Lunch coçava a cabeça diante do laptop aberto em seu colo, eventualmente mordia os lábios nervosamente, ou soltava um murmúrio irritado. Tenshin, já se vestindo para ir acompanhar King Cutelo em um compromisso, perguntou:
– Por que tanto mau humor logo pela manhã, posso saber?
– Essa história de filme de luta... a Chichi não podia fazer mais uma mocinha? NÃO, ela tinha que querer ser uma lutadora – ela apontou para a tela, onde se via em tela cheia uma mulher que acabara de vencer uma luta. Ela tinha o cabelo todo trançado e o rosto congestionado e feio – como eu faço para isso parecer glamouroso e atraente?
Tenshin riu e disse:
– Talvez ela tenha cansado de ser glamourosa e atraente...
Lunch deu um suspiro cansado e então fez uma careta de náusea, correndo para o banheiro. Tenshin ficou olhando desconfiado e disse:
– É a terceira vez essa semana. Tem certeza que está tudo bem?
Ela se demorou um tempo e voltou, pálida. Então disse:
– Não sei. Deve ter sido alguma coisa que eu comi no Diwali.
– Foi há quinze dias! Não é possível. Você tem certeza que...
– Eu menstruei, Tenshin!
Ele olhou de perto a esposa, conferiu seus olhos, puxando a pálpebra inferior para baixo e disse:
– Você vai acabar anêmica. Vou te levar a um médico.
– Não precisa... eu tenho que me preparar para o teste de maquiagem em dois dias, discutir as possibilidades com a Chichi... – ela passou por ele e foi se vestir também. Tenshin não desistiu e disse:
– Eu sei que tem sido traumático e difícil – ele abriu a gaveta do armário do banheiro e pegou um teste de gravidez fechado. – Mas se tem certeza, porque comprou isso?
Ela deu um suspiro e disse:
– Comprei semana passada. Mas eu tinha menstruado... pouco, é verdade, mas você viu.
– Você disse que menstruou. Eu não sei se é possível que você esteja grávida, mas tem sintomas. – ele estendeu o teste para ela e disse – Faça.
Ela o encarou com uma expressão zangada. Ele a conhecia bem, lá no fundo ela tinha medo de ter uma nova decepção, mas ainda nutria uma certa esperança: o sangramento que tivera dois dias após o Diwali tinha sido muito diferente de seu fluxo normal, por isso ela comprara o teste. Junto com os enjoos podiam ser uma evidência, mas ela estava cansada de ter esperanças falsas. Ele sacudiu a cabeça de um jeito que ela aprendera a interpretar como "não seja teimosa" e ela pegou o teste da mão dele e se encaminhou para o banheiro.
Eles haviam feito aquilo mais vezes do que gostariam, então sempre costumavam agir da mesma forma. Tenshin apoiado na pia do banheiro e ela, como sempre, sentada no vaso, contemplando o pequeno visor do teste, dessa vez com menos expectativas do que das outras vezes. Uma linha azul tênue apareceu e ela ia suspirar resignada quando a sombra da segunda linha, que indicava positivo, começou a surgir.
Ela mirava incrédula a pequena janelinha, os olhos verdes arregalando-se à medida em que a fina linha azul se tornava mais nítida. Ela queria gritar, mas a única coisa que conseguiu foi olhar para o rosto do marido, que sorria para ela, radiante, um segundo antes de puxá-la para um abraço e um beijo longo antes de dizer:
– O que eu sempre digo para você?
– Nada acontece antes ou depois do tempo dos Deuses. – ela riu. – Não acredito que me converti para o hinduísmo. – ela se soltou dele para se arrumar e ele disse, numa seriedade fingida:
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Era uma vez em Bollywood
FanfictionEra uma vez uma fábrica de sonhos onde uma jovem atriz se apaixona por um rapaz pobre e um galã temperamental não consegue admitir que ama sua colega de faculdade. Isto é Dragon Ball, mas também é Bollywood.