Capítulo 52

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Katarina Langford on

Dois dias após o incidente se passaram, ninguém falou comigo e eu não falei com ninguém. Fiquei em casa pensando em um jeito de ligar a Marianne ao chaveiro perdido, o problema é que ela não faz o tipo que usa chaveiros, ela faz as pessoas de chaveiro.
Eu pensei em enviar uma mensagem ao Henry porém, ele pediu um tempo para pensar e eu estou dando isso a ele, só espero que acabe logo porque eu estou um trapo, velho e rasgado. Estou com a mesma roupa que coloquei após o banho de banheira do cemitério, meu cabelo tá preso no mesmo coque por dois dias e eu só bebi água e café, parece que irei desmontar ao menor empurrão. Se Henry me visse assim não ia querer parar de dar tempo, ah, humor.

Meu celular toca, é meu advogado.

Bom dia, senhorita Langford. Como está? A agência está nos finalmentes e os patrocinadores gostariam de tomar um café com você esta manhã. Café Melloy às 10:15.

Suspiro, não estou chateada. Sério. Mas gostaria de estar completamente feliz já que esse momento é importante pra mim. Vejo que estou sendo marcada em algumas publicações, decido abrir para ver e tiro a conclusão de que eu não gostaria nem de ter levantado hoje.

Parece que o Henry Cavill está novamente na passarela? Pelo menos é o que esse close está nos dizendo, haha!

Fico encarando a foto por segundos longos, não consigo reconhecer a mulher que está com a mão em seu rosto, mas consigo ver seus braços e mãos que eu conheço tão bem, meu peito arde como brasa e me sinto ridícula por estar sofrendo e ele estar festando com alguma qualquer, mas parte de mim sente que tem algo por trás disso. Tem um e-mail com um convite para um baile beneficente que a Marianne Cavill vai dar hoje, parece que esqueceram de me tirar sa lista de convidados e isso é ótimo.

James Rodríguez on

- Epa, epa. Isso não é nada bom, Nora. -digo mostrando o celular para ela-

- Será que ela já viu?

O pai da Nora bate na porta e eu tampo sua boca.

- James? Viu a Nora?

- Oi, não vi não. Por quê?

- Dê um recado pra ela, porfavor. Quero vocês dois prontos para irmos até o baile beneficente dos Cavill, tudo bem?

- Ham... Ok.

Reviro os olhos e solto sua boca.

- Karma é uma droga. -ela diz se levantando-

Henry Cavill on

Chego em casa, minha mãe me obrigou vir para cá. Francamente, eu não estou com clima algum para baile ou o que seja. Fico no meu quarto com o Kal, meu celular está desligado desde ontem.
Eu deveria falar com a Katarina, eu tinha que ter percebido que ela nunca faria algo do tipo comigo, mas ver ele com ela me deixou com tanta raiva que não pude me controlar.

Mas eu vou consertar, sei que posso consertar. Nós nos amamos, e tudo vai ficar bem.

- Certo, Kal? -digo e ele faz um pequeno choro que me desanima-

- Obrigado por nada, bola de pelo.

Me levanto, horas se passaram e já está no fim da tarde, começo a me arrumar para a festa e depois de calçar o sapato eu coloco meu celular para carregar. A porta se abre e minha mãe entra, estranhamente feliz.

- Já estou descendo.

- Só vim dizer boa noite, querido.

- Claro...

Descemos juntos e tudo está um tédio, vejo o Ben chegar com sua família, Nora já pega um copo de whisky. Ela vem na minha direção com uma expressão estranha.

- Tenho que te falar uma coisa.

- Tem que ser agora? Minha mãe quer que eu vá falar com os Gordon, eu já volto.

- Mas...

Eu saio e eles me prendem por quase 40 minutos, procuro pela Nora e acho o James.

- Ei, a Nora já te contou?

- Não, o que foi?

- Henry! -ela diz e olha chocada para o palco que puseram-

Sigo seu olhar e fico chocado, embasbacado, nervoso e deslumbrado até. A Kat está com um vestido azul escuro brilhante, ele é colado até o joelho e tem uma fenda do meio da sua coxa até os sapatos, ela está perfeita. Mas me assusta que ela esteja lá, pedindo um minuto no microfone.

Katerina Langford on

- Olá? Boa noite! -digo e todos começam olhar para mim, assim que todos ficam em silêncio eu prossigo-

-Bem, quero lhes agradecer por estarem aqui essa noite, de coração, por sua bondade. É incrível que ainda haja tantas pessoas que pensam em caridade. Quero agradecer também a uma mulher maravilhosa, boa e honesta, Marianne. Aplausos porfavor. -digo e todos aplaudem ela que está com o rosto contorcido de raiva- Que noite linda, mas tenho certeza que muitos estão cansados de fingir que tudo está bem, eu estou fingindo! -sorrio- Nada está bem, não sei o que eu faço para acabar sempre sendo traída e decepcionada pelas pessoas que mais apoio. -olho para a Nora e o Henry- Um brinde à essa maravilhosa noite. Saúde.

Bebo o dry martine e desço. Algumas pessoas bateram palmas, outras ficaram chocadas, etc. Inspiro o ar fresco e logo ouço passos atrás de mim, sorrio e me viro.

Vejo Marianne, Sam, Henry, Nora e James.

- Não gostaram do discurso? -digo-

Agora é a hora do verde. Pego o chaveiro na minha bolsa e ergo.

- Ah, Marianne. Acho que esqueceu isso na minha despensa.

- Mãe? Por quê o chaveiro que te dei estava na casa da Katarina? - Henry diz-

Cheque mate, bruxa.

- Ah, carinho. Ela não te contou que ela e seu parceiro Sam me doparam?

- Kat... -Sam diz-

- Calado! -Henry fala dá um soco em seu rosto-

- Pare com isso agora. -Marianne grita-

A Nora está muda e o James segura o Henry.

- Devo admitir, vocês conseguiram me enganar mas seu ajudante deu alguns bolas foras. Eu realmente acreditei que eu poderia ser sua amiga, ser uma boa nora pra você e te mostrar que eu só quero fazer seu filho feliz. Mas você não me deu nem a chance de tentar, você é louca. Desculpa, Henry. Apoiar um assediador, contratar alguém para me seduzir, me dopar, mentir, você é insana.

- É verdade isso, Marianne? -meu sogro diz saindo dos arbustos-

- Eu... Eu. -ela murmura-

- Kat, o Henry não te traiu. -Nora diz-

Eu olho para ela sem humor e depois para Henry, ele parece surpreso ao ouvir isso.

- É claro que não, do que você está falando? -ele diz-

- Não viu a internet hoje? Estou sendo marcada em várias publicações da sua noite de ontem.

- Fui eu. A foto é antiga e eu mandei publicar. -Marianne fala-

- Meu Deus, você chegou até esse ponto? Eu sou seu filho!

- É justamente por isso, eu quero te proteger! -ela diz desesperada-

Eu saio de lá e tiro meus saltos, vou até o lago e Henry se senta do meu lado. Não preciso dizer nada e ele também não, eu sinto e sei que ele sente o mesmo que eu nesse exato momento, amor. Mas eu sinto o doce gosto da satisfação.

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