Capítulo Trinta e Sete

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O despertar numa casa cheia de gente era barulhento. Dava para perceber pelas vozes que ecoavam no corredor do andar de cima.

- Para!

- Idiota.

- Dá para os dois pararem?

- Tenho sono.

Ana senta-se na cama, com muita dificuldade. Não é que a Ana seja desconfortável. Pelo contrário, é a melhor cama que já dormiu! Mas está dolorida, até mais que no dia anterior  Pelo menos agora sente com mais intensidade. Com alguém esforço, consegue alcançar a sua mala e tira o seu celular. É um milagre ainda estar intacto. Liga-o para ver se funciona.

Batem à porta. Gail espreita, com o tabuleiro do café da manhã. Ana fala de dor, quando tenta se levantar. Não quer dar parte fraca, mas está realmente toda dolorida.

- O dia seguinte custa mais. - comenta Gail.

- Isto já passa. - sorri-lhe Ana, mostrando otimismo.

O celular de Ana dá sinal de mensagem. Quando ela o pega, vê a notificação de 20 mensagens novas. Quase todas elas da Avó Grace.

- Está tudo bem? - pergunta Gail.

- É a senhora com quem eu vivo. Está a sentir a minha falta.

- Mais dia menos dia, a menina estará boa. Não que esteja a mandá-la embora, claro.

Ana sorri. Simpatiza com aquela empregada. Transparece uma simplicidade que lhe agrada. E também tem a idade para ser sua avó.

- Mas eu tenho que ir, sim, que a minha vida não é isto! - acaba por confessar Ana.

Batem à porta, novamente. Por ela, entra Mia, revezando-se nos cuidados com Gail, que sai.

- Bom dia! Trouxe a medicação. Já comeu?

Ana aponta para o tabuleiro, onde vai debicando pedaços de torrada e pequenos goles de suco de laranja.

- Não era preciso terem este trabalho todo. Eu podia ter perfeitamente descido. - diz Anastásia, agradecida.

- Aqui você está melhor. E assim não tem que enfrentar a turminha de índios que invadiu a cozinha. Agora que têm uma estrela em casa, não te iam deixar em paz.

- Eu, estrela? Que exagero.

- Exagero nenhum! Você canta mesmo bem. Alguma vez teve aulas de canto?

- Não, nunca. Era para ter ido estudar Musica para Londres, mas... - Ana faz uma pausa, hesitante em falar no assunto. - Foi quando a minha mãe adoeceu.

Mia percebe que o assunto é delicado e contém a sua curiosidade em saber mais. Embora faça alguma ideia do resto da história.

- E Juju, já acordou? - pergunta Ana, mudando de assunto.

- Já a vamos visitar. Se estiver bem, claro. Ela ficou com uma apdtacao por você.

- E eu por ela! - exclama Ana, sorridente.

First Love (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora