Capítulo Cento e Cinco

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- Podemos conversar? - pede Christian.

Desde a visita de Amélia, que Anastásia o andava a evitar. Ele até pode adivinhar o motivo desse afastamento, mas quer ouvir da boca dela.

- Você mal me dirige a palavra... O que se passa, Ana?

- Você sabe perfeitamente o que é. A presença daquela Assistente social tira-me do sério!

- E você acha que eu estou confortável com a situação?

- Não fui eu quem tive um caso com ela e que agora estou a pôr em causa a felicidade e serenidade dos meus sobrinhos. - desabafa Ana, com ironia.

- Eu não podia adivinhar! Amélia foi claramente um erro na minha vida. Mas todos erramos. Eu, neste momento, já não posso fazer nada.

- Nem quero imaginar naquilo que ela pode vir a fazer...

Anastásia tenta não traçar cenários, mas é mais forte do que ela. Sempre teve uma boa intuição e, quando pensa em Amélia, todos os seus alarmes de perigo disparam.

- Não sofra por antecipação. Temos a razão do nosso lado, e Amélia vai se limitar a fazer o trabalho dela. Vai me chatear até onde puder, mas não vai fazer mais do que isso.

Anastásia quer acreditar nas palavras dele, mas não consegue.

- Anda cá. Me dê um abraço. - pede-lhe Christian.

- Não quero abraços. Enquanto isto não se resolver, o melhor é ficarmos o mais longe possível, um do outro.

A intuição dela está claramente em "Alerta vermelho". Se Amélia estiver a agir movida por causa de ciúmes, Ana não quer dar-lhe munições.

Foi uma enorme coincidência, ou um grande azar, que a Assistente social escolhida para acompanhar o processo da tutela fosse ex-namorada de Christian. Era um azar, ainda maior que lhe tivesse saído na rifa uma ex-namorada louca e vingativa...

Mas tudo é possível, por isso Ana prefere jogar pelo seguro; manter o Christian à distância e Amélia debaixo de olho. Tudo isso, claro, enquanto gere as necessidades e os conflitos diários de cinco crianças em crescimento.

First Love (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora