Capítulo 14 - Diligência Contraditória

2.4K 433 432
                                    

Narrado por Kirishima Eijirou

Olho para a face do loiro que a cada momento fica mais vermelha que o próprio sangue espalhado em seu carro. Eu poderia ao menos ter evitado a destruição do porta luvas, mas no momento isso é o que menos importa pra mim. Estou completamente vulnerável e mais ferido do que eu esperava ficar com uma missão simples, se esse desgraçado não ficasse pensando na morte da bizerra eu não teria tido tantos danos assim. Penso em sua pergunta e solto o ar sorrindo sem conseguir evitar, não há muito o que fazer, eu já estou a mercê de seu auxílio agora, dizer meu nome é um mero detalhe.

- Eijirou… Kirishima Eijirou - falo por fim revelando algo que poucos no final tem o direito de saber. Por que eu fiz isso? Não sei ao certo, talvez a perda de sangue esteja me deixando mais irracional do que de costume, não quero dar o braço a torcer dizendo que ele me desperta confiança porque isso não é totalmente a verdade. Ele é um herói e dessa raça eu quero somente distância, as circunstâncias me trouxeram ate essa situação e não ousem me dizer o contrário, enxeridos!

Bakugou me encara depois de respirar fundo mais um par de vezes antes de sair do carro. Mantenho o aperto firme no ferimento em minhas costelas e cerro os dentes sentindo a pele arder, essa dor não é comum e creio que ainda terei problemas com essa queimadura. A princípio, preciso apenas fechar esse corte profundo e logo poderei ir pra minha própria casa lidar com o restante.

Abro a porta ao meu lado colocando ambos os pés pra fora antes de me erguer, minhas pernas parecem gelatina e talvez isso seja pela perda de sangue enquanto eu permanecia ainda sentado. Ignoro completamente os avisos de sobrecarga do meu corpo e caminho cambaleante, jogando para o lado o braço do loiro quando ele tenta encostar em mim pra ajudar. Já chega desse puto me ajudando, isso aqui já tá de bom tamanho.

- Espera, cacete… - ele ralha fechando a porta atrás de mim e eu apenas ignoro, concentrando-me na dor pulsante que se alastra pelo meu tronco a cada passo que dou. Mil vezes merda! Eu deveria ter sido mais egoísta e deixado que o fodido aqui ficasse com todo esse dano, porque diabos eu quis dar uma de bonzinho dessa vez? Olho para cima enquanto o loiro se aproxima para solicitar a entrada ao porteiro e analiso a noite densa ao nosso redor, provavelmente vai chover e isso só piora tudo, ao menos moro irritantemente perto desse playboy desgraçado.

Ele abre o portão por completo para que eu possa passar e eu o faço, indo em direção ao hall arrastando os pés, logo tendo ele no meu encalço novamente. Sinto a queimação chegar nas minhas costelas de repente e paro de andar arfando pesadamente pela agonia excruciante, ainda não é o suficiente para me abater, mas por alguns segundos, sinto como se fosse cair no chão a qualquer momento. Malditos filhos de uma puta… eu vou matar aquele desgraçado do Yasho quando o encontrar. Essa vulnerabilidade não combina comigo, ainda mais estando com esse loiro idiota…

- Não me encham o saco! - comento com vocês e o herói parece ter escutado minha fala.

- Que? - ele questiona abrindo a porta de vidro para entrarmos no hall dos elevadores. Olho pra ele com desdém e estalo a língua antes de responder.

- Queijo - digo me arrastando para dentro e analiso os arredores. A elegância do local não passa despercebida e creio que não estou errado em chamar esse cara de playboy, ele não passa de um burguês safado… Dou mais alguns passos antes de sentir minha visão escurecer perigosamente, meus joelhos fraquejam e eu me preparo para a queda, surpreendendo-me quando Bakugou segura minha cintura para me manter de pé. Porra, isso me irrita para um caralho, mais por eu não ter como recusar do que por minha atual situação.

Permaneço calado e ele - sabiamente - faz o mesmo enquanto seguimos para um dos elevadores que já se encontra neste andar. Entramos no cubículo metálico e as portas logo se fecham depois que o herói aperta o botão do seu andar. Me apoio com o ombro na parede ao meu lado e ouço a risada curta do loiro, lá vem…

Redheaded Mercenary || KiriBakuOnde histórias criam vida. Descubra agora