32. Onde tudo muda

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Jimin

Me arrastando pela empresa, Jungkook não largava o aperto no meu pulso. Não pensar direito, e estar nessa situação, me sufocava, como se tudo estivesse desabando ao mesmo tempo. Aposto que todos tem esse receio, de que os maiores fantasmas da sua mente, se torne realidade. Bem, os meus, estão até piores.

— Pare! JUNGKOOK-SSI, PARE AGORA — Na mesma hora, ele travou no lugar, as pessoas passavam e nos devolviam olhares curiosos. Me senti exposto, nu, perdido.

—Vamos para casa, conversamos lá — O rosto dele, estava tão cansado, me pergunto se ele dormiu noite passada, e onde eu estava, que não percebi.

— Melhor não, eu tenho que voltar, minha agenda está cheia hoje — Eu só queria fugir, correr, me escondendo embaixo da cama — Mais tarde a gente conversa.

— Jiminie, não faça isso, por favor — Ele desceu a mão para a minha, segurando com delicadeza, me mirando com aqueles olhos doces. A vontade de chorar veio, eu não tinha controle. Respirei fundo — Prometa que não vai desistir.

— Jungkook, eu só... — Deixei as palavras morrerem na minha garganta, não sei o que dizer, fazer, ou sentir.

O silencio continuou, e parecia que algumas pessoas tinham parado apenas para apreciar o nosso "Show". Parece que minha vida é sempre um espetáculo. Me senti incomodado, tentando cobrir meu corpo com as mãos. Parece ridículo, mas eu estava sensível, mesmo que nada disso importasse. De repente, eu tinha 15 anos de novo, tudo me machucava, enquanto o mundo me via como um erro, enquanto tudo que eu queria, era virar fumaça.

— Melhor eu ir, o Wang pode se chatear — E eu não podia me importar menos com o Wang naquele momento.

— Certo. Acho que se precisa inventar uma desculpa dessas, é porque precisa mesmo se afastar agora — Assenti, tentando segurar o choro, mas falhando, quando Jeon colou nossos lábios em um selar rápido, e uma unica lagrima escapou — Me liga.

E antes de cair, porque com toda certeza era isso que ia acontecer, sai correndo, procurando o único colo que eu queria naquele momento. Entrei no elevador, as pessoas cochichavam. Minhas mãos se fecharam, apertando a carne das palmas, enquanto eu guardava todo e qualquer resquício de emoção. Sai assim que as portas se abriram, correndo o mais rápido que pude até a academia, encontrando Taehyung, conversando com Brian em um canto. Olhei ao redor, só tinha eles naquela sala, me aproximei em passos largos, meu coração batia forte, tentando denunciar meus conflitos.

— Oi, Chim — E só isso foi o suficiente para eu pular nos braços dele, abraçando meu anjinho, que de repente, pareceu tão maior que eu, tão protetor, que não me esquivei em deixar ser apertado, enquanto o choro já não se mantinha quieto, e a inundação tomava meu corpo — Calma, vai ficar tudo bem.

E ali, entregue naquele abraço, eu não precisei usar palavras, Taehyung sabia, ele sabia de tudo, sabia que apenas ele podia carregar meus maiores medos. 

******

São 8 da noite, e essa reunião ainda não acabou. A prova de roupas foi okay, não vou dizer que gostei muito do tema, mesmo sendo lúdico, eu ainda estou com o pé atrás. Talvez, seja só o dia, nada está bom, é como se a cada passo que eu dou, tivesse espinhos nos meus pés. Drama modo on. Eu sei, eu sei, só preciso de um banho quente, e talvez sorvete, sim, sorvete cura tudo. O anjinho não largava de mim, foi o dia todo tentando me fazer sorrir, até café ele pegou, me deixando todo bobo quando ele alisou meus cabelos no momento que avisei sobre a minha dor de cabeça. Eu sempre digo, mas não custa repetir, eu devia ter casado com esse omega.

.ESCAPE. (jikook, ABO) .Concluída.Onde histórias criam vida. Descubra agora