– Querida, por favor, decida-se! – disse a auxiliar da casa de casamentos para Bulma.
Ela tinha diante de si dois sáris de casamento e uma lehenga (conjunto de saia, choli e dupatta longa) todos ricamente bordados, em tons de vermelho-sândalo, vermelho vivo, dourado e âmbar. Como toda sogra rica, Hime havia comprado três roupas para que ela escolhesse uma para a cerimônia, outra para a festa e uma terceira, reservada para qualquer imprevisto. Mas naquele momento, meia hora depois que chegara para se preparar para a sua cerimônia de casamento, marcada para meio-dia, ela só conseguia ter vontade de chorar, porque tinha plana consciência de que realmente não queria de forma nenhuma se casar com Yamcha.
– E-eu... não sei! – ela explodiu em lágrimas e as duas auxiliares trocaram um olhar aborrecido diante da noiva que usava apenas uma parkar (anágua) armada e um sutiã branco, sem a mínima vontade de colocar nenhuma daquelas roupas ricas para se casar com o rapaz que um dia ela achara que era seu príncipe encantado.
– Querida... estamos acostumadas com noivas em prantos, mas deixe para chorar diante do fogo sagrado. Sabemos como custa para uma moça jovem deixar a casa dos pais... mas não é um casamento forçado, não é mesmo? E seu noivo é lindo! Escolha um dos trajes e nós a vestiremos para começar a sua maquiagem!
Sem pensar muito, Bulma apontou para a bela lehenga vermelha, um traje bonito mas não o mais belo dos três e disse:
– Esse.
– Então, vamos começar a vestir você e logo vai ser a mais linda das noivas!
***
Vegeta olhou-se no espelho. Aquele era um plano insano, mas era o único que ele pudera conceber. Na véspera, ele e Tarble haviam ido ao estúdio e ele pegara um traje de noivo que jamais havia sido usado, mas que era feito sob medida para ele: o traje confeccionado para o casamento da primeira versão de "Princesa Shanti felizes para sempre" em que o Príncipe Aman era um nobre de alta linhagem e não um pirata. Era verdade que ele ficara mais forte e o traje cor de açafrão agora era um pouco apertado nos ombros e braços, mas seu irmão dera um jeito e conseguira, na noite anterior, soltar e refazer algumas costuras sob os braços e nas axilas e ele estava bem mais confortável.
Vegeta então pegou a última peça do traje, aquele que ele mais odiava usar em qualquer função social ou filmagem: o vistoso turbante laranja finalizado com uma pedra de rubi sob a dobra frontal em forma de leque. Olhou-se no espelho e pensou que só mesmo Bulma para o fazer usar aquele tipo de peça que, nos seus anos de Europa, ele passara a achar ridícula e embaraçosa. Tarble então entrou no quarto e disse:
– Bhaee.,. são oito e meia. Se quisermos roubar a noiva precisamos nos apressar!
– Não vou roubar a noiva. Vou convencê-la a fugir comigo.
– O que é outra forma de dizer que vai roubar a noiva. Vai ser aquilo mesmo?
– Sim, vai.
– Ok... você vai na sua Ferrari na falta de um cavalo alazão, e eu e pitah vamos no carrão dele, levando aquela constrangedora escada dobrável... enquanto eu descubro o quarto onde ela está se arrumando, pitah fala com a preciosa maan da noiva e avisa que esse casamento não deve acontecer. Mas você realmente acha uma boa ideia tirar uma mulher de sári pela janela de uma casa de casamentos?
– Não vou tirá-la pela janela, mas não posso entrar vestido assim no meio dos convidados, não acha? Se tudo der certo, ela vai sair pelos fundos comigo...
Nesse instante, Raaja Vegeta, completamente pronto, apareceu para falar com o filho. Olhou para ele e riu, dizendo:
– Um autêntico príncipe indiano!
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Era uma vez em Bollywood
FanfictionEra uma vez uma fábrica de sonhos onde uma jovem atriz se apaixona por um rapaz pobre e um galã temperamental não consegue admitir que ama sua colega de faculdade. Isto é Dragon Ball, mas também é Bollywood.