Love and photography

Capítulo 51

Katarina Langford on

Abro os olhos mas não enxergo nada, tem um peso em cima de mim e a voz do Henry parece estar dizendo algo que não entendo. Tento falar algo mas saem apenas murmúrios, meus olhos param de embaçar e eu enxergo finalmente o meu namorado em pé.
Se ele está em pé, quem está em cima de mim? Me viro para o lado com tudo e vejo o Sam sem camisa, levando rapidamente e meu vestido desce, mostrando meus seios cobertos pela lingerie. Que merda está acontecendo?

- Por quê? - Henry fala-

- Hã? O que? Espera. -digo esfregando meu rosto- Não acha que eu... Não acha mesmo que eu faria isso, não é?

Seu rosto se contorce em tristeza, parece que ele está prestes a surtar mas sua reação é outra. Não que seja a que eu gostaria.

- Preciso de um tempo, sozinho.

- Está terminando comigo? -digo com lágrimas nos olhos-

- Não.

- Henry, porfavor! Acredita em mim, eu nunca faria isso com você! Carinho, a gente estava junto ontem, acha mesmo que eu seria capaz? Eu amo você! -digo chorando-

Ele sai e após um minuto ouço a porta da sala bater. Começo a chorar e arrumar meu vestido, me viro para o Sam que começa a acordar. Eu o estapeio e empurro o mesmo para o chão, ele acorda e se levanta como se já soubesse o que aconteceu, e isso me faz chorar mais ainda.

Bato em seu peito e grito com a voz embargada:

- Como pôde?

- Kat...

- Não! Sai daqui, sai da minha vida! Eu não quero nunca mais ter que olhar pra você!

- Espera... Me de...

- Não! -grito com força-

Me tranco no quarto, o tempo começa a fechar. Tiro o vestido e tomo banho rápido em meio as lágrimas, me sinto péssima e derrotada. Tudo é um branco para mim e isso piora tudo, saio de casa para não ter que olhar para aquele traidor.

Corro para o parque que eu costumava tirar fotos, a chuva começa me molhar mas meu sangue está tão quente que nem sinto frio, corro mais rápido e paro bruscamente quando um carro buzina e freia quase em cima de mim, o choque de realidade me deixa assustada. Sento em um beco sujo e molhado, abraço meus joelhos e coloco o queixo em cima deles, olho para as gotas que escorrem na parede. Tem um turbilhão de coisas se passando pela minha cabeça, quando estamos tristes parece que nos lembramos de coisas mais tristes. Por quê ele acredita que eu teria coragem de traí-lo? Abraço mais ainda meus joelhos.

Está chovendo, mas mesmo a chuva não lava meus sentimentos.

Henry Cavill on

Chuto um pequeno pedestal fazendo com que o vaso caia no chão e quebre. Eu quero socá-lo e dar tudo que ele merece, eu não consigo pensar sozinho. Ligo para o James vir aqui e depois de quase uma hora ele chega, mas não sozinho e sim com a Nora. Eles olham para as coisas quebradas e indagam:

- O que aconteceu?

- Eu vi a Katarina na cama com o Sam. Ele estava lá, abraçado com ela e suas mãos devem ter passado pelo corpo dela... -aperto o punho para me calar-

- Ela te traiu? -James diz exasperado-

- Não! A Kat não faria isso, ela não tem motivo para te trair. -a Nora fala-

- E como você poderia saber? Você nem fala com ela e foi a primeira machucá-la. -digo ríspido-

- Vamos todos nos acalmar. Com certeza deve ser algum engano. -James responde com as mãos para cima- Eu vou até a Kat, sou a única pessoa que ela aceitaria ver.

Subo para o meu quarto e sento na cama. Tudo está passando rapidamente na minha cabeça e não consigo limpar minha mente para poder pensar com clareza, minutos longos se passaram até que eu decida fazer algo.

Katarina Langford on

- Mãe, o que eu deveria fazer? Pai? -choro em frente aos túmulos dos meus pais-

Olho mais para o longe e vejo o túmulo do Izuku, suspiro limpando algumas lágrimas.

- Tudo que eu mais queria era ter você aqui, ou pelo menos um pedacinho de você comigo, Izuku. -digo baixinho para que ele possa me ouvir-

Algumas flores da árvore começam a cair e o vento bagunça meu cabelo. Me levanto e despeço deles, está na hora de enfrentar a realidade com a mesma força que enfrentei tudo até agora, só não sei como enfrentar a realidade quando a mesma parece irreal para mim. Nada de ontem faz sentido, não consigo me lembrar de nada, o estranho é que os dias estão todos bagunçados na minha cabeça e não consigo separá-los para poder decidir qual será meu próximo passo.

Ironia ou um espurrão do destino? Literalmente meu próximo passo me faz escorregar e bato com a cabeça na lápide, todo meu corpo ficou tenso e meus olhos abertos, tudo que aconteceu na última semana começa passar na minha mente, da briga com a Nora até o chocolate quente amargo. Demoro alguns minutos para me recuperar e corro para minha casa, abro a porta e tudo está apagado, ótimo, parece que ele já foi. Abro a despensa com tudo e como uma louca suja de barro e mato no cabelo.

Meus olhos escaneiam o lugar a procura de algo e finalmente eles param em um pequeno chaveiro debaixo das prateleiras, é um coração cravejado de esmeraldas mas não tem nenhum nome gravado e isso dificulta bem as coisas para mim. Deixo o objeto na minha mesa de centro e vou tomar um banho de banheira para relaxar meus músculos doloridos e minha cabeça machucada. Se ninguém acredita em mim, eu acredito e vou provar.

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Será que a Kat vai descobrir de quem é o chaveiro? Xoxo!!