Capítulo 24

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Katarina Langford on

Minha respiração está ofegante e sinto minhas pernas bambearem, o suor escorre pela minha testa e meu coração parece querer explodir...

23 horas antes -

Se passou uma semana desde que estou completamente curada e fiz 18 anos. Voltei ao trabalho e à minha rotina normal. Porém, algo estranho vem acontecendo e eu achava que era coisa da minha cabeça, porque primeiramente não teria motivo para alguém me seguir e bom, na verdade é só isso. Até alguns meses atrás eu só ia para escola e voltava, eu praticamente não conversava com ninguém, se eu não tinha amigos, quem dirá ter inimigos.

Mas esse não é o maior problema, a verdade é que não só minha vida está meio bagunçada, como também dos meus amigos. Há um mês atrás, os seguranças do Henry detectaram uma presença furtiva o acompanhando, mas quando procuraram, não tinha ninguém. E o nosso relacionamento está meio frio, mas eu não deixei de sentir nenhum sentimento por ele, posso até dizer que sinto mais a cada dia.

A Nora está dentro do relacionamento mais complicado de sua vida, ela não sabe se odeia ou se adora o James, mas não pensem que é como irmão...

E também...

- Kat?

Me assusto e dou um pulo na cadeira.

- Que susto, Nora!

- Desculpa, mas aconteceu algo realmente estranho.

- O que foi?

- Antes, tenho que te falar de algo que me esqueci completamente, eu não lembro que dia que foi, mas eu tinha visto uma pessoa parada fitando sua casa, porém eu acabei esquecendo, já que aconteceu tanta coisa depois disso. Mas ok, hoje eu tive que levar meu carro na oficina, então o James teve que me trazer, quando estávamos saindo da garagem, ele quase atropelou alguém, mas não foi culpa dele, a pessoa estava parada atrás do carro e não se moveu até o James sair e ir falar com ele.

- E o que ele falou?

- Nada! A pessoa saiu correndo e o James não foi atrás.

Eu aceno com a cabeça e digo que tenho que ir ao banheiro. Tem alguma coisa acontecendo, certo? Não é coisa da minha cabeça.
O expediente acabou, mesmo com os problemas, eu fiz uma sessão de fotos incrível do Henry, senti que conseguimos nos conectar novamente. Foi mágico, por isso eu amo a fotografia, ela capta o momento e o guarda, a gente sempre vai poder guardar o olhar da pessoa que amamos, guardar um dia feliz, guardar eternamente coisas que fizemos com nossas famílias, até quando elas se forem, ainda estarão conosco, perto do nosso coração. Fotografia é o meu sonho, não há nada que me faça desistir.

Chego em casa e vejo meus pais na sala, sento com eles. Me disseram que queriam conversar comigo.

- Kat, eu e seu pai estávamos pensando sobre sua faculdade. -minha mãe começa- à princípio, você iria estudar aqui mesmo, mas estávamos analisando melhor e conversamos com sua tia Elisa.

- A que mora em Chicago?

- Exatamente. -meu pai completa- ela começou à trabalhar na Universidade de Chicago, e disse que se você fosse estudar lá, se daria muito bem, é uma faculdade incrível e ela conseguiria um quarto no alojamento para você de graça.

- Não é perfeito, filha? -minha mãe diz-

Eu fico parada, os olhando. Ir embora daqui? Mas e meus amigos? O Henry? E meus pais?

- Eu não quero ir!

- Kat... -ela diz-

- Mãe! Eu não quero!

- Já está decidido, Katarina! Não discuta, você vai para lá ano que vem e dará o seu melhor. -meu pai fala alto-

Eu saio correndo da sala e me tranco no quarto. Isso não está acontecendo, não pode ser. Logo agora que eu saí do meu casulo, que estou trabalhando com o que eu gosto, com pessoas que eu gosto e estava achando que meus pais começaram me entender. Eu não vou. Não vou de jeito nenhum. Eu desço novamente para a sala.

- Sinto muito, pai. E sinto muito, mãe, mas eu não vou. Não tem necessidade, aqui tem faculdades incríveis e eu tenho trabalho, tenho amigos, tenho vocês! Eu não posso deixar tudo aqui! Porfavor!! -eu digo querendo chorar-

- Katarina! -meu pai grita-

- Porfavor, eu imploro. Eu não quero ir, se eu for forçada não vou ter bom desempenho. Pelo amor de Deus, papai! Eu sempre fiz tudo que vocês quiseram!

- Por quê quer tanto ficar aqui? E aquele trabalho? Você arruma outro.

- Eu amo fotografar, eu amo aquele lugar, eu amo viver aqui, com amigos e com vocês.

- Fotografia tem em todo lugar, Katarina! Fotografia é uma diversão tola, todos podem fazer isso, lá em Chicago você será diferente, vai ter algo a mais que os daqui. -ele diz-

- Me deixem convencê-los que pra mim, fotografia não é só uma diversão.

- Tudo bem, filha. -minha mãe diz-

Volto para o meu quarto e começo pensar. Ligo para Nora e peço para me encontrar na agência, pego um táxi e chego lá rapidamente, ela acena e entramos juntas, não antes de eu verificar o outro lado da rua e me assustar com uma lata de lixo se mexendo.

- O que vai ser? -ela pergunta-

- Preciso revelar algumas fotos minhas e convencer meus pais a não me mandarem para Chicago.

- Como é que é? -ela diz gritando-

- Depois te explico. Me ajuda aqui.

Passamos algumas horas revelando fotos em diversos tamanhos, deu trabalho, mas tudo bem. Ela me ajuda à colocar todas elas no salão de exposição da agência, nós deixamos uma vibe vintage no ambiente, fico tão animada que digo para a Nora ir embora na frente. Assim que ela vai, eu termino alguns detalhes. Acho que vou mostrar de manhã pra eles, será que vai ser o suficiente para eles entenderem o que eu sinto? Eu espero que sim. Deixo uma mensagem para meus pais.

Oi papai, me encontre na agência amanhã de manhã com a mamãe. Vai ter um segurança que vai levar vocês até onde eu vou estar. Espero que gostem e que entendam. Eu amo vocês, pra sempre. Beijo! K.L.

A Nora deixou a chave da agência comigo, já que amanhã não abre, então é perfeito para eu mostrar tudo a eles. Sorrio olhando tudo e tranco a agência, o vendo sopra em meu rosto e fecho meu moletom, não consegui achar nem um táxi sequer, decido ir andando.

Eu encaro o beco que eu sempre passo, mas prefiro ser cautelosa e fazer o contorno, assim que me viro, sinto algo me puxar para trás, minha boca é tapada e sou cada vez mais levada para a escuridão do beco. Então ouço uma voz sussurrar no meu ouvido.

- Sentiu minha falta, Katarina? Porque eu realmente senti a sua, minha pequena bonequinha inocente. -sua risada ecoa pelo lugar-

Agora -

Eu grito o mais alto que posso.

- Que feio, você não é dessas coisas, com certeza foi aquele bando de desmiolados que te corromperam, não é mesmo?

- Você está morto. Morto. -eu digo chorando-

- Eu não aguentei mais esperar, estava tão animado. -ele ri novamente- mas ainda não é a hora, minha pequena.

Ele me solta e eu saio correndo. Minha respiração está ofegante e sinto minhas pernas bambearem, o suor escorre pela minha testa e meu coração parece querer explodir... Chego na minha casa e tranco a porta, meus pais já estão dormindo, eu me tranco no quarto e tranco a porta da sacada. Caio no chão em choque, ele... ele não pode estar vivo.

Love and photographyOnde histórias criam vida. Descubra agora