Dentro do salão nobre convertido em cinema, 250 seletos convidados viram quando a tela se iluminou e o logotipo da Sadala Filmes anunciou a nova produção, logo seguido pelo logo da SFL. Bulma sentiu imediatamente um frio na barriga. Era a sua estreia como protagonista em Bollywood, não um papel de 15 minutos como os 2 anteriores com Yamcha.
Na tela, a primeira cena do filme mostrava Vegeta numa olaria, fazendo pequenos ramaikins, potes de barro usados pela culinária indiana para servir lassi ou caldos. De repente Chichi entrava e gritava:
– Bhaee!
Os dois começavam uma discussão animada sobre tarefas e ele acabava enrolando a irmã e saía para uma luta de rua, num cenário que lembrou a Goku o círculo de luta de rua de Vadala.
– Mas mais arrumado – ele sussurrou para Chichi, que riu do comentário. – você está linda. – ele completou, procurando tocar a mão dela no escuro.
– Goku – ela sussurrou – vão perceber e...
– Eu não ligo. Quero que saibam que eu te amo – ele sussurrou para ela, que disse:
– Não aqui, não agora... – ela podia sentir os olhos dos seus possíveis detratores em cima dela – mas logo... eu prometo.
– Está bem – ele sorriu e virou-se para a tela. – você me deve uma dança na festa.
– Duas – ela sussurrou – promessa é dívida.
Bulma apareceu na tela, radiante e deslumbrante, e ela mesma sorriu ao se ver, e, como toda mocinha de filme, sua entrada era uma dança em que ela exibia seu talento e desinibição. Ao contrário de Chichi, que era toda técnica ao dançar, Bulma era intuitiva e espontânea, e era difícil não se apaixonar pela forma como ela valorizava suas qualidades.
No escuro do cinema, Vegeta engoliu em seco e disse, perto do ouvido dela:
– Eu me lembro desse dia. Você chegou para gravar reclamando do trânsito na Mumbai Six – ele murmurou – e distribuiu besan ladoos para todos. Tinha sido seu aniversário uns dias antes – ele sorriu e ela perguntou:
– Como se lembra disso?
– Eu prestava atenção em você... quer a prova?
Bulma suspendeu a respiração no escuro. Aquele era um jogo perigoso. Ela percebeu Raditz olhando para ela, mas o irmão estava distante, sentado na fila de trás, ao lado de Goku, mais próximo da mãe, que sentara ao lado de Raaja Vegeta (que trocara de lugar por algum motivo com Oolong, que sentaria ao lado da sua mãe a princípio). Com o coração batendo mais forte, ela disse:
– Quero.
Vegeta sorriu e se calou no primeiro instante, mas, ao longo de cada cena ele relembrou, numa voz baixa e sussurrada, tudo que haviam conversado e feito ao longo das gravações, sempre comentando como ela estava, a roupa que havia usado naquele dia, conversas que haviam tido. Bulma sorria, encantada com cada comentário e com o retrato que ia se formando dela segundo o olhar de Vegeta, as emoções se sobrepondo ao que via na tela, a trajetória emocionante do jovem pobre que vencia e realizava coisas para ele e para os que amava através da luta, algo tão parecido e próximo da trajetória do seu irmão.
E, à medida que a história se desenrolava, ela sentia cada vez mais que seu coração batia por ele, que ela amava Vegeta e, sim, era correspondida, podia sentir isso sem ele nem mesmo precisar confessar. Quando a sessão foi interrompida para o intervalo de dez minutos, logo após a cena impactante de Shakti indo ao chão na sua primeira luta como profissional, ela levantou-se da cadeira num estado estranho de euforia e ansiedade. Era como se algo na sua vida estivesse próximo de acontecer, uma mudança imprevisível e irreversível. Ela era a borboleta prestes a sair da crisálida, e a declaração velada de Vegeta vinha no último instante antes dessa importante mudança.
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Era uma vez em Bollywood
FanficEra uma vez uma fábrica de sonhos onde uma jovem atriz se apaixona por um rapaz pobre e um galã temperamental não consegue admitir que ama sua colega de faculdade. Isto é Dragon Ball, mas também é Bollywood.