Hey hey hey!
Abram seus dicionários e se acomodem confortavelmente, agora teremos o amor da minha vida, dono de todo o meu ser, narrando este trecho complexo e super importante.
Boa leitura!
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Narrado por Shinsou Hitoshi
Suspiro cansado ao terminar de envolver meus ombros com as faixas de elastano siliconado vagarosamente, deixando tempo para que o indivíduo alvo saia da boate nojenta em que se meteu. A moto já está preparada ao meu lado e as armas em minha cintura, serão utilizadas apenas no ínfimo caso de minha individualidade não ser suficiente para a resolução do objetivo. O carro dele está localizado no beco atrás de onde estou me esgueirando, não vai levar mais do que vinte minutos até que ele faça o que sempre faz, sua rotina miserável cheia de redundâncias não se mostra tão complexa como deveria para um criminoso.
A quem quero enganar... Também não passo de um criminoso odioso, contudo, me abstenho com o fato de ter ao menos alguma noção de discrição para evitar confrontos toscos, como este que irei trazer à tona para conseguir uma dúzia de informações. Talvez, este cara nem seja relevante, pensar que todo esse esforço pode ser inútil me faz revirar os olhos pela quinquagésima vez, ponderando a possibilidade de apenas deixar nas mãos de Aizawa para que conclua a interceptação sem minha ajuda. Ele é perfeitamente capaz de o fazer, mas a sensação que possuo ao me recordar de seu posicionamento ante esta missão, traz-me ao delírio de que, muito provavelmente, o mesmo esteja buscando me impor testes que não fora capaz de tornar reais num passado meramente longínquo.
Suspiro apoiando meu corpo na moto e fico atento, aos sons e movimentações na frente da boate próxima, mais uma vez confiro o relógio e levo segundos observando o ponteiro se mover lentamente para quantificar o tempo, a relatividade de cada ação prevista é mínima, meus cálculos raramente estão errados, portanto, consigo crer que ainda há tempo para fazer uma ligação.
Com os ombros relaxados e as diversas linhas de raciocínio desenhando-se em minha mente, conduzo meus pensamentos para algo mais calmo antes que, a sistematização de meu próprio subconsciente se torne muito voltado às erudições intermitentes da missão, buscando um lampejo de tranquilidade ao inspirar profundamente, pegando meu celular em uma das mãos para realizar a chamada de vídeo sem demora. Os olhos ardem com o cansaço que se estende por todo o meu corpo e imagino que precisarei de um café assim que estiver no alcance da copa, o interrogatório não precisa de imediatismo e eu necessito de cafeína para garantir a funcionalidade total do meu cérebro.
Vejo meu reflexo na tela, aguardando que a câmera deixe de focar apenas em mim para logo mostrar o que espero ver, não nego que as olheiras profundas ao redor das pálpebras inferiores e os lineares sutis das minhas expressões de desgosto me trazem a sensação de estar mais velho do que deveria. 28 anos nunca pareceram tanto quanto agora, talvez eu morra antes dos 50, dormindo como raramente consigo fazer. Mórbido, mas ao menos eles terão atingido idade suficiente para lidar com o mundo e eu, não terei mais serventia alguma por aqui.
– Oi papai! Que saudade! – A voz de Shitoru surge nos fones de ouvido posicionados discretamente em minhas orelhas e o sorriso suave do mesmo ilumina a tela, deixando-me incrivelmente mais disposto a lidar com o que quer que seja. Talvez eu esteja sendo egoísta demais, prefiro morrer quando for inevitável ao invés de incorporar a chegada de um torpor como verdade absoluta e previsível.
– Oi filho, onde está seu irmão? – Questiono vendo a afobação do pequeno ao tentar se livrar dos fios longos e arroxeados que caem sobre o rosto, as írises douradas brilham de emoção e ele sequer se lembra de me responder antes de correr para as escadas, deixando-me na tela a observar sua imagem balançando pelo impacto dos pés nos degraus barulhentos.
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Redheaded Mercenary || KiriBaku
FanfictionLivro 1 (Concluído) Kirishima Ejirou, o temido anti herói Red Riot, não se importa com as regras toscas, impostas pela sociedade para proteger a "moral". Seu trabalho, tem um preço, assim como os heróis, mas ao contrário do código ético dos mocinho...