Capítulo Quatorze

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- Ja pus o cartaz a circular nas redes sociais. Esta noite, pizzaria vai bombar! - anuncia Jonh, enquanto Ana coloca o capacete, para ir entregar a última entrega do dia. As cinco pizzas familiares.

Jonh está visivelmente entusiasmado com o grande espetáculo dessa noite. Anastásia, por seu lado, ainda não está mentalizada de que isso vai realmente acontecer.

Tem sido um dia de emoções e precisa de digeri-las. Nada melhor do que uma voltinha na sua moto, para sentir o vento no rosto e pôr as ideias no sítio.

- Juízo na estrada. - grita Jonh, assim que ela se afasta.

Ok, o dia não ia terminar como imaginou. Um concerto?! A ideia começava devagarinho a ganhar forma na sua cabeça. Como é que aquilo acontecera? Como é que ela, de repente, ia dar o seu primeiro concerto em público? E se...? E se era isso que a mãe se referia no sonho?

"Confia na vida."

Nessa manhã, durante o encontro imediato com o advogado, tinha duvidado seriamente daquelas palavras. Mas talvez fosse essa a mensagem, sim. Talvez aquele concerto mudasse realmente a sua vida! Já mudaria alguma coisa se a ajudasse a pagar a dívida...

A marginal, àquela hora, eatava tranqüila. Ana deixou-se descontrair, por momentos, permitindo-se sentir o vento e os raios de sol. O entardecer é a sua hora preferida do dia para contemplar o mar. Já poucos lugares onde se sente em casa e a praia é um desses lugares. O semáforo fica vermelho e Ana aproveita para apreciar o mar com mais atenção. Parece revoltado. Exatamente como ela gosta, perfeito para uns mergulhos!

Flashback on

- Filha, tem cuidado! - pede-lhe a mãe, da areia.

Naqueles minutos em que Ana estava no mar, Beatriz não tirava os olhos da água, nem sequer para retomar a leitura do livro que tinha ao colo. Ficava de vigilância, com o coração nas mãos, até que Ana regressasse em segurança à areia. Naqueles momentos, Beatriz sentia saudades dos tempos em que consegui a segurar a filha pela mão, quando a curiosidade dela pelas onda ficava satisfeita com uns pulinhos a beira-mar.

- Um, dois... três! - contava Beatriz, com a filha pela mão, a saltar cada uma das ondas pequeninas que se aproximavam.

- Vamos mergulhar, mamãe! - pedia-lhe Ana, do alto dos seus cinco anos.

Bia achava graça ao lado aventureiro e destemido da filha. Era evidente que ela não receava desafios. O que a deixava tão orgulhosa quanto sobressaltada.

Flashback off

O semáforo fica verde. Ana vira à esquecer em direção ao bairro dos Grey. Os seus pensamentos ficam mais atrás, no mar.

- Quando terminar a entrega, talvez dê algumas braçadas, para me distrair um pouco.

Os seus planos já tinham furados de qualquer maneira, então mais valia aproveitar.

First Love (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora