Capítulo 12 - Main hoon naa (estou aqui)

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Mumbai, Dezembro de 2013

- Eu não aguento mais morrer em filmes! – Vegeta, mal humorado como sempre, olhava o décimo script que tentavam selecionar na pré-temporada, sob o olhar risonho de Chichi, que disse:

- Meu caro Babuíno, meu filho abençoado de Hannuman... não se pode culpar ninguém se você morre de um jeito que a audiência ama!

- HÁ! HÁ! HÁ! – ele riu com sarcasmo – Eu sei bem qual vai ser o roteiro que vou escolher... onde está aquele onde nós dois morremos queimados? Podemos chamar Sanjay Leela Bhansali para dirigir, será um épico...

- Eu não me importo em morrer em cena. Você que fica aí, todo irritadinho – ela riu e piscou para Lunch. A maquiadora estava com ela no estúdio para testar novos produtos que seriam fornecidos para as novas produções por parceiros internacionais.

- Vocês dois são muito engraçados juntos! – disse Lunch – pena que nunca mais fizeram comédias.

- A culpa é toda dela! – apontou Vegeta – essa naja peçonhenta sempre pressiona meu pai e o maldito do Shallot para escolherem esses dramas insossos.

- Isso não é verdade! Eu estou ajudando você a se firmar, seu idiota ingrato! – replicou Chichi. – Agora que você finalmente quase dança direito, quase atua decentemente e quase é uma pessoa que sabe se portar em público eu espero que seu pai FINALMENTE me liberte dessa obrigação cretina de ser seu par...

- Como se isso não fosse uma libertação também para mim! – ele resmungou – Olha, esse é um ÓTIMO roteiro. Quem morre é a garota, de tuberculose. Vamos variar um pouco e fazer você morrer tossindo igual um cachorro asmático.

- Duvido que você consiga fazer aquele olhar apiedado do senhor Aamir Khan ou o ar desolado do senhor Sharukh Khan enquanto eu morro divinamente, Vegeta! – ela levantou-se e pegou um copo de lassi de manga com leite de coco.

- Eu duvido que outro a ature como eu consigo. Só com o meu pai me forçando eu posso te aturar...

- Há muitos querendo atuar comigo. Shallot até fica enciumado – ela riu, dizendo o nome do namorado. De repente ela olhou para Lunch e disse – quem você acha que contracenaria bem comigo, Lunch?

A maquiadora engoliu em seco. Estar entre o ego daquelas duas jovens estrelas de Bollywood não era nada fácil, nem um pouco. Aquilo poderia ferir os brios de Vegeta seriamente, mas ela não podia deixar Chichi insegura. De repente, sem saber por que, ocorreu a ela uma solução:

- Bem... já imaginou se aquele menino de Andheri East tivesse... sei lá, ligado e feito o teste?

O sorriso presunçoso de Chichi desapareceu. Ela tinha sido uma menina mimada que tivera, a vida toda, tudo que quisera, era verdade. Mas havia uma coisa, uma única coisa na vida que ela tinha desejado e não tinha conseguido, e era engraçado como ela, lá no fundo, jamais superara isso: o rapaz de Andheri East. Ele havia parecido tão empolgado... tinha sido, de fato, um momento mágico na sua vida e ela nunca havia entendido por que ele não havia ligado.

- Peçonhenta? – a pergunta de Vegeta, intrigado por vê-la segurando o copo olhando para o nada, com uma expressão estranha, tristonha.

Ela olhou para Vegeta, sem alterar a expressão e ele perguntou:

- Do que ela falou?

Chichi deu de ombros, disfarçando e disse:

- Um garoto, uma vez... ele invadiu uma área de gravação sem querer e nós dançamos. E ele era bom, realmente e...

Um sorriso malicioso apareceu no canto dos lábios de Vegeta que disse:

- E a pobre menina rica ficou encantada por um garotinho pobre? Que romântico...

Era uma vez em BollywoodOnde histórias criam vida. Descubra agora