Capítulo 58

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Katarina Langford on

O dia do julgamento finalmente chegou, o dia estava nublado e tudo parecia cinza. Meu coração estava inquieto desde o dia da exposição, minha mente estava uma bagunça e trabalhava a todo momento para tentar achar uma solução e um motivo plausível para tudo estar se repetindo novamente. Henry estava tenso e não saía do meu lado, faltam apenas 2 horas para decidirem o destino da minha vida e carreira.

Vesti um conjunto social, composto de calça e blazer pretos com listras brancas, saltos altos pretos e deixei o cabelo solto. O pessoal decidiu ir todos no mesmo carro já que estávamos todos em alerta e irão depor ao meu favor. Assim que entramos no tribunal privado, meu advogado vem até mim, ele parece confiante sobre o resultado de hoje e desejo que essa confiança passe para mim também, não há nada mais desconfortável do que ser acusada de assassinar seu melhor amigo.

O juiz, promotor e o escrivão adentram o salão. Ele se senta em sua cadeira olha para todos nós, as pessoas se levantam em sinal de respeito e eu faço o mesmo.

- Boa tarde, senhoras e senhores, daremos início neste momento, à instalação da sessão do tribunal. Passo a conferência das 25 cédulas dos jurados sorteados para esta sessão. -o juiz diz e termina após ler algumas cédulas-

O juiz faz chamadas com os jurados e assim que 15 estão presentes ele novamente começa a falar:

- Havendo número legal de jurados, declaro instalada e aberta a sessão do Tribunal do Júri desta Comarca. Será submetido a julgamento o processo penal que a justiça pública move contra Katarina Langford, sendo vítima Nishimya Izuku.

Eu engulo seco e todos se sentam.

- Peço ao Senhor oficial porteiro que faça o pregão das partes e testemunhas, recolhendo-as aos seus devidos lugares. -o Juiz diz-

O advogado de acusação começa a ler o que ele está me acusando e o que está sendo julgado, logo o meu advogado de defesa também começa a argumentar e o juiz pede para o réu subir até o palanque ou seja, eu. Eu explico detalhadamente o que aconteceu naquele último mês, sobre a perseguição e sobre a noite do sequestro, o meu advogado pede para meus amigos subirem para começar a testemunhar. O advogado de acusação faz perguntas que é notável que os deixam nervosos mas todos dizem com riqueza de detalhes o que aconteceu.
Horas se passam até que chega o intervalo, meu advogado parece confiante mas o júri não pareceu muito convencido quando eu contei que eu apenas estava segurando a arma e quem puxou o gatilho foi o Izuku. Falar sobre isso está sendo muito difícil para mim, eu apenas quero ir para minha casa e ficar abraçada ao meu namorado.
Mais duas horas se passam, nós almoçamos e eu fiz uma pequena reunião com meu advogado, após 30 minutos no chamam para entrar novamente, ao que parece eles já tem um veredito. Minhas mãos suam e meu coração bate descontroladamente, o caminho até a minha cadeira parece longo e esse dia parece não ter fim. O juiz começa a falar:

- Peço a todos os presentes que fiquem de pé para a leitura da sentença.

Nós nos levantamos e ele prossegue:

- Referente ao caso criado contra Katarina Langford, acusada de matar Nishimya Izuku, o júri decide que a réu não é culpada e está absolvida de todas as acusações movidas contra a mesma.

Eu sorrio mas logo se fecha, não é segredo para ninguém que em parte eu sinto culpa pela morte do Izuku, então acho que no fundo, eu queria receber algum tipo de punição porém de qualquer forma, me sinto aliviada em poder seguir com a minha vida. Sinto os braços do Henry me puxarem contra seu corpo e eu o abraço fortemente. A porta do tribunal fecha com força, todos olhamos e sabemos que não foi o vento. Nós corremos até a saída e vejo uma mulher correndo, algo me empurra pra ela, tem aquela sensação de que é a chave para tudo isso. Tiro meus saltos e os jogo em algum canto, desço as escadas mais rápido que todos e viro a esquina, ela entra em um beco sem saída e finalmente se vira para mim.

Ela tem a pele clara e os olhos escuros, seu cabelo é curto e ruivo. A mesma em encara com raiva mas ao mesmo tempo alívio.

- Parece que você se livrou. -ela diz seca-

- Quem é você? -eu digo-

- Rebecca. Eu era a namorada do Izuku. -ela diz com um humor doído-

- Namorada?

- Aqui não, se quer saber, tem que ir comigo.

- Mas ela não vai mesmo! -Henry diz me puxando-

- Ah, superman, olha você aí. -ela diz como o Izuku-

Os outros chegam e parece que ela conhece cada um de nós, exceto pelo Sam.

- Um. Você pode escolher um para te acompanhar, Katarina. -ela diz me olhando-

Eu instantaneamente pego na mão do meu namorado.

- Certo. Vocês, sumam. -ela fala alto-

A Nora parece querer contestar mas eu aceno com a cabeça em sinal de que está tudo bem. Ela nos faz entrar em seu carro e dirige por alguns minutos, vai para um lado da cidade que eu não tinha visto ainda. Nós chegamos em uma casa, simples mas limpa, entramos e ela nos faz sentar no sofá, a mesma se senta na nossa frente.

- Não quero interrupções, dúvidas apenas quando eu terminar. -acentimos com a cabeça e ela prossegue- Eu conheci o Izuku com 15 anos, instantaneamente fiquei apaixonada, os olhos rasgados, a voz rouca, alto, pele como porcelana e um humor totalmente sombrio. -ela sorri nostálgica- Eu logo soube que faria tudo que ele me pedisse, pelo resto da minha vida. Namoramos por um ano, claro que no começo eu não notei, mas com o passar dos meses eu percebi que tinha dois Izuku, o meu namorado obcecado por vingança e o outro, apaixonado e preso na infância perdida. Eu tinha ciúmes, porque cada dia que passava, parecia que mais e mais eles se fundiam, os dois eram obcedos por você. Então o meu Izuku decidiu criar um plano para se vingar de você, por ter feito seu outro eu sofrer. Ele queria te matar e eu aceitei ajudá-lo, por um ano inteiro nós estudamos sua vida, vimos suas mudanças e seu amadurecimento, assim que ele fez 18 anos, quis colocar o plano em prática, mas parece que alguém tinha outro plano para ele, eu fiquei grávida. -ela ri- Por uma semana inteira, após eu ter contado a ele, o seu Izuku o dominou, eu vivi uma semana incrível com ele, eu senti que se dependesse somente dele, nós teríamos uma vida bacana com o nosso filho, mas o meu Izuku não queria, ele me expulsou do plano e veio pra cá atrás de vocês. Depois de dois meses eu soube da notícia, eu fiquei com o coração vazio mas ainda tinha esperanca pra mim, certo? E tinha aquele brotinho dentro de mim, descobri que era um menino e não pensei duas vezes em colocar o nome dele de Izuku. E pra mim estava bom, eu vivi todos esses anos com meu filho, Izuku me deixou toda a herança que ele tinha, mas acontece que...

Ela começa a chorar e eu coloco minha mão na sua, ela deixa e continua.

- ... eu estou morrendo. E não tem ninguém que possa ficar com nosso filho, eu não tenho família e eu sei que o Izuku iria querer você ficasse com nosso bebê. Katarina, você me deve isso! Você tem que cuidar dele pra mim.

Eu fico estática. Não tem outra resposta que eu poderia dar a ela.

- Tudo bem.

- O que? Katarina! -Henry diz-

Eu não o respondo e Rebecca vai até um outro cômodo, então volta com uma criança, meu coração acelera, ele é igualzinho ao Izuku! Sua pele é branca e as bochechas rosadas, seus olhos são puxados e seu cabelo preto.

- Esse é o Izuku, nessa bolsa tem todos os documentos dele e fotos minhas e do pai dele. Se quiser, pode esconder dele, mas eu gostaria que não fizesse isso, eu o amo com todo meu coração.  Ele tem 3 anos, faz 4 daqui alguns meses.

Ela coloca o garoto no meu colo e ele me encara, dá risada e as mesmas covinhas se formam em suas bochechas, assim que ele encosta sua mãozinha quente na minha bochecha, uma memória vem na minha mente instantaneamente.

Olha pra mim! -ele coloca a arma na minha mão- Eu te amo, minha pequena bonequinha inocente, um dia a gente se encontra novamente.

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Oiii gente! Me contem o que acham dessa bomba! Vou fazer um capítulo bônus mas serão vocês que decidirão o conteúdo, vai ser um especial de um dia alternativo, vocês comentam o que querem, um capítulo todo alternativo da Katarina e do Izuku ou dela com o Sam. Comentem aí, xoxo!!!

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