Capítulo Cento e Três

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Assim que a porta é aberta, Christian reage com desagrado. Já a expressão de Ana é de incredulidade.

Ela ali outra vez?!

É nem mais nem menos do que Amélia, que agora vem vestida de um modo mais formal e com um ar mais sério. Na mão traz uma pasta, que lhe dá um ar mais profissional.

- O que é que você está aqui fazendo?

- Sou a Assistente social designada para acompanhar o processo da tutela dos Grey.

- Assistente social? Que conversa é essa?

Christian estava tão confuso quanto Anastásia.

- Eu sei que você nunca deu importância ao meu trabalho, Christian. Não deu importância a nada, na verdade. Nem ao que eu faço, nem ao que sinto...

O discurso é feito como se ela fosse uma ex-namorada dele. Ana, sem saber porquê, fica aliviada. O que quer que tenha existido entre eles os dois, já não existia mais.

Mas será bom? Ou pode ainda voltar?

- Fique descansado, Christian, o passado não me interessa. - continua Amélia, com uma expressão impassível  - Foi instaurado um processo para averiguar quem são os parentes diretos que podem assumir a guarda dos meninos, e eu fiquei responsável por esse processo.

Seria possível?

É muita coincidência...

- E tem forma de o confirmar? - pergunta Anastásia, duvidando.

- Tem aqui os documentos que o comprovam, se a minha palavra não chega...

Os documentos que ela traz na sua mala, não deixam margem de dúvidas. Era mesmo uma infeliz coincidência que i processo da tutela das crianças estivesse a cargo de uma ex-namorada de Christian.

Qual é a probabilidade de aquilo correr bem?

- Eu gostaria de falar com Christian, apenas nós os dois. - pede Amélia.

- Anastásia fica! - impõe Christian. - Ela está a tomar conta dos meus sobrinhos, comigo e tem todo o direito de ouvir o que você tem a dizer.

"Ok, isto não vai correr nada bem!" pensa Ana.

Uma ex-namorada, ali na sua casa, para decidir o futuro dos cinco irmãos é tudo o que aquela família não precisava.

- Eu vou vos deixar à vontade. Tenho outros assunto para tratar. - diz Ana, decidindo se afastar.

- Ana...

Christian ainda a tenta convencer, mas Ana prefere não ouvir mais nada.

- É melhor assim. - diz ela, já a sair.

Pelo canto do olho, Ana repara no sorriso vitorioso de Amélia. E, se já suspeitava, fica agora com a certeza de que ele não age apenas na condição de Assistente social.

A maneira como ela olha para Christian, e como o desdenha, é de alguém com fortes motivações pessoais.

Mais quais?

Vingar-se de que Christian lhe fez? Chantageá-lo? Reconquistá-lo?

O que quer que seja, só pode ser mau, é Ana não sabe se terá forças para a enfrentar...

First Love (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora