Redheaded Mercenary || KiriBaku

Capítulo 30 - Racionalidade Precária

Cheguei. E você, chegou? 

Boa leitura <3

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Narrado por Kirishima Eijirou

Sinto um calor gostoso nos meus braços e me aconchego um pouco mais nesse travesseiro macio. Caramba, eu deveria ter comprado um desses há muito tempo, ele esquenta de um jeito maravilhoso. Aperto meus braços ao redor da almofada e acabo abrindo os olhos quando percebo que isso não é um travesseiro, a menos que um travesseiro tenha uma bunda firme onde meu pau está se ajeitando com muita comodidade.

PUTA QUE PARIU, QUE MERDA É ESSA?

Beleza, vamos recapitular, eu estou nesse exato momento deitado na cama do Bakugou, pra completar a merda ele ta dormindo e eu to abraçando ele. Detalhe, estamos sem camisa e eu to de pau duro, porra, como ele é quente... Será que eu deveria...?

Deixo minhas mãos sobre o abdômen dele por breves momentos e ele se mexe um pouco fazendo os músculos tensionarem sob as minhas palmas. Ele é gostoso, obviamente, disso eu nunca discordei, eu só não deveria estar sendo um idiota carente estando nessa situação com ele justamente quando está tudo dando merda. Ou melhor, eu não deveria estar assim com ele.

Me afasto vagarosamente tentando ao máximo não fazer muito barulho, ele resmunga algumas coisas que provavelmente são xingamentos e por sorte continua dormindo. Eu saio do quarto depois de pegar minha camisa no chão e ainda não consigo definir exatamente o que estou sentindo, digamos que é algo como estar puto, confuso e com tesão.

- Merda, merda, merda, cocô mesmo... – Resmungo para mim mesmo chegando na sala e me jogando no sofá para tentar pensar um pouco. Droga, eu não deveria ter feito isso, agora ele vai me ver como uma cadelinha que nem os fãs dele e minha intenção era manter a pose de macho inalcançável.

Autora, o que diabos você ta usando pra me fazer dormir com ele? Não consigo ver onde caralhos eu faria isso por livre e espontânea vontade, não importa que ele seja atraente com toda aquela irritaçãozinha barata e que eu queira beijar ele mais uma vez, continua não sendo culpa minha essa cena bonita entre protagonistas.

Certo, eu só segui o embalo do povo que fica assistindo o show que é a minha vida de merda, como um bom ator eu tinha que mostrar coisas legais para um yaoi. É isso. Nem fodendo que é amor.

Ah pronto, agora que eu falei isso vai um monte de gente me contrariar, como eu ainda aguento vocês?

- Amor sim, viadagem sim, mimimi sebosos! – Digo esfregando o rosto com as mãos e me levanto do sofá para ir ver Kyoko no quarto de hóspedes, eu tenho mais o que fazer do que ficar dando trela para as fantasias idiotas que vem na minha cabeça. Abro a porta com cuidado e vejo que ela já está acordada sentada sobre a cama com um semblante triste que me quebra por inteiro. Eu sou mesmo um egoísta filho da puta...

- Eiji? – Ela pergunta erguendo o rosto para me olhar e quando vejo seus olhos cheios de lágrimas eu mesmo sinto vontade de chorar. Me aproximo agachando na frente da beirada da cama onde ela está e deixo meus dedos escovarem os longos cabelos loiros da pequena com cuidado, as feições delicadas lembram muito a mãe dela, mas o dourado dos fios e as orbes castanhas quase âmbar só me fazem ver o Takedo.

- Oi Kyoko, me desculpe por ter demorado. Você dormiu bem? – Pergunto tentando transparecer um pouco de tranquilidade, ela ainda deve estar assustada com os fatos recentes e o local desconhecido pode ser ainda mais estressante.

- Sim... Mas eu quero dormir mais – Ela fala em um suspiro e eu sorrio quando ela inclina a cabeça para ganhar mais carinho, pelo visto eu não sou o único atrás de afeto por aqui. Na verdade, eu não deveria ter dito isso.