Ano de 2001
Felipe
Eu já havia preparado tudo para a vinda de Elizabeth, já havíamos combinado dela vir assistir um filme e fazer um bolo. Nós sempre nos encontramos nos finais de semana, mas todas as vezes eu fico aflito e com o coração na mão. Fico extremamente nervoso perto dela, ela provoca coisas inexplicáveis dentro de mim. Mas depois de um tempo ao lado dela e conversando sobre coisas aleatórias e estupidas, aos poucos meu coração vai se acalmando. É como se ela me trouxesse nervosismo, porém ela me traz paz numa intensidade muito maior.Escutei batidas na porta e só podia ser a Elizabeth, então fui atender a porta. Quando abri, ela estava ali em frente a porta com um pote de sorvete na mão.
- Comprei pra gente comer com o bolo! - ela falou e abriu um sorriso.
A abracei e peguei a mão dela até a trazer para a sala.- Você está tão linda! - falei.
Ela olhou para os pés dela e fui subindo o olhar até a cintura.
- Mas eu estou normal, só coloquei uma calça e uma blusa qualquer; e ainda vim de chinelo.
- Eu sei que está normal. E esse é o grande problema, até no seu normal você é extraordinariamente linda.
Ela abriu um sorriso tão lindo, juntamente com o brilhinho que nasce nos olhos dela quando sorri, que eu queria proteger essa memória para que eu nunca me esqueça das coisas boas da vida. E bem, a Liz é uma delas.
- Você é um bobo, sabia? - ela falou.
- Claro que eu sabia. E então, vamos fazer esse bolo logo?
- Muito gentil da sua parte usar a palavra "vamos" se quem realmente vai fazer é exclusivamente você.
- Vai ser de chocolate, tudo bem?
Ela assentiu com a cabeça.
Eu coloquei o sorvete no congelador e Elizabeth pegou uma cadeira, colocou-a na cozinha, sentou nela e ficou me observando. As vezes ela soltava umas perguntas esquisitas, mas eram muito engraçadas de se ouvir, como:
- Como assim vocês não dão nem uma 'cozidinha' no ovo antes de colocar no bolo? Eca, toda vez que eu como um bolo então estou comendo ovo cru?
Ou:
- Nossa, isso tudo de açúcar? Faz mal não?
Quando acabamos de fazer, colocamos no forno e fomos escolher o filme que iríamos assistir, o que com certeza causaria uma quase guerra mundial. De manhã eu havia alugado uns filmes da locadora que fica perto da minha casa, eu escolhi filmes de todos os gêneros porque eu não sabia o gênero preferido de Elizabeth.
- Credo, romance não! - ela falou.
- Mas é tão fofo.
- Não estou afim de ficar quase 2 horas assistindo um casal se beijando.
- Nenhum romance é assim!
- Vamos assistir filmes de ação.
- Ta bom. O que você não me pede sorrindo que eu não faço chorando, não é?
Escolhemos um filme qualquer que ela falou que é muito bom, mas eu nem me lembro o nome do filme. Já que ficamos muito tempo decidindo qual filme assistir, quando o filme mal tinha começado, o bolo já estava pronto. Esperamos esfriar um pouco e depois atacamos tanto o bolo quanto o sorvete.
Depois disso, estávamos de barriga cheia e já estava tarde então começou a dar uma esfriada na temperatura. Eu peguei um cobertor e nos cobri. Eu estava um pouco deitado no sofá e fui surpreendido quando Liz deitou sob meu peito. Involuntariamente eu comecei a fazer carinho no cabelo dela e ficamos assim até o filme acabar.
Quando acabou, Elizabeth levantou-se com um pulo e falou:
- Já está tarde, melhor eu ir.
Pedimos um Táxi para ela e eu lhe dei um beijo na testa antes de dela partir.
Quando ela saiu eu mandei pra ela uma mensagem de texto que dizia: "Você estava incrível hoje, amei passar esse tempo com você".Organizei as coisas e fui dormir sorrindo.
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360 HORAS
RomanceElizabeth e Felipe tinham tudo para dar certo, até que uma doença fatal e minuciosa os ataca quando eles menos esperam. Os dois terão que sobreviver a isso juntos... ou não!