Narrado por Kirishima Eijirou
Sinto uma luz forte através das minhas pálpebras e aperto os olhos antes mesmo de tentar abri-los. Sinto minha cabeça latejando demais e lembro-me vagamente de algumas poucas coisas… Uma delas era que eu havia acabado de abraçar o… Isso não pode ser possível, eu… eu vi ele…
Abro os olhos sem cuidado algum e fico cego por alguns instantes, tento erguer meu corpo e me vejo completamente preso e imobilizado por um equipamento extremamente estranho. Mal consigo sequer respirar e procuro observar tudo ao meu redor para entender onde estou. Há diversas telas acesas ao meu redor e parece haver diversos cientistas ou algo assim, mas que porra eu tô fazendo aqui?
- Ei, seus estranhos. Me soltem dessa merda agora! - Rosno me debatendo para tentar soltar as amarras que prendiam meus ombros, pulsos, cintura e pescoço. Uma espécie de armadura de material transparente ficava envolta de todo o meu tronco e membros superiores, ainda que houvesse um espaçamento de 2 cm aproximadamente. Meu corpo está pesado como nunca esteve e eu começo a me desesperar com essa coisa ao redor do meu corpo, mas que porra, como eu vim parar aqui?
Ouço uma porta se abrir logo na minha frente e quando a mulher de cabelos roxos e flamejantes entra pela porta, só consigo sentir o mais puro odio se apossando da minha mente.
- Me solta Konama, eu não tenho nada a ver com você - Berro ao ver a mulher se aproximando vagarosamente e começo a me debater um pouco mais na cadeira que me prende. Tento ativar minha individualidade, mas quando eu deveria sentir minha pele enrijecer, ela é perfurada em todos os locais com diversas agulhas que se projetam por dentro do revestimento transparente ao redor do meu tronco. Grito de frustração e paro de tentar me mover, já que as agulhas adentram minha carne precisamente, quase como se eu pudesse senti-las nós meus ossos. A dor é insignificante perto da minha ira ao observar a movimentação sagaz da mulher na minha direção.
- Nada disso, bobinho. Eu preciso da garota… Seu amigo esteve devendo por muito tempo e agora eu não vou mais ser paciente - ela sibila gentilmente, quase como se estivesse fascinada ao analisar meu rosto com seus dedos imundos encostando na minha bochecha. Tenho o impulso de tentar morde-la e ela se afasta dando risada, fazendo um sinal com os dedos para alguém atrás de si. As agulhas em meu corpo fazem uma pressão ainda maior e eu grito pela impotência, essa porra dói como um inferno e está me impedindo de agir com a quirk. Desgraçada…
- Eu não sei… do que está falando… - digo entredentes tentando ao máximo respirar com cautela, ainda que seja difícil ter fôlego com tamanha dor, eu não posso me mover bruscamente ou essas agulhas malditas vão me torturar ainda mais. Eu não vou deixar que ela saiba onde está a garota, ela era importante pra ele, ela é importante pra mim também… Porra, por que esse maldito fez isso comigo? Por que eu… por que eu fiz aquilo? Eu deveria ter sido mais… droga! Isso não é hora.
- Ora, Red Riot… Não seja tão cínico! Você matou o pai dela, deveria ao menos saber onde está a maldita criança! - ela exclama furiosa, ainda que se controle o suficiente para calçar luvas em suas mãos pequenas. Fico apenas observando com o canto dos olhos enquanto procuro alternativas pra sair daqui, eu não vou dizer nada, espero ao menos que Dekara saiba cuidar da menina se eu tiver que morrer pra levar esse segredo comigo.
A menção da morte de Takedo me faz tensionar e automaticamente praguejo alto pela dor aguda das lâminas em meus músculos. Meus olhos se enchem de lágrimas e eu fecho os mesmos, procurando me focar na imagem que tinha antes de acordar aqui. Ele estava em meus braços, eu não o tinha perdido como pensava, mas agora a realidade é tortuosa e essa agonia que me cerca é verdadeira demais para não ser real.
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Redheaded Mercenary || KiriBaku
FanfictionLivro 1 (Concluído) Kirishima Ejirou, o temido anti herói Red Riot, não se importa com as regras toscas, impostas pela sociedade para proteger a "moral". Seu trabalho, tem um preço, assim como os heróis, mas ao contrário do código ético dos mocinho...