Hey hey hey!
Temos aqui um capítulo de 7K, muitas coisas que eu nem esperava ter.
Enfim, boa leitura <3
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Narrado por Bakugou Katsuki
Persisto na tarefa de lavar a louça vagarosamente, ainda que ensaboe todos os utensílios de forma metódica e sistemática. De certa forma, uso isso para pensar um pouco sobre tudo o que aconteceu no curto período de metade de um dia, agora são por volta das 15h e as cortinas estão entreabertas na sala, deixando uma luz amena entrar no cômodo. Olho por cima do ombro pelo que deve ser a décima vez, conferindo se Kirishima ainda está ali sentado no sofá, segurando um Ipad que veio junto com sua mochila através do cara estranho de vários braços. Apesar desse serviço ser um tanto contraditório, parte da necessidade de ter isto foi por minha reclamação ao me deparar com Kirishima me dizendo que ia de moto até sua casa para buscar o que precisava.
Nem fodendo que esse puto sairia por aí em cima de uma moto no estado de lerdeza em que se encontra.
Ele ameaçou explodir em fúria, mas quando notou que não conseguia ficar bravo quase se pôs a chorar e depois, se recusou a me escutar enquanto andava pela casa com as mãos na orelha gritando "lalala" como uma criança birrenta. Bastou que eu enfiasse um belo pedaço de torta na boca dele para que o brilho no olhar retornasse e ele aceitasse de bom grado o que eu ordenei, que era para que o mesmo não saísse de casa.
Agora está tudo tranquilo, pelo que posso deduzir, ele está murmurando sozinho enquanto analisa o aparelho em suas mãos e não teve mais nenhum surto emocional, muito menos sintomas físicos preocupantes, somente o frio que o leva a estar vestido dos pés à cabeça mesmo com os raios de sol sobre si, a camisa foi trocada por uma colada com mangas longas cinza e calças de moletom na mesma cor com tom mais escuro. Seus pés estão cobertos por meias de tubarão que me fazem sorrir e balançar a cabeça em negação ao mesmo tempo, assim como a touca de orelhas longas que cobre parte dos fios vermelhos.
É tão estranho e... frustrante. De fato, o remédio funcionou, mas ele com certeza não vai aceitar trocar o outro por este, a vulnerabilidade que o traz é um efeito colateral que o prejudica tanto quanto a instabilidade psicológica do outro, porém a vida que Kirishima leva o deixa muito certo da escolha mais viável. Ser um louco fodidamente forte claramente parece mais correto do que um bebezão enorme com metade da capacidade física que normalmente possui. Porra, saber disso me deixa irritado, não por ter perdido uma boa quantia nessa fórmula alternativa, mas por saber que havia uma chance de ele ser como verdadeiramente é se não precisasse tanto estar em situações perigosas.
Eu facilmente me colocaria à frente para protege-lo, contudo, sabendo que o orgulho dele é tão grande quanto o meu, isso jamais seria cogitado por aquele idiota. Além de que, eu seria mesmo capaz de proteger a ele com toda a perversidade que o rodeia? Merda, eu to muito atolado na bosta com essa situação. Lidar com todas essas complicações e a personalidade volátil do ruivo me desgastam ao extremo, mas eu tento muito não demonstrar, não quando Eijirou é claramente a parte mais prejudicada de tudo isso, não posso fraquejar por conta de caprichos inúteis, mesmo que a frustração seja um enorme peso em minhas costas a cada fracasso.
Mal percebo que terminei de lavar a louça e estou apenas com a torneira ligada à minha frente, encarando a água indo direto para o ralo enquanto minhas mãos tremem acima do mármore. Respiro fundo, mas isso não serve muito para acalmar a ansiedade corrosiva que percorre meus nervos como ácido. Caralho, eu preciso muito ligar pra minha terapeuta, que inferno.
Suspiro segurando minhas mãos para conter um pouco do nervosismo, mas logo deixo isso de lado, buscando uma xícara no escorredor para pegar um pouco mais de café. É o jeito, me acalmar com cafeína e deixar que as emoções se dispersem lentamente, estou no limite, mas ainda consigo aguentar sem surtar.
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Redheaded Mercenary || KiriBaku
FanficLivro 1 (Concluído) Kirishima Ejirou, o temido anti herói Red Riot, não se importa com as regras toscas, impostas pela sociedade para proteger a "moral". Seu trabalho, tem um preço, assim como os heróis, mas ao contrário do código ético dos mocinho...