A mansão em Juhu tinha três pavimentos e sua entrada ficava no final de uma alameda de casas onde a imponente residência se destacava, na parte mais nobre da praia, uma longa faixa de areia que ia do pequeno aeroporto de Juhu até a praia de Varsova, um trecho de cerca de 5 quilômetros de praias sem uma via marginal à orla, delimitada pelos muros de clubes, hotéis, prédios, casas e até mesmo trechos de reserva natural onde, dizia-se, podia se ver o mais belo pôr de sol de Mumbai.
E foi justamente ao pôr do sol, que Vegeta e Bulma entraram pela porta principal, um arco de pedra majestoso que tinha sido erguido pelo bisavô de Vegeta, quando construíra a casa no início dos anos 60, impulsionado pelo boom de dinheiro ganho na era de ouro do cinema clássico de Bollywood. Raaja fizera inúmeras reformas e acréscimos nos anos 80 e 90, quando herdara a casa e os estúdios, mas desde a morte da mãe de Vegeta, aquele era apenas um palacete vazio e triste, cheio de quartos desocupados e aposentos fechados, o que começara a mudar dois meses antes quando Raaja ordenara uma reforma da suíte principal, e do enorme salão, que agora recebia Bulma, deslumbrada com a decoração moderna do luxuoso ambiente.
Ela olhou para Vegeta e sorriu. Ele a havia levado para um restaurante que havia sido fechado para os dois, num ponto chique e sofisticado de Juhu. Tinha sido um almoço íntimo luxuoso e divertido, com os dois comendo juntos e namorando, sendo confortavelmente servidos por funcionários muito discretos que, no entanto, tentavam entender o fato deles estarem vestidos de noivos e sozinhos. Agora ela segurava a pequena maleta com duas mudas de roupa e uma camisola e se perguntava qual era o passo seguinte, um pouco nervosa com a sua inexperiência.
Vegeta então, delicadamente, tirou a mala das mãos dela e disse, enlaçando sua mão na dela:
- Vem... quero que veja uma coisa.
Ele abriu a porta para o varandão que corria de fora a fora ao longo da fachada para a praia. Bulma prendeu a respiração. O mar da Arábia, muito sereno e sem grandes tormentas, murmurava suavemente tingido de dourado, laranja e vermelho lá adiante, no fim da faixa larga de areia que se podia ver dali. Ele e ela foram até o parapeito da varanda e abraçaram-se em silêncio, ela com a cabeça no peito dele, sentindo o cheiro bom que vinha dele, fresco mas ao mesmo tempo almiscarado, um perfume que ela se habituara lentamente ao longo de tanto tempo de convivência e que agora percebia que amava.
Ela deu um suspiro profundo, Vegeta acariciava seus cabelos suavemente, enquanto a outra mão envolvia a sua cintura de forma ao mesmo tempo possessiva e carinhosa. De repente, Bulma disse:
- Que lindo, Vegeta... vamos mesmo morar aqui?
- Sim, se você quiser. Se não quiser, podemos escolher outro lugar.
- Não! Eu quero! Amei! É só que...
- Só que?
- É tão engraçado. A casa onde fui criada caberia inteirinha na sala dessa casa. É como viver um sonho.
- Ter você finalmente também é como um sonho para mim... eu devia ter me declarado naquela noite em que estávamos no Raj, sabia? Eu já estava apaixonado por você ali, só acho que não queria admitir. E no holi? Quando você me pediu um beijo, cheia de bhang e eufórica... como eu me controlei, achando que estaria abusando de você... sempre cheio de dúvidas e querendo roubar você daquele...
Ela o encarou, de repente. Tinha algo que ela não entender ainda.
- Por que você acabou decidindo fazer as coisas dessa forma depois de tudo aquilo que aconteceu em Dubai?
- Você quer mesmo saber? O que me fez abrir mão de você foi a sua recusa, mesmo sabendo que não era a sua vontade, mas a do seu irmão. E você sabe que eu não desisti, nem mesmo quando você me bloqueou no celular. Eu quase desisti porque eu não podia agir contra sua vontade. Só que havia algo que nenhum de nós não sabia... o sujeito, sabe?
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Era uma vez em Bollywood
FanfictionEra uma vez uma fábrica de sonhos onde uma jovem atriz se apaixona por um rapaz pobre e um galã temperamental não consegue admitir que ama sua colega de faculdade. Isto é Dragon Ball, mas também é Bollywood.