Ludo. Ele me encarou com a sobrancelha erguida.
-Eu me juntar a esses idiotas? – Zombou – Prefiro um soco na cara.
-Seria legal se dançássemos, bom, eu quero dançar!
Tentei fazer minha opinião valer a pena ali, mas foi em vão, ele deu risada e se virou para seus amigos e eu mesmo não querendo, fui obrigada a ouvir o que eles estavam falando.
-O Potter vai com certeza comer a Macdonald hoje – o idiota magrelo disse
-Como se ele já não tivesse feito isso antes. – Comentou o outro idiota, Sirius e Marlene já não estavam mais ali, tinham voltado para pista.
-Ao menos esses bailes servem para alguma coisa... – Bufei.
-Sim, para fazer as garotas tirarem as capas e mostrarem os peitos. – Foi o comentário nojento de Ludo, eu mesma olhei para meus seios. Ele estava certo! Mas não era os meus seios que interessavam ele, claro, eram os de Victory. Ambos estavam trocando olhares desde o primeiro momento em que chegamos aqui, e claro que eu não dava a mínima, mas estava se tornando insuportável ouvir, falar, ou ficar perto dele. Como eu pude sustentar isso? Como me tornei tão complacente dessa forma, e como por Deus, como eu deixei James Potter vir para o nosso último baile em Hogwarts acompanhado de Mary Macdonald?
-Olha só, se você quer ir pegar nos peitos da Victory, é só ir! Eu vou dançar. – Me levantei e ele segurou no meu punho ainda sentado.
-Do que você está falando, Lily? – Se fez de desentendido, senti o sangue ferver minha cabeça.
-Eu sei que vocês estão juntos, ah semanas que eu sei! – Os olhos azuis se arregalaram – A parte interessante de tudo isso é que eu não me importo, não me importo se você fica com a escola toda.
Ele juntou as sobrancelhas ainda fazendo aquela cara de idiota que não estava
entendendo nada.
-Não se faça de desentendido, Ludo. Acabou, aliás, não éramos nem para termos começado.
Ao ouvir dizer a palavra "acabou" a expressão dele tornou-se dura, ele tornou-se duro, levantando-se da cadeira e apertando mais meu punho.
-Como assim acabou? Você não vai terminar comigo para ir correndo atrás do Potter.
Eu abri a minha boca, o queixo caído. Como ele ousava achar que eu precisava de algum outro homem para deixá-lo? Nenhuma garota em são consciência conseguiria ficar mais do que um ano ao lado desse imbecil.
-Eu sei que você queria ficar com ele...
-EU BEIJEI JAMES POTTER DUAS VEZES ENQUANTO ESTAVA COM VOCÊ, E TERIA
IDO MUITO, MUITO MAIS LONGE... – Explodi, a minha voz ardeu minha garganta, eu sabia que estava vermelha porque meu rosto queimava, aliás, ou seria o tapa que Ludo havia me dado? Tudo foi muito rápido, eu não caí porque ele ainda segurava meu punho quando me acertou, mas no minuto seguinte ele estava no chão, com um James em cima dele, o socando enquanto segurava sua camiseta.
-NUNCA... TOQUE... NELA... – A cada palavra era um soco que ele o acertava.
-James! – Remus correu.
-É isso aí, James - Gritou Sirius se aproximando com Marlene ao seu lado também comemorando, e foi aí que tudo ficou mais confuso ainda porque uns dos amigos de Ludo simplesmente foi para cima de Sirius que o recebeu também com um soco, eles caíram sobre uma das mesas e Marlene quando viu o terceiro garoto tentando entrar na briga dos dois, o acertou com uma garrafa de vidro na cabeça, o menino cambaleou e ela o chutou entre as pernas.
-Briga! Briga! Briga! – era o coro ao nosso redor. Quando consegui focar no que estava acontecendo, corri até James que agora tinha também levado um soco no rosto, ele tornou cair sobre Ludo e ambos pareciam dispostos a se baterem até um desmaiar.
-Remus, me ajuda aqui! – Remus correu segurando Ludo enquanto eu tentava segurar James que era menos musculoso.
-Alguém acerta essa vadia – Ouvi de longe a risada alta e forte de Belatriz, ela estava apontando para Marlene.
-Ah cala a boca, sua vaca estupida! – Lene disse e alguém empurrou Bela, as duas se atracaram, aquilo estava começando a sair do controle. Bombas de água começaram a ser atiradas em nós, e quando consegui ver de onde aquilo surgiu, era pirraça sobre nossas cabeças rindo e aumentando o coro de "Briga! Briga! Briga!". Voltei minha atenção para James e quando houve espaço suficiente, me enfiei entre eles no mesmo instante em que ele havia conseguido erguer sua varinha, mas quando nossos olhares se encontraram ele a abaixou com rapidez.
-Para, por favor!
-Ele te bateu. – Disse indignado – Ninguém nunca vai te ferir na minha frente e ficar bem, Lily, nunca.
O rosto dele estava sangrando, o lábio cortado, o cabelo estava agora realmente uma bagunça. Ao redor do olho direito, uma marca vermelha, toquei levemente em seu rosto.
-Eu sei, mas eu também não quero te ver ferido.
Ele sorriu, nós sorrimos e ele beijou levemente a minha mão.
-JÁ CHEGA! JÁ CHEGA! SILENCIO! – A voz de Dumbledore soou tão alta que fez todos se calarem e colocarem as mãos nos ouvidos. Os alunos abriram um corredor e o diretor passou, ao seu lado a professora Minerva, Filch, e o professor Slughorn.
-Potter, Bagman, Evans, Black, Lupin, Srtª Black, Meadowes, Mckinnon, Avery, Mayhew. Todos na minha sala agora!
Todos nós nos entreolhamos e seguimos o diretor calados de cabeça baixa porque nenhum era estupido o suficiente para brigar com Dumbledore. Eu sabia que estava encrencada, sabia que meus pais iriam receber uma carta e que eu iria decepcioná-los, mas meu coração estava
explodindo de felicidade porque James havia mais uma vez tentado me proteger. Ao chegar na sala de Dumbledore, ficamos um lado do outro em volta da mesa do diretor enquanto a professora Minerva parecia que iria nos engolir com os olhos. Cada um podia expressar algo nos olhos, James ira, Marlene e Belatriz satisfação, Sirius deboche, Ludo também estava irado, enquanto seus amigos encaravam Sirius que sorria com o canto da boca machucado. Os únicos que não deveriam estar aqui era Lupin, Dorcas e eu. Ficamos longos e incontáveis minutos encarando Dumbledore, ele começou a falar. Um discurso que não parecia ter fim o que acredito eu, tenha sido um castigo horrível para todos eles.
-Eu sei que tudo é diferente aqui dentro, as paredes de Hogwarts tem nos protegido das coisas horríveis que tem acontecido no mundo nesse momento – suspirou – mas em breve vocês irão sair, em breve terão que encarar as trevas que existem no nosso mundo e irão descobrir que precisão um do outro.
-Eu não vou precisar de um idiota que agride mulheres. – James disse ríspido, Dumbledore o olhou não com raiva, mas como se houvesse um pouco de admiração outro longo suspiro de Dumbledore.
-Srtª Black, Avery, Bagman, e Mayhew, vocês podem retornar ao baile, e tentem não começar uma outra briga.
O restante de nós nos encaramos indignados, como ele podia liberar eles e nos deixar ali? Um urro de protesto começou até Dumbledore nos calar apenas com o dedo levantado, Belatriz saiu a sorrisinhos. A professora Minerva e o Professor Slughorn receberam ordens de Dumbledore para acompanhar os meninos de volta ao salão principal e quando ele tornou a se sentar em sua
poltrona, era como se ele estivesse com um peso enorme sobre seus ombros, os olhos cansados, e uma voz triste.
-Como você pode liberar eles e a gente não? – James era corajoso o suficiente para confrontar Dumbledore.
-Sr. Potter eu venho observado vocês a anos. – O Diretor tornou a falar com a voz triste e mansa, suspirou – como eu estava dizendo, agora nesse exato momento, fora dos muros dessa escola tem um homem que se acha acima de todos, mais poderoso do que todos, ele está recrutando seguidores para poder construir um mundo novo.
-Voldemort – falei e eles me olharam, não assustados.
-Voldemort. – Dumbledore disse – o nome que tem causado pânico na maioria das pessoas que eu conheço, até mesmo no ministro da magia, bruxos poderosos e inteligentes aprenderam a temer esse nome, mas eu ouvi uma jovem bruxa gritar o nome dele em plenos pulmões em um
salão cheio – os olhos dele estavam sobre mim agora – dois garotos o chamarem de...
-Idiota – Sirius complementou e Dumbledore sorriu.
-Eu aprecio a coragem de cada um de vocês, a vontade de lutar pelo o que é certo, por quererem defender aqueles a quem amam. Ah um ano que eu queria poder falar com vocês, mas eram menores de idade, contudo, hoje podem dizer por vocês mesmos, existem pessoas que estão lutando contra Voldemort
Parecia algo muito difícil para Dumbledore dizer por que ele parecia realmente perturbado como tudo aquilo.
-E nós estamos tentando muito pará-lo e todas as nossas investidas contra ele tem sido vãs, perdemos pessoas, outras desistiram, sobraram alguns, mas não o suficiente.
-Eu quero. – James tornou a dizer – Se existe alguma forma de lutar contra ele, eu
quero ajudar.
-Eu estou com James. – Sirius disse e Marlene o encarou um pouco em dúvida.
-Eu também quero.
Apenas Lupin, Dorcas e eu nos encaramos. Espera, eles estavam sendo muito precipitados, não sabíamos sobre o que Dumbledore estava falando, mas a determinação era notória nos três. Dumbledore pareceu se alegrar.
-Como eu disse, tenho observado cada um de vocês durante um tempo e eu sei que vocês querem lutar, mas amanhã é véspera de Natal, vocês irão para suas respectivas casas, com suas famílias e quando voltarem para Hogwarts terão a oportunidade que tanto desejam. Mas por agora, o meu castigo pela briga é que pedir que nunca deixem isso morrer.

Hogwarts, 1978. ( CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora