Capitulo 6

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Oi meus amores!!!
Agradeço as mensagens de apoio nessa semana difícil.
Minha vó está reagindo e provavelmente essa semana já volta pra casa.
Se tudo der certo mais tarde posto outro pra compensar os dias sem postagem, ok?
Então..
Bora ler!!!

ANASTASIA

Semanas depois...

Assim como eu havia pedido a ela, Anastasia está me ajudando a revisar cada relatório dos últimos seis meses. Sei muito bem que isso não começou a tanto tempo mas usei como desculpa pra ficar mais perto dela.
Aos poucos ela tem se mostrado um mais flexível, até porque ficamos aqui na empresa em média umas três noites na semana até tarde fazendo essa investigação. Eu até sugeri ir pra casa dela ou ela pra minha mas ela recusou alegando que caso precisassemos de algum outro documento aqui já estaria ao nosso alcance, então não pude recusar. Mas mesmo assim, cada noite que passamos aqui é mais um passo rumo a conquista de que eu desejo.
Ela.
Depois daquela noite no elevador, tentei perguntar mais uma vez quem era o tal Jack mas ela ficou tão nervosa que achei melhor não insistir mais.
Aos poucos estou conseguindo me aproximar dela.
Antes ela ficava o tempo todo em silêncio enquanto estávamos só nós dois aqui, sentava distante de mim o máximo possível, muitas vezes nem me olhava direito.
Mas conseguimos evoluir muito. Andreia tem sido fundamental pra essa abertura. Tem incentivado Anastásia a se soltar mais, de se relacionar com outras pessoas, de deixar essas barreiras que ela levantou se quebrarem, até ouvi elas comentando sobre uma psicóloga que Anastasia teria visitado e aos poucos ela está conseguindo.
Tenho notado Anastasia mais leve, solta, e isso é muito bom. Ela tem que viver mais, aproveitar a vida.
Só uma coisa que não gostei nos últimos dias.
Foi quando ela e Andreia chegaram bem felizes numa segunda falando sobre uma balada que Andreia tinha conseguido finalmente levar ela.
Aquilo me deixou profundamente incomodado. Incomodado não... A palavra certa é ciúmes.
Porra... fiquei num ciúmes desgraçado dela. Tanto que naquele dia mal falei com ela com medo de falar alguma besteira.
Afinal é a vida dela e eu deveria estar feliz por ela estar aproveitando. Mas queria que tivesse sido comigo. Só comigo.
Enquanto isso vou aproveitar os momentos que consigo.
Nesse instante, entro de volta na minha sala e ela está arrumando o cabelo, prendendo em um coque com o lápis, sentada no tapete da minha sala encostada no sofá.
- Pra você.
Estendo a mão e ela pega o chocolate quente que preparei.
- Obrigada.
- Hoje está um pouco frio e como ficamos até um pouco mais tarde achei que gostaria.
Ela toma um gole, fecha os olhos e solta um gemido baixinho que me deixa louco.
Respiro fundo e me sento no chão ao lado dela pegando uma das pastas que estão espalhadas pelo tapete.
- E aí? Gostou?
- Muito. Foi o senhor mesmo que preparou? Tem certeza?
- Poxa... Assim você me ofende. Claro que fui eu. Não acredita nos meus dotes culinários?
- É... Até acredito... É que eu...
- Você???
- Nunca o imaginei em uma cozinha em frente ao fogão.
Ela sorri, o que faz meu mundo se iluminar e me faz sorrir junto com ela.
- Pois um dia você ainda vai provar o meu macarrão.
- Vou?
- Vai. E vai ver como eu sei me virar muito bem na cozinha.
- Só quero ver...
- Vai duvidando vai...
- E onde aprendeu seus dotes culinários?
- Fui morar sozinho muito cedo e como não queria ficar dependendo de fast food, congelados e da comida da minha mãe, resolvi aprender a me virar.
- Legal...
Ela dá um sorriso e de repente parece que se lembra de alguma coisa e seu rosto perde o brilho a deixando triste.
Coloco um dedo em seu queixo e ergo seu rosto. Sinto que ela estremece ao meu lado mas finjo não perceber.
- Ei... O que foi??
Ela dá um sorriso leve que não chega aos seus olhos.
- Nada... É que...
- Anastasia pode não parecer mas eu não sou tão mau assim. Pode se abrir comigo.
- Oh, não é isso... Me desculpa é que...
- Que...
- É que me lembrei da minha avó agora.
- Eu lembro sua vó?
- Não!!! É que... Só ela tinha o poder de me fazer rir desse jeito.
- Pois se depender de mim vai sorrir assim sempre.
Ela me olha intensamente e eu não consigo desviar o olhar dela. Depois de alguns segundos quebro o silêncio.
- É... Eu sei que não somos grandes amigos mas eu queria saber se posso te fazer uma pergunta.
Ela me olha estranhando mas responde.
- Pode... Eu acho...
- Não quero que fique brava comigo mas eu queria saber... Naquela noite no elevador, você me chamou de Jack.
E...
- É, eu sei... Eu...
- Olha se não quiser, tudo bem eu entendo...
- Não. Tudo bem. Tá na hora de encerrar essa parte da minha vida mesmo. E não sei porque o senhor faz com que me sinta segura.
- O senhor? Já que eu te inspiro tanta confiança, acho que podemos passar dessa fase não é?
- Acho que sim.
- Então Anastasia... Pode me contar.
- Bom... Christian...
Ela se levanta, vai até a janela, cruza os braços, respira fundo e começa a me contar sobre a família, a mãe, o tal Jack, seu casamento, a violência, os abusos e agressões e a cada palavra, cada lágrima que ela derrama, a minha vontade é de matar esse desgraçado e a mãe dela.
- Então por isso colocou em sua ficha que não tinha ninguém.
- Sim. Tenho medo que ele me encontre. Ele é capaz de...
- Eu não entendo... Como um ser humano pode ser tão cruel dessa forma!!!
Minha raiva é tanta que não consigo segurar e dou um murro na parede de tanta raiva.
- Droga!!!
- Christian!!!
Ela vem correndo em minha direção e segura minha mão que porra... dói pra caramba.
- Isso dói...
- Você consegue mexer a mão?
Abro e fecho a minha mão enquanto ela observa.
- Está tudo bem.
- Graças a Deus parece que não quebrou nada, mas você não pode fazer isso. Pode se machucar feio.
- Não consegui evitar. Só de pensar no que aquele desgraçado fez a você, Ana, minha vontade é de acabar com ele com minhas próprias mãos.
- Você me chamou de Ana?
Me dou conta e tento desconversar.
- Eu?? Não... Eu... Eu só fiquei com raiva por imaginar que alguém pudesse te fazer mal. Você não merece passar por isso.
- Agora eu penso assim, mas antes eu ficava procurando e tentando imaginar o que eu teria feito pra sofrer tanto assim... cada vez que ele...
Ela não consegue terminar a frase e isso é demais pra mim. Vou até ela e a abraço apertado e ela estremece mas aos poucos retribui.
Ficamos assim por alguns segundos até que sinto seu corpo se resetar e ela se afasta.
- Aí meu Deus me desculpa por despejar tudo isso assim.
- Ei, não fica assim. Você precisava desabafar. Não há mal nenhum nisso. Todos nós temos nossos fantasmas.
- Nem todos...
- Dúvida é? Vem cá.
Peço que ela sente e conto a ela a minha história. Conto sobre a ilusão, a traição, os anos recluso, a desilusão.
- Mas.... Mas... Como ela teve coragem de fazer isso com alguém como você?
- Pra você ver que nem tudo é perfeito.
- É... bom está ficando tarde. Acho melhor ir embora.
- É, também acho. Vamos que eu te levo.
- Não precisa, eu chamo um táxi.
- Nem pensar Ana, eu não vou deixar você sair daqui com esse louco solto por aí.
- Você me chamou de Ana de novo?
Na hora me dou conta e tento disfarçar.
- Eu? Não! Você ouviu mal. Te chamei de Anastasia.
- Não! Você me chamou de Ana sim.
- Olha... É melhor irmos embora logo.
O seu semblante muda na hora.
Droga!
Devo ter sido rude demais.
Ela se abaixa e começa a recolher as pastas que estavam espalhadas e coloca em cima da mesa, pega suas coisas quando vai sair, seguro seu braço e a faço virar de frente pra mim.
- Ei, me desculpa. Eu fui um pouco grosso com você sem motivo.
- Não foi nada.
Ela fala mas sem olhar pra mim. Seguro seu queixo e ergo seu rosto fazendo com que olhe pra mim.
- Eu realmente não tinha o direito de ter falado assim com você. Me desculpe.
- Bom, tudo bem.
- Tudo?
- Sim.
- Então agora sim vamos.
Ela sorri e juntamos nossas coisas pra irmos embora.
Descemos em direção ao meu carro e ela insiste.
- Senhor por favor realmente eu posso pegar um táxi.
- Olha, eu até deixaria você pegar um táxi, mas me chamou de senhor de novo, então... seu castigo é eu te levar em casa.
- Mas...
Ele nem deixo ela responder e a levo em direção ao carro.
Peço seu endereço e durante o trajeto tento puxar assunto várias vezes até que ela começa a descontrair e até ri.
Enquanto eu dirijo a pego algumas vezes me olhando.
Ela é linda... Apesar de tudo o que sofreu, está tentando seguir em frente. O que é muito bom.
Ela está tão distraída me olhando que nem percebe que chegamos.
- Bom a senhorita está entregue em casa sã e salva.
- Muito obrigada, cavalheiro. Foi muito gentil de sua parte.
Nós dois rimos e paramos aos poucos um olhando para o outro com uma intensidade tão grande que quando dei por mim coloquei minha mão em sua nuca e a puxei para um beijo.
Minhas mãos percorrem seu corpo e a puxo para o meu colo, enquanto suas mãos se entrelaçam em meu cabelo.
- Senh...
- Christian!
- O que?
- Meu nome é Christian. Não senhor Grey. Christian...
Nos beijamos outra vez enquanto ela se mexe de leve em meu colo me levando a loucura.
- Isso é loucura...
- Deixa que seja...
- A gente não pode...
- Podemos sim...
Continuamos nos beijando. Desço meus beijos pelo seu pescoço e ouço sua respiração ofegante, mas de repente ela me empurra e sai do meu colo, pega suas coisas, tenta sair do carro mas a impeço.
- Não... Me desculpe eu não posso...
- Que? Não! Calma vamos conversar.
- Não... Por favor... Me deixa ir...
- Tudo bem. Mas essa conversa não acabou, tudo bem?
- Não tem o que conversarmos.
- Como não? Claro que sim.
- Eu já disse não. Eu não quero.
Respiro fundo e seguro o volante olhando pra frente.
- Bom se é assim que você quer não posso fazer nada, não é?
Ela não me responde, então abro a porta e ela sai do carro correndo e entra no seu prédio.

Aos poucos Ana vai se rendendo aos encantos do chefinho...

Resgatando O Amor (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora