Capítulo 13: Main agar kahoon (Se eu disser...)

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– Quanto disse que é a bolsa de ajuda, Kakarotto? – Raditz olhava o irmão sério, os dois sentados na boleia do caminhão estacionado em frente ao estádio.

– Oitenta mil rúpias (pouco mais que 5000 reais) por mês... mais as despesas em Déli pagas. Isso até começarem a filmar...

– Filmar?

– Os lutadores que realmente se destacarem nos treinos é que vão ser selecionados para a liga dentro de seis meses. Mas quando a preparação para os primeiros eventos começar, vão fazer um reality show, e, dependendo dos patrocínios e da popularidade de cada um, os ganhos podem aumentar muito...

– E se você não for um dos selecionados, bhaee?

– Eu vou ser, Raditz. – Kakarotto disse, determinado. – Eu vou ser o lutador mais forte e o primeiro da liga. Vou conseguir o cinturão, ganhar muito dinheiro e mudar a nossa vida. – ele encarava o irmão, certo do ceticismo dele, mas disposto a tentar, por isso, completou – Eu entendo sua preocupação, mas é a melhor oportunidade da minha vida.

– Eu não nego isso – disse Raditz – mas me preocupo com nossa maan. Como ela vai ficar sozinha e sem você para as vendas e entregas? Eu preciso pagar o caminhão... posso passar a pegar entregas apenas aqui em Mumbai, mas ganharia menos...

– Sei que sempre é você que se sacrifica, bhaee – disse Kakarotto, com uma nota triste na voz – mas, pense...

– Já pensei – disse Raditz, irritado – não estou pedindo para que não aceite! Quando você tem que ir ao escritório deles?

– Segunda-feira. Daqui a três dias.

– Bem, temos três dias para pensar numa solução.

O jantar naquele dia foi uma mistura de lágrimas de felicidade e tristeza de Gine:

– Que coisa maravilhosa – ela ria e chorava – mas por Krishna, Nova Déli é do outro lado do país, meu filho! Como vou aguentar essa distância?

– Não faça drama, maan. Eu falarei com a senhora todas as noites pelo Skype. Como a Bulma faz!

Bulma, que tinha vindo aquela noite para casa, para passar o fim de semana, disse:

– Não é a mesma coisa, seu tonto! Eu estou aqui pertinho no pensionato! Você vai estar lá longe, em Déli!

– Podia ser pior! Eu estou no Time Mumbai/Deli, o time Bengali vai ter como sede Calcutá, que é MESMO do outro lado do país! E eu vou ter direito a 4 passagens e 2 fins de semana em casa por mês!

A mãe encarou o filho, com os olhos cheios de lágrimas. Desde a formatura dele e de Bulma, ele havia se tornado seu autêntico companheiro: nas manhãs, acordava muito cedo, antes do amanhecer, para a sua corrida, e voltava sempre com uma fruta fresca para eles comerem no café da manhã, quando ela estava com o chapati, o pequeno pão chato indiano, prontinho. Era um café da manhã muito melhor do que o que haviam comido por anos, restrito a arroz chato com ghee, mas agora, graças ao esforço dele e de Raditz, a vida deles era um pouco menos apertada.

Depois, ele revisava as entregas do dia e saía com seu tuctuc pela cidade, normalmente tendo que dar várias viagens até as 14 horas, quando ele saía para seu treino de luta ou para se preparar para algum torneio. Ele era seu menino precioso, e, quando voltava para casa, sempre vinha com histórias engraçadas e com o entusiasmo de um jovem sonhador pelos seus sonhos de lutas e torneios... e era para isso que ele treinava tanto, não era? Diante disso, Gine deu um profundo suspiro e disse:

– Eu sei que eu nunca fui assistir a uma luta sua porque não quero ver meu menino precioso, meu pequeno Krishna com o rosto do meu Bardock, apanhando. – o filho corou e ela prosseguiu – mas, já que é assim, já que é isso mesmo que você quer e essa é a sua grande chance... então, filho, eu prometo a você que quando estiver valendo um título importante eu vou estar lá para torcer para você... Ela o encarou séria e disse – e trate de vencer sempre, para honra de nossa família! Mesmo que você tenha cismado de usar um outro nome para isso, não esqueça que você é Kakarotto, filho de Bardock!

Era uma vez em BollywoodOnde histórias criam vida. Descubra agora