Capítulo 36 - Sentimentalismo Conturbado

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Boa tarde! 

Na minha cabeça esse capítulo tinha ficado bem melhor... Mas vai assim mesmo. 

Boa leitura <3

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Narrado por Bakugou Katsuki

Acordo esticando o braço para a frente, notando um grande espaço que não deveria estar vazio sendo que, pela escuridão no quarto, mal deve ter amanhecido direito. Olho para o local onde Kirishima deveria ainda estar deitado em meus braços e sinto um incômodo estranho com o fato dele ter saído assim.

Sento-me na cama coçando os olhos brevemente, virando-me para analisar o estrago que havia sido feito na cabeceira da cama na noite anterior. As marcas dos dedos de Kirishima estavam entalhados na madeira quebrada, mas isso era o menor dos males para mim no momento, os sentimentos muito recentes em meu peito eram o maior perigo para a minha sanidade. Ou melhor, ainda são.

Lembrar de como o corpo dele estremecia abaixo do meu, sua expressão rude dando espaço a um semblante de puro deleite enquanto eu metia sem piedade, os gemidos altos que ocupavam o quarto junto com o som de nossos corpos se chocando... Se eu continuar pensando nisso, talvez minha ereção não seja mais uma reação natural de todas as manhãs.

Balanço a cabeça tentando afastar as divagações libidinosas, por mais que seja satisfatório pensar no quanto eu o dominei ontem em comparação a todas as interações que tivemos até então. Dessa vez, é impossível que eu negue que estamos caminhando para algo muito mais profundo que esperávamos, creio que ele também não possa mais fingir que não há alguma coisa acontecendo, eu apenas tenho em mente que, até nomearmos isso tudo, as coisas vão continuar abstratas e estaremos constantemente em negação.

Esfrego o rosto um tanto confuso e suspiro ao colocar as pernas para fora do cobertor, apoiando os pés no chão frio. Não sei o que é mais fodido, estar em negação ou aceitar o fato de que estou em negação e ainda assim prosseguir com isso.

Fico preso em paradoxos idiotas até o momento em que escuto um barulho alto vindo da cozinha. Minha preocupação surge em conjunto com a curiosidade e não demoro a levantar, caminhando rapidamente até a origem do barulho, sem ao menos me importar em colocar uma roupa para tal, indo apenas com as boxers que encontro no caminho. Chego na sala e olho para a cozinha por cima do balcão que divide os cômodos, vendo o ruivo prostrado sobre a pia com as mãos apoiadas na bancada.

Me aproximo vagarosamente entrando no local, observando que sobre a mesa há diversos papeis cheios de anotações logo ao lado do Ipad de Kirishima com a tela ainda acesa. Ele está somente com as calças de moletom e as marcas de chupão em seu pescoço são visíveis antes mesmo que eu esteja ao seu lado na pia. Noto a rigidez dos seus músculos e percebo que ele está tentando limpar a boca e o nariz que sangram notoriamente por motivos que ainda são um tanto abstratos para mim.

– Você está bem? – Questiono somente por esperar uma resposta sincera, já que olhando para sua cara já é bem óbvio saber que ele pode dizer tudo menos "sim". Sua expressão ao me encarar é surpresa e envergonhada ao mesmo tempo, não sei dizer se sua face fica ruborizada pela minha semi-nudez ou pelas coisas que fizemos ontem, mas se ele ficar um pouco mais vermelho não saberei diferenciar sua pele do cabelo longo que corre solto por seus ombros.

– Minha bunda dói e meu sangue não quer ficar dentro do corpo, mas ainda sigo vivo, para o seu azar – Ele responde com um leve tom de deboche, desviando o olhar ao corar ainda mais por, talvez, revelar mais do que gostaria em meio a brincadeira. Acho graça de sua expressão constrangida e balanço a cabeça em negação antes de suspirar, recostando-me com o quadril na bancada que ele continua segurando com uma das mãos.

Redheaded Mercenary || KiriBakuOnde histórias criam vida. Descubra agora