O pequeno bastão de teste de gravidez estava diante dela, na pia do banheiro. Ela suspirou, tirou a tampa e sentou-se na privada para aquele ritual que ela já fizera incontáveis vezes. Um pequeno jato de urina molhou a ponta certa do bastão e ela levantou-se, olhando apreensiva para a janelinha de resultado, os olhos verdes estreitos de tanta ansiedade.
– Tenshin! – ela gritou e o marido entrou no banheiro, parando diante dela com a mesma expressão ansiosa e apreensiva, enquanto aguardava o resultado do teste.
Conforme a urina entrava em contato com as fibras dentro da janelinha de resultado, apareceu uma listra fina e vertical, que indicava que o teste estava funcionando perfeitamente. Então, para decepção de ambos, nada mais aconteceu. A segunda listra, que indicava "positivo" ficou apenas na vontade de ambos de serem pais. Silenciosamente, ela fechou o teste e entregou a ele para que descartasse, então, levantou-se do vaso e tirou a camisola para uma chuveirada, desejando que a água morna lavasse sua tristeza.
Quando saiu, viu Tenshin procurando uma gravata. Ele usava apenas a calça do terno e estava silencioso, o rosto traindo sua tristeza. Tentavam há dois anos serem pais, mas ainda não havia acontecido nada além de frustração e decepção. Sete vezes a menstruação dela falhara, sete vezes havia sido apenas a sua ansiedade em ser mãe que atrasara sua menstruação.
Ele olhou para ela e sorriu, quando ela jogou de lado a toalha e começou a procurar uma roupa para vestir-se. Não conseguia pensar ao certo o que usar, esses dias em que ela se sentia frustrada eram os piores. De repente, disse, olhando para ele:
– A culpa é minha, não é?
Ele se levantou, deixando as gravatas de lado na gaveta, e se aproximou dela, abraçando o corpo nu ternamente:
– Minha deusa, minha flor de lótus... não, não é culpa sua... lembra o que o médico disse?
Tinham se submetido, os dois, a uma bateria de exames e nenhum dos dois era estéril ou tinha qualquer problema significativo que pudesse sugerir que o problema fosse físico ou anatômico. Ela suspirou:
– Que em determinados casos o estresse e a ansiedade podem dificultar a ni-ni-nidação do feto. Eu tenho feito a terapia, Tenshin... mas...
Ele a afastou e olhou seu rosto, o acariciando, e disse:
– Se não for nosso carma ter filhos... não vou jamais culpar você – ele sacudiu a cabeça daquele jeito peculiar e disse – há muitas crianças abandonadas na Índia, podemos cuidar de alguma, ser pais não significa necessariamente ter gestações...
– Mas queria um filho meu... sabe? Meu e teu, nascido de nós dois.
– Caso continue tendo problemas, podemos tentar uma barriga de aluguel... aqui...
Lunch sacudiu a cabeça enfaticamente. Embora essa prática na Índia fosse tão comum a ponto de ser banalizada, não a agradava a ideia:
– Não. É caro para nossas posses, além de ser algo que envolve exploração de outra pessoa... não gosto dessa ideia.
– Então, teremos de continuar tentando, mere soniya (minha amada)... – ele disse, beijando o alto de sua cabeça – estamos tentando bastante, não estamos? – ele disse e sentiu o sorriso dela se formando contra seu peito.
– Claro que vamos continuar tentando – ela sorriu para ele – mas agora precisamos ir para o trabalho...
Ele deu um suspiro e disse:
– Maldito trânsito de Mumbai... se não fosse isso, poderíamos tentar mais uma vez agora...
Ela riu para o marido.
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Era uma vez em Bollywood
FanfictionEra uma vez uma fábrica de sonhos onde uma jovem atriz se apaixona por um rapaz pobre e um galã temperamental não consegue admitir que ama sua colega de faculdade. Isto é Dragon Ball, mas também é Bollywood.