36. O tempo não existe

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A tv da sala estava ligada no ultimo volume. Enquanto a música alta se espalhava pela cobertura, Jimin dançava, esperando sua comida chegar. Depois que Jeon saiu às pressas para uma reunião importante, o ômega ficou alguns minutos pensativo, tentando chegar a uma conclusão convincente, quer dizer, quem teria poder para pedir a retirada de Jungkook da presidência da Elysium? Isso o apavorava, queria voltar a ter a vida simples de antes, mas era impossível. Sua vida agora era outra, e deveria a aceitar como tal. Foi aí, que decidiu dançar, a ansiedade não lhe deixaria ficar sentado esperando por notícias, que não viriam nem tão cedo.

A campainha tocou, alarmando Nero, que saiu latindo para o pé da porta.

ーNero, quieto! ー Jimin ordenou, fazendo o cachorrinho se calar, mas continuar a esperá-lo na porta, em uma tentativa de proteção ーJá vai!

E abaixando o volume da Tv, Jimin andou até a porta, com seu micro-short e sem camisa, enquanto pequenas gotículas de suor lhe molhava o colo desnudo. Ele passou a mão no rosto e abriu a porta, dando de cara com um Homem de meia idade, carregando uma pequena embalagem nas mãos, completamente impaciente, como sua feição deixava transparecer. O ômega, não gastou muito tempo analisando o outro, apenas esticou o cartão de crédito.

ー Você é Park Jimin? ー O entregador perguntou, um pouco desinteressado, perguntando apenas para evitar erros. Quando Jimin confirmou com a cabeça, o homem lhe pegou o cartão de crédito das mãos e inseriu na maquineta. Depois de alguns minutos, entregou a sacola com a refeição para Jimin ーObrigado!

ー Eu que agradeço ーRespondeu o ômega, fingindo simpatia.

Assim que fechou a porta atrás de si, percebeu que o cheiro de carne ao ponto, estava lhe dando fome. Lá fora, começou a chover, e ele percebeu que o calor da dança acabou, deixando sua pele fria. Colocou a embalagem de comida no balcão e correu até o quarto, vestindo uma blusa comprida, negra e de mangas longas de Jungkook, se mantendo com apenas o Short por baixo, agradecendo pelo aquecedor potente da "casa de rico" como ele chamava. Voltou para a cozinha, ainda sentindo o cheiro do alfa na camisa. Sentiu saudade, tanta, que o sentimento lhe doeu o peito. "Ele precisa ficar bem."

Serviu seu prato, a carne estava suculenta, e sentado na imensa mesa de jantar, ele comeu suas primeiras garfadas, não podia tomar líquidos com a comida, como foi a ordem da nutricionista, aquela que obviamente lhe odeia. Olhou Nero, que agora se deitou aos seus pés, esperando que ele acabasse para certamente lhe dar carinho. Já na metade do prato, Jimin ouviu seu celular vibrar algumas vezes sobre o sofá. Levantou, achando que talvez fosse notícias de Jungkook, e em poucos segundos já estava com o objeto em mãos.

A imagem, vinda de um número estranho, era no minimo ameaçadora, fazendo Jimin fincar os pés no chão, imóvel. Era Seokjin de joelhos, e sua frente estava um homem que sorria, olhando para a lente, enquanto apontava uma arma na direção da barriga, pouco, mas visivelmente aparente de Jin. Jimin, se viu em desespero. O que faria? Olhou mais a foto, aquele ser ao lado de Jin, era quem ele estava pensando? Não podia ser. Na verdade, tanto podia que era, Changwook, havia definitivamente voltado para lhe assombrar.

Respirou fundo, agoniado. Certamente era uma armadilha, ele tinha total noção disso, mas não deixaria um omega grávido ficar em perigo, muito menos Jin, que de certa forma se tornou seu amigo. Embaixo da foto, havia uma curta mensagem: "Não fique com inveja, Jimin-ah, me espere"

"O que esse maluco quer dizer com isso?" pensou Jimin, caminhando até o barzinho a sua frente, e servindo um pouco de Gim, forte e amargo, como ele precisava.

Assim que tomou o líquido quente, sentiu suas pernas tremerem, e sua visão embaçar. Respirou com dificuldade, tentando achar espaço entre seus pensamentos, chegou a pensar que a bebida estava envenenada, mas ninguém teria como saber que ele tomaria o Gim de todas as bebidas ali. Suas mãos tremiam,e o copo se espatifou no chão. Ele sentia que iria desmaiar, ao ponto que seus joelhos cederam sem força. Sentiu os vidros pontudos perfurarem sua carne, mas não ligou para a dor, muito menos para o sangue. Nero latia, pressentindo o mal que estava por vir. O ômega, olhou a comida em cima da mesa de relance, sentindo seu corpo deitar no chão de vez, antes de apagar.

.ESCAPE. (jikook, ABO) .Concluída.Onde histórias criam vida. Descubra agora