7. Omegas

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Jimin.

Entrei no apartamento, que dividia com os meninos, depois das 6 da noite. Estranhei a escuridão do lugar. Tivemos apenas treinos individuais hoje e teste de condicionamento físico a tarde. Um dos dois já deveria estar em casa. Andei até a cozinha e liguei a luz. Abri a geladeira e me servi de água, estava um pouco frio hoje. 

Andei até o quarto de Taehyung e bati na porta, ninguém respondeu. Ele deve ter saído. Peguei minha toalha e fui até o banheiro, enchendo a banheira de mármore cinza com água quente. Coloquei sais de banho, e o aroma de macadâmias subiu, deixando minha mente um pouco mais relaxada. Como eu disse, estava frio, e o banho quente é tudo que eu preciso para me aquecer, e esquecer. 

Tirei as roupas e entrei, deixando a água me abraçar enquanto meu corpo se confortava pouco a pouco. Mesmo sabendo que eu precisava refletir e colocar muita coisa no lugar, queria antes de tudo, abstrair e respirar tranquilamente, aproveitando o silêncio reconfortante onde o apartamento estava imerso. 

Depois de meia hora a porta do banheiro foi aberta, me esqueci de trancar? Que droga! Ainda bem que era o anjinho, ele carregava uma taça de vinho, e por incrível que pareça, não mostrou constrangimento nenhum em me ver pelado em uma banheira cheia de espuma. Ele apenas sorriu melancólico e sem dizer nada, me ofereceu a taça.  Eu a peguei, dei um gole e observei seus olhos vermelhos, parecia ter chorado.

— Você está bem, Taetae? — Ele negou e respirou fundo — O que aconteceu? 

— Termine seu banho, conversamos depois — E saiu batendo a porta, me deixando lá com um vinho tinto delicioso. Combinava bem com ele. 

Virei todo o líquido da taça e sai da banheira me vestindo em um roupão felpudo branco. Depois de um tempo razoável já estava perfumado com meu melhor hidratante e vestido com um pijama antigo o suficiente para ser o meu favorito. Peguei o celular e sai do quarto tentando rever minhas configurações de bom conselheiro. A deusa que me ajude!

Taehyung estava vestido em conjunto de moletom rosa. A visão dele jogado no sofá, enquanto assistia algum programa chato sobre garotas ricas na tv era no mínimo reconfortante, quase comum demais. Seu olhar era tão vago quanto o momento que estamos vivendo, talvez aquele sentimento fosse necessário. Sentei ao seu lado pensando no que dizer.

— Cadê o babac... hoseok? — Perguntei, me encostando mais no sofá e cruzando as pernas. 

— Ele foi para casa. O irmão dele ligou, estão putos por ele estar aqui. — Como é que ele já sabe de tudo isso? 

— Hmm... é por isso que você está com essa cara? —  Perguntei. Ele me olhou e fez um biquinho. Tão fofo!

— Não. Acho que você sabe que a gente transou — Eu assenti, cena difícil de esquecer — Eu sei que estavamos bebados, mas tirando ele, eu só fiz isso com uma garota alfa da minha antiga escola. E não que não tivesse sido bom, mas eu não senti nada por ela, e ele... ele fez com que eu me sentisse bem, entregue. Sei lá... depois disso ele me ignorou esse dois dias e ainda ficou dando mole para o Yoongi hyung o dia todo bem na minha frente. Doeu um pouco. 

Logo entendi o que ele estava sentindo. Me fez lembrar da outra coisa que me faz odiar mais alfas: "eles não conseguem ser claros sobre os próprios sentimentos". Isso é tão irritante. Abracei Taehyung. Ele não merece sofrer por babaca nenhum.

— Olha, eu sei que dói, alfas pensam que podem fazer o que quiserem, e eu queria muito dizer que não, mas essa não vai ser a última vez que isso vai acontecer. Anjinho? Você tem que ser forte, tem que enfrentar o mundo sozinho. Usar essa dor para se amar e saber que você não precisa de ninguém além de si mesmo. E se ele não quer ficar perto de um bebê como você, o azar é dele — Fiz cara de deboche e ele se afastou para me olhar, rindo agora. 

.ESCAPE. (jikook, ABO) .Concluída.Onde histórias criam vida. Descubra agora